INTRODUÇÃOQuantos dentre nós, em meio às atividades corriqueiras, nos deparamos com a figura de um morador de rua? Considerando que eles habitam com freqüência vários logradouros públicos, é pertinente ponderar que todos nós já interagimos com essas pessoas.Contudo, se refletirmos sobre a qualidade destas interações, observaremos que comumente nós as olhamos amedrontados, de soslaio, com uma expressão de constrangimento. Alguns as vêem como perigosas, apressam o passo. Outros logo as consideram vagabundas e que ali estão por não quererem trabalhar, olhando-as com hostilidade. Muitos atravessam a rua com receio de serem abordados por pedido de esmola, ou mesmo por pré-conceberem que são pessoas sujas e mal cheirosas. Há também aqueles que delas sentem pena e olham-nas com comoção ou piedade. Enfim, é comum negligenciarmos involuntariamente o contato com elas. Habituados com suas presenças, parece que estamos dessensibilizados em relação à sua condição (sub) humana. Em atitude mais violenta, alguns chegam a xingá-las e até mesmo agredilas ou queimá-las, como em alguns lamentáveis casos noticiados pela imprensa.Observa-se, assim, a existência de representações sociais pejorativas, em relação à população em situação de rua, que se materializam nas relações sociais. Vagabundo, preguiçoso, bêbado, sujo, perigoso, coitado, mendigo... São designações comuns dirigidas às pessoas em situação de rua.Estes conteúdos interferem na constituição da identidade destas pessoas: é conhecimento socialmente compartilhado e utilizado como suporte para a construção de suas identidades pessoais. QUEM VOCÊS PENSAM QUE (ELAS) SÃO?REPRESENTAÇÕES SOBRE AS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA*. Ricardo Mendes Mattos Ricardo Franklin FerreiraUniversidade São Marcos RESUMO: No ponto de encontro entre o conceito de identidade como metamorfose humana e a categoria ideologia como forma de reproduzir relações sociais de dominação, o presente artigo discute a tipificação das pessoas em situação de rua como vagabundas, sujas, loucas, perigosas e coitadas. Tal conhecimento socialmente compartilhado acaba por legitimar a violência física contra estas pessoas, bem como servir de referência para a constituição de suas identidades pessoais. Face a este universo simbólico perverso que as acomete, são analisados a loucura (como fuga da realidade), o suicídio (como consumação material da morte simbólica em curso) e a resistência, a partir da transformação social (opondo-se a esta ideologia através da luta pelos seus direitos), como formas das pessoas em situação de rua elaborarem estas representações oriundas de suas condições sociais.PALAVRAS-CHAVE: psicologia social; situação de rua; identidade; ideologia; representação social. WHO DO YOU THINK THEY ARE? REPRESENTATIONS ABOUT HOMELESS PEOPLE.ABSTRACT: In the rendezvous of the concept of identity as cause of the human metamorphose and the category of ideology as a way to reproduce social domination, the present article discusses the labeling of the homeless people as vagabonds, dirty people, crazy persons, dangerou...
Este trabalho visa um dos problemas sociais mais severos que acometem a população da terceira idade: a rualização. Baseado na história de vida de um sujeito emblemático dessa condição, o trabalho aponta que a rualização faz parte de um círculo de pobreza e inserção prematura no mercado de trabalho, gerador de inserções temporárias, irregulares e instáveis no sistema produtivo. A vulnerabilidade familiar, o alcoolismo e a itinerância são destacados como componentes gerais dessa situação. Como plena realização do mito de Sísifo, tais circunstâncias favorecem a constituição de indivíduos presos em um eterno presente, como se carregassem seus fardos, para cima e para baixo, sem perspectivas e sem futuro, voltados para o único horizonte que conseguem vislumbrar: a espera da morte.
Tendo como base o debate sobre o sistema de cotas para negros nas universidades públicas, o presente artigo tem por objetivo explicitar os vários argumentos que configuram o campo de discussões acerca da implantação desse sistema, que constitui uma forma de ação afirmativa, visando a possíveis efeitos favoráveis dessa medida para o processo de construção da identidade do afro-brasileiro. Para tanto, recorreu-se à análise de diversos artigos e matérias publicadas pela imprensa escrita. Verificou-se a concentração dos debates, tanto das pessoas favoráveis ou contrárias às cotas, em seis esferas: ético/jurídica, étnica, político/assistencial, ideológica, pedagógica e das relações raciais. Por fim, concluiu-se que o debate sobre o sistema de cotas inaugura uma fase de discussões mais explícitas sobre as questões raciais, o que favorece a transformação do afro-descendente no sentido de atuar de forma crítica e emancipatória na conquista de seus direitos.
I experience the poetry of Roberto Piva in their erotic becomings, drifts politics and mystical deliriums, from a free reading his works Ode to Fernando Pessoa (1961), Piazzas (1964) and Thighs: sex-fiction and deliriums (1979). I adopt as a research method mainly a aesthetic experience, inspired by Brazilian authors of Psychology of Art, soaked of the delirious verve that Roberto Piva suggests to go their intertexts. To resonate erotic becomings is to move through body of delinquent boys who open the libertinage in cosmic and revolutionary reverberations. Walk their drifts politics leads to anarchy in the extreme limit of crime, and the poet's engagement in social movementssuch as the nihilistic movement, socialist movement and pioneering initiatives in Brazil in the sexual diversity and ecology. His mystical deliriums lead to volition of a chaos that fuses art and life, self and other, experienced in a ritual death that opens the world of rebirth in a meanings to be discovered.
Resumo: Acompanha-se a recepção da poesia de Roberto Piva no arco temporal de 1960 a 1990, no caleidoscópio que transfigura o poeta ora como "marginal" ou "homossexual-proletário", ora associado à anarquia, à ecologia e ao xamanismo.Palavras-chaves: Roberto Piva; Poesia Contemporânea; Recepção.Abstract: Analyses the reception of the Roberto Piva's poetry between 1960 and 1990, from the kaleidoscope that transfigures the poet sometimes as "marginal" or "proletarian-gay", sometimes associated with anarchy, ecology and shamanism.
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