A Educação Ambiental Popular (EAP) contribui à formação num horizonte humanizador, potencializando relações de solidariedade e compromisso pela justiça socioambiental. O texto apresenta o processo de constituição de educadores ambientais populares em formação inicial e continuada por meio da Hermenêutica enquanto caminho epistemológico, viabilizando a leitura compreensiva das relações entre a extensão, ensino e pesquisa com base na proposta do Grupo de Estudos sobre Fundamentos da Educação Ambiental e Popular (GEFEAP) da Universidade Federal do Rio Grande. Considera-se que a EAP como eixo articulador formativo, instiga a redefinição de suas bases num horizonte criativo e transformador da esfera pedagógica, epistêmica e social. Esta redefinição garante o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão na universidade pública, reinserindo a extensão no espaço de fundamental potência à pesquisa e ao ensino.
A escrita que segue é oriunda de dissertação de mestrado e refere-se aos fundamentos que subsidiam a emergência de uma Educação Ambiental, com predicado Popular. Desse modo, este estudo busca compreender os fundamentos sobre os quais a Educação Ambiental Popular está ancorada, por meio do reconhecimento das aproximações identificadas entre dois campos que se convergem: Educação Ambiental e Educação Popular. Com efeito, questiona-se: Quais contribuições epistemológicas da Educação Ambiental e Educação Popular, por meio de suas trajetórias e conceitos, para a emergência da Educação Ambiental Popular? Para o alcance da questão lançada, considera-se a contribuição da perspectiva teórico-hermenêutica, utilizando técnicas de pesquisa bibliográfica e documental. Por meio da hermenêutica gadameriana enquanto uma postura metodológica, busca-se promover uma fusão de horizontes compreensivos, de modo a mergulhar em um universo interpretativo de atribuição de sentidos frente à temática destacada. Palavras-chave: Educação Ambiental. Educação Popular. Educação Ambiental Popular.
O presente estudo objetiva tecer algumas reflexões sobre as experiências vivencias num pré-universitário popular. Como contexto de abertura as possíveis compreensões acerca do tema, será evidenciado o Pré-Universitário Popular Quinta Superação vinculado ao Programa de Auxílio ao Ingresso nos Ensinos Técnico e Superior (PAIETS) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), buscando traçar, ao longo do texto, algumas considerações às práticas educativas desenvolvidas neste contexto. A seguir, o texto está organizado em três momentos: Primeiramente, detalhamos a aproximação com a temática da Educação Popular; após, traçaremos algumas considerações sobre o estudo pretendido, intentando a compreensão hermenêutica (PEREIRA, 2016) das dimensões implícitas nas práticas educativas desenvolvidas; por fim, apresentaremos as considerações. Acreditamos que na extensão universitária enquanto possibilidade de reivindicar não só uma academia mais democrática e popular, como um mundo mais igualitário.
Universidade Federal do Rio Grande -FURG Desde o processo de colonização-colonialidade a sociedade tem se orientado por padrões de ser e estar no mundo marcadamente eurocêntricos. Nosso cotidiano espelha, em grande escala, o resultado de uma racionalidade que construiu verdades e linguagens universais aceitas por todes.Esta racionalidade, construída a partir da força e do poder, ao se impor hegemonicamente no campo da existência e do saber impôs, de forma violenta, o silenciamento de outras vozes e, desta forma, negou outras humanidades e conhecimentos.A partir da construção de um estereótipo epistemológico erigiu uma sociedade patriarcal que pode ser compreendida a partir de uma relação em que de um lado estão aqueles que detêm o poder, sujeitos de privilégios e os donos do capital, os homens; e do outro estão as mulheres e todas as outras populações subalternizadas, sem absolutamente qualquer poder.Portanto, uma sociedade construída a partir da desigualdade, da cisheteronormatividade, da branquitude, do etarismo e do capacitismo, visto que, se o homem branco europeu burguês é a norma, todos os outros estão fora da norma e, portanto, inferiores.A educação não escapou deste sistema. Ela não está além ou fora da sociedade, e por isso, é marcadamente patriarcal, obedece aos princípios e as regras do patriarcado e como sistema de reprodução, reproduz a dominação e a violência sob o manto do monoconhecimento universal.É neste cenário que pensamos a Educação Ambiental, como um campo de conhecimento que se propõe, na contramão do que está estabelecido, a uma 5 Doutoranda em Educação Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande -FURG. Mestra em Educação Ambiental (PPGEA/FURG). Pedagoga (FURG). Professora convidada da Universidade Federal do Norte do Tocantins -UFNT. Pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em História, Educação e Artes (GEPHEA/UFNT). Editora-assistente da revista Ambiente & Educação da FURG.
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