Disponível on-line no endereço www.igc.usp.br/geologiausp -49 - RESUMO A origem e evolução da Bacia Bambuí é tema de grandes debates, em muito intensificados pela recente corrida exploratória de empresas públicas e privadas em busca de hidrocarbonetos gasosos. Na porção sudoeste da bacia, são raras as oportunidades de se observar o contato basal das rochas sedimentares com seu embasamento, cujas características são cruciais para o entendimento dos processos de instalação da bacia e do início de seu preenchimento. Por meio de testemunhos de sondagem, teve-se acesso a toda a porção basal do Grupo Bambuí na região de Arcos (MG), incluindo seu embasamento. A seção amostrada exibe como embasamento um granodiorito arqueano (c. 2,8 -2,9 Ga), fortemente fraturado à época da sedimentação. A unidade basal do Grupo Bambuí é um tilito de alojamento maciço, polimítico, de espessura decimétrica. Grãos de zircão separados da matriz do tilito foram datados e exibem um pico principal de idades em c. 2,8 Ga, indicando proveniência do próprio embasamento. Sobre o tilito repousam calcários impuros, que passam gradativamente para um pacote pelítico, em tendência de preenchimento retrogradacional. Fragmentos terrígenos no calcário impuro sugerem que o embasamento tenha continuado a atuar como fonte durante a sedimentação dos metros iniciais da seção. As rochas pelíticas que ocorrem para o topo têm assinatura litoquímica compatível com fontes ácidas, e possuem idades-modelo Sm-Nd de 1,7 Ga. O acervo de dados sugere que rochas da Faixa Brasília tenham atuado como fonte para as rochas pelíticas, corroborando a interpretação de um caráter foreland para a bacia.Palavras-chave: Bacia Bambuí; Proveniência sedimentar; Zircões detríticos; Idade modelo; Arcos. ABSTRACTThe origin and evolution of Bambuí Basin has been a matter of debate, in much intensified by the recent exploratory efforts carried out by public and private companies looking for natural gas. In the southeastern portion of the basin there are rare opportunities to access the contact between the sedimentary rocks and its basement, whose characteristics are crucial to understanding the processes of basin installation and the early sedimentation. The analysis of drill cores allowed us to describe the lowermost Bambuí Group in Arcos (MG) region, including its basement. The sampled section displays as basement an archean granodiorite (ca. 2.8 -2.9 Ga), fractured at the time of sedimentation. The Bambuí Group basal unit is dm-thick, massive lodgment tillite. Grains of zircon separated from the tillite matrix were dated and show a main age peak at ca. 2.8 Ga, indicating provenance from the own basement. On the tillite rests an impure limestone that passes gradually to a muddy unit, in a retrogradational filling trend. Terrigenous fragments in the impure limestone suggests that the basement has continued to be a source of sediments in the bottom of the section. The pelitic rocks that occurs to the top has a litochemical signature compatible with acidic source rocks, and shows Sm-Nd mo...
Disponível on-line no endereço www.igc.usp.br/geologiausp -67 -Resumo Propõe-se neste trabalho a formalização da Formação Gorutuba, unidade que engloba os únicos registros remanescentes de ambientes litorâneos e continentais da margem leste da Bacia Bambuí, desenvolvida durante a Orogênese Brasiliana. As rochas da Formação Gorutuba são reconhecíveis em três áreas principais. Nas serras da Jaíba e Colonial, a unidade apresenta um pacote basal de brecha composta por clastos de calcário imersos em matriz arcoseana, que indicam o retrabalhamento do calcário da Formação Jaíba, subjacente. Arcósio ocorre na forma de lentes e camadas intercaladas na brecha, tornando-se predominante em direção ao topo da unidade, onde ocorrem corpos isolados de ortoconglomerado. Na Serra do Gorutuba, a unidade apresenta o mesmo arranjo estratigráfico, porém assenta-se diretamente sobre siltito da Formação Serra da Saudade. No Sinclinal de Buenópolis, por sua vez, arenitos arcoseanos com estratificações cruzadas acanaladas e eventuais lentes de conglomerado e pelito assentam-se sobre siltito da Formação Serra da Saudade, não ocorrendo a brecha basal. A Formação Gorutuba registra um período de soerguimento, exposição e erosão da extensa plataforma marinha representada pelo Grupo Bambuí. A brecha basal, que ocorre nas áreas mais a norte, registra importante discordância erosiva, associada ao retrabalhamento por ondas da plataforma carbonática Jaíba, cujo soerguimento se relaciona à intensa atividade tectônica do período. O aumento da contribuição siliciclástica para o topo está associado à progressiva instalação de um sistema fluvial de alta energia, que marca a fase de colmatação da bacia. A composição dos sedimentos siliciclásticos presentes na matriz da brecha e no restante da unidade sugere a exumação de fontes graníticas no Orógeno Araçuaí.Palavras-chave: Formação Gorutuba; Grupo Bambuí; Orógeno Araçuaí; Orogênese Brasiliana. AbstractIn this study, we formally introduce the Gorutuba Formation, unit that encompasses the remaining coastal and continental records of the eastern margin of the Bambuí Basin, evolved during the Brasiliano/Pan-Africano Orogeny. In Minas Gerais, the Gorutuba Formation occurs in three main localities. In Jaíba and Colonial ridges, the unit shows a basal layer of breccia composed by clasts of limestone in arcosean matrix, recording the erosion and reworking of the underlying Jaíba Formation. Arcose occurs as layers and lenses within the breccia, and becomes the main rock to the top, where shows some lenses of ortoconglomerate. In Gorutuba and Rompe Gibão ridges, the unit shows the same stratigraphic pattern, but lies on the Serra da Saudade siltstones. In Buenópolis Sincline, on the other hand, arcosean sandstone with through cross stratification and conglomerate lenses lie on siltstones from Serra da Saudade Formation, lacking the basal breccia. The Gorutuba Formation records an uplift, exposure and erosion stage of the wide Bambuí marine platform. The basal breccia, which occurs in the northernmost areas, reco...
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