Este artigo tem como escopo fazer uma interpretação fenomenológica do texto da aula de habilitação pronunciada por Martin Heidegger em 1915 na Universidade de Friburgo. Apesar de ser um texto citado muitas vezes pelos estudiosos da obra heideggeriana, pouco se conhece a seu respeito e, sobretudo, que e como algumas ideias – as quais serão desenvolvidas em Ser e tempo (1927) – já estão embrionariamente presentes na referida aula. Nesse sentido, seguindo a indicação do próprio título, pretende-se evidenciar em que sentido há uma diferença fundamental, segundo Heidegger, entre o conceito de tempo na história e na física. Aspecto importante da presente interpretação consiste em vir acompanhada da tradução inédita de trechos significativos do texto em questão.
O presente artigo toma a conferência Fenomenologia e teologia, proferida pelo filósofo alemão Martin Heidegger em 1927, como principal fonte teórica e, a partir dela, tece algumas considerações a respeito da positividade e da cientificidade da teologia. A primeira tarefa, nesse sentido, trata justamente de visualizar a teologia como possibilidade de compreensão da fé, mostrando o seu viés fático-hermenêutico, donde a necessidade de, num primeiro momento, ser introduzido à conferência. Daí decorre a necessária compreensão do positum próprio à teologia e quais são suas configurações específicas para que seja qualificado enquanto objeto de uma ciência. Esse movimento compreensivo incide na cientificidade própria da teologia: as características de tal cientificidade se encontram justificadas tanto na conferência quanto no contexto que a circunda.
Durante os anos que antecederam a concepção e elaboração de Ser e tempo, Martin Heidegger (1889-1976) distancia-se gradativamente da fenomenologia de Edmund Husserl (1859-1938). Diante disso, numa perspectiva mais ampla, o propósito do presente artigo consiste em evidenciar como Heidegger se aproxima da filosofia fenomenológica e, numa perspectiva mais estrita, busca-se entender o modo pelo qual o filósofo de Messkirch empreende uma peculiar fenomenologia da religião. Nosso escopo principal, porém, consiste em apresentar sucintamente a concepção heideggeriana de fenomenologia da religião à medida que se vincula à experiência fática da vida.
Edith Theresa Hedwig Stein nasceu em Breslávia, Polônia, em 1891, e morreu como mártir no Campo de Concentração de Auschwitz, em 9 de agosto de 1942. Foi canonizada como Santa Teresa Benedita da Cruz, tendo sido santa, filósofa e teóloga alemã nascida judia que se converteu à Igreja Católica. Entender a relação entre filosofia e tradição cristã em Edith Stein só é possível tento em vista sua trajetória de formação humana, cultural, cívica e religiosa de matizações diversas. Sendo assim, é possível compreender que sua trajetória espiritual está intimamente ligada às posições filosóficas e, sobretudo, a profundas experiências intelectuais e religiosas. Neste sentido, conforme enunciado no título, assumimos aqui a tarefa, na medida do possível, de encontrar e evidenciar alguns vestígios da trajetória de Edith Stein rumo ao Carmelo. Santa Teresa Benedita da Cruz foi canonizada, em 1998, por João Paulo II, que a chamou “Ilustre filha de Israel”. Em Audiência Geral de 8 de agosto de 2018, o Papa Francisco recordou a santa como “mulher de diálogo e de esperança”.
Considerado o texto mais conhecido de Teresa de Ávila como mestra espiritual, Castelo interior ou moradas pode ser classificado como um guia de viagem. Conforme o título mesmo sugere, o que o distingue como guia é o rumo a ser tomado e empreendido. Teresa descreve aventuras experimentadas numa rota mais surpreendente e misteriosa: pelo caminho do mundo interior. Ela escreve como quem já percorreu tal caminho. Quem parte deseja alcançar o termo para aí permanecer. O movimento torna-se claro na estrutura das sete “moradas” do castelo. O texto apresentado aqui possui o intuito de interpretar as estruturas e formas do caminho ao mundo interior e demonstrar as transformações ocorridas na alma ao ultrapassar cada morada, mediante leitura, análise temática, interpretação e síntese da obra e, na medida em que se fizer necessário, pela utilização de comentadores da obra teresiana. A alma disposta a percorrer tal jornada possui um único objetivo, a saber, adentrar ao próprio interior da alma: um castelo. Por que um castelo? Porque nele mora um Rei e, por intermédio da união mística, no matrimônio espiritual, se estabelece a conexão extrema de vontades entre alma e Deus.
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