Este sétimo número da REVISTA LITERARTES se atém a reflexões que se tecem entre o Fantástico e o Imaginário, considerando a necessidade precípua do homem em fabular. O imaginário, instância fabuladora e representativa capaz de organizar o real por meio de imagens, é lugar privilegiado para abrigar as reverberações do insólito nas suas múltiplas configurações, entre as quais o fantástico.Se entre os séculos XVIII e XIX o fantástico exigia a presença de um sobrenatural que se materializava na figura do fantasma, localizando-se a causa da angústia no ambiente externo, em meados do século XIX será uma dimensão psicológica do humano que abrigará o fantástico -a angústia, então, passou a ser encontrada no interior do sujeito, e sua manifestação se daria por alucinações e pela loucura.No século XX, "os fatos narrados são concebíveis somente na e pela narrativa" (BESSIÈRE, 1974, p. 13). Abarcando o universo da linguagem e por meio desta, o fantástico criará profunda incoerência entre os elementos do cotidiano; e a causa da angústia estará na falta de nexo, no surgimento do absurdo (CAMPRA, 2016, p. 141). Na contemporaneidade, o universo do fantástico tem revelado expressiva importância na configuração de narrativas que colaboram para representar ou questionar nossa própria realidade e a sociedade em que vivemos. No âmbito dos desafios impostos, leva o receptor a reconstruir -para compreender -o mundo híbrido e multifacetado em que vive.É sabido que as exigências para elaboração dessa categoria estética tornam-se cada vez mais engenhosas, pelo fato de o novo leitor ser conhecedor das configurações antigas e, também, por vivenciar uma realidade que, constantemente, remete a fenômenos
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