Resumo: O universo aberto pela obra Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, e seu lugar de marco da literatura brasileira fazem do projeto de sua adaptação para quadrinhos uma aventura que desperta atenção e curiosidade. Quais os caminhos a serem tomados para a construção do roteiro e quais as soluções encontradas para recriar, de modo geral ou em parte, o projeto enunciativo dessa obra contundente? Propomos a análise da adaptação de mesmo título feita por Rodrigo Rosa (arte) e Eloar Guazzelli (roteiro). Procuraremos explicitar algumas estratégias e escolhas dos adaptadores para entender os efeitos de sentido buscados na obra em quadrinhos em sua relação com o romance.
Concebidos tradicionalmente em torno de dicotomias bem estabelecidas, os estudos sobre tradução acabam por deixar ainda amplo espaço à construção de um caminho teórico que trate a tradução enquanto processo, não apenas como elemento implícito à existência do produto, mas com uma proposta de conceitos dotados de valor operacional. Ao trazermos a Semiótica discursiva, mais especificamente os recentes desdobramentos da abordagem tensiva de Claude Zilberberg, para dialogar com as questões basilares dos Estudos de Tradução e de Adaptação, temos como ambição apresentar uma reflexão que se liberte da lógica binária das oposições para embarcar nas tensões inerentes aos regimes de dominância de uma lógica participativa. Nossa proposta culmina na afirmação de que o que se traduz é o projeto enunciativo, um “espírito” da obra de partida que molda suas características mais marcantes, do qual emana oque denominamos arco tensivo, um perfil sensível da obra, passível de ser modulado a partir do conjunto de estratégias de textualização de que o enunciador se vale, com suas cifras tensivas subjacentes. Procuramos mostrar que um caminho possível em direção ao interstício da oposição binária pode ser trilhado e aprofundado em várias frentes.
O filme Apocalypse Now (1979), de Francis Ford Coppola, inspirado no romance O Coração das Trevas (1902), de Joseph Conrad, discute o conflito entre indivíduo e sociedade no contexto da Guerra do Vietnã, nos anos 60 e 70 do século XX. Este trabalho pretende mostrar, embasado pela Semiótica francesa, as estratégias utilizadas pelo diretor para explicitar essa oposição na linguagem cinematográfica e preservar a fidelidade temática em relação às questões abordadas pelo livro, passado durante o Imperialismo britânico na África, no século XIX.
Motivada pela convicção de que a maior homenagem que se pode fazer a Greimas é mostrar como sua proposta frutificou em termos de longevidade, vitalidade e alcance, apresento neste trabalho um breve relato do meu percurso de pesquisa, desde os primeiros contatos com a teoria semiótica até os desenvolvimentos teóricos propostos coletivamente dentro do LabS-Sedi. Dentre as questões apresentadas em linhas gerais, destacam-se: a leitura tensiva das modalidades veridictórias; algumas questões centrais do projeto sobre traduções intersemióticas e sua formulação em torno da recriação de um projeto enunciativo; um tratamento em graus da concessividade; e apontamentos para o que futuramente se desdobrará no projeto linguagens híbridas. Com o relato, espero contribuir para mostrar que a abordagem greimasiana dos fenômenos de construção de sentido renova-se no acolhimento dos novos desafios à teoria que, graças a sua coerência, mantém-se robusta e produtiva.
A forte presença de adaptações no tecido cultural contemporâneo convida o olhar analítico a contemplar com mais atenção as estratégias subjacentes aos processos de adaptação, aqui entendidos como traduções intersemióticas. Este artigo se ocupa da adaptação de Django Livre (2012), do diretor Quentin Tarantino, para uma série de sete revistas em quadrinhos. Chama a atenção a direção pouco usual desse processo, que parte do cinema para as histórias em quadrinhos. Nossa análise aplica conceitos da semiótica francesa, especialmente em sua abordagem tensiva, para explorar questões rítmicas ligadas às estratégias de adaptação. Faremos uma análise comparativa das obras a partir de um parâmetro rítmico, que relaciona as transições de quadros (MCCLOUD, 1995) com a montagem da linguagem cinematográfica.
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