Em 1958, o fotógrafo japonês Ken Domon (1909-1999) publicou a coletânea intitulada “Hiroshima”, na qual produziu narrativas icônico-discursivas sobre as vítimas da bomba atômica lançada pelo exército norte-americano na cidade homônima. O presente artigo tem por objetivo analisar os textos e as fotografias presentes no livro, tendo como recorte temporal o período de 1945 a 1958, marcado, respectivamente, pelo ataque nuclear e pela publicação de “Hiroshima”. Do ponto de vista teórico e metodológico, as imagens são concebidas como representações compostas a partir de signos fotográficos, seja pensadas como unidades, seja articuladas a outras fotografias e mesmo a textos. Como resultados, sugere-se que a coletânea, utilizando abordagem humanizadora e ressaltando as histórias de pessoas cujas vidas foram afetadas pela bomba atômica, foi publicada com o intuito de não permitir que os sofrimentos derivados da guerra fosse esquecidos, justamente num período em que a sociedade japonesa começava a apresentar indícios de prosperidade e acelerado crescimento econômico.
O livro da historiadora Edméia Ribeiro analisa o discurso costumbrista e hispanista inerente à coleção intitulada Las Mujeres Españolas, Portuguesas y Americanas, publicada nos anos 1870 pelo editor Miguel Guijarro. A fonte congrega artigos de diversos autores, bem como cromolitografias representando as mulheres hispânicas, portuguesas e brasileiras. Entretanto, ao versarem sobre o feminino, os autores utilizam-no como pretexto para discorrer sobre elementos como política, economia, sociedade e território numa conjuntura em que o império espanhol encontrava-se em processo de desagregação em razão dos movimentos de independência encetados pelas antigas colônias americanas. A coleção, nesse sentido, cria representações da Espanha como fundamento cultural e moral do mundo hispânico, prescrevendo, também, ideais e comportamentos relacionados às mulheres.Palavras-chave: Costrumbismo. Hispanismo. Mulheres.
Domon Ken dedicou quase três décadas de sua vida à produção da coletânea imagética “Koji junrei”, publicada entre 1963 e 1975, embora o trabalho tenha sido iniciado em 1939. Na obra, o fotógrafo japonês lançou-se a exaustivo registro da cultura material budista (envolvendo, sobretudo, a arquitetura de templos e a estatuária), independente da escola, em diferentes cidades do Japão. Busca-se, neste artigo, analisar textos e imagens que compõem a coletânea, aqui concebidos como fontes, atinando para os motivos que levaram Domon a realizar esse trabalho. Teórica e metodologicamente, a fotografia é entendida como representação articulada por meio de elementos da linguagem fotográfica. Como resultados, sugere-se que o fotógrafo construiu uma representação das entidades budistas de forma sensualizada, concebendo o Budismo como a essência da niponicidade na conjuntura do pós-guerra.
No Brasil, com o envelhecimento e a morte dos primeiros imigrantes nipônicos, o Budismo étnico tem enfrentado desafios para sua perpetuação. Tendo em vista esse contexto histórico, o objetivo deste artigo é analisar a difusão do Zen Budismo no Youtube no período de 2015 a 2017, utilizando como fontes primárias os vídeos da Monja Coen, religiosa não descendente de japoneses que tem atuado no universo midiático nos últimos anos. Como metodologia, os vídeos são discriminados em diferentes categorias, sendo analisados tanto a partir de seus conteúdos quanto de sua composição audiovisual. Da perspectiva teórica, são utilizados os conceitos de representação e apropriação propostos, respectivamente, por Roger Chartier e Michel de Certeau. Como resultados, percebe-se que a divulgação do Zen na Web tem permitido que a religião consiga transcender as fronteiras étnicas, seja com a divulgação das ideias e práticas em português, seja com o diálogo com questões da sociedade atual.
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