Re sumo O presente artigo tem por objetivo elaborar um painel analítico das principais contribuições e interpretações de Anhaia Melo sobre a problemática do crescimento das cidades, para o urbanismo paulistano. A partir de amplo levantamento bibliográfico, o artigo pretende apontar como se deu a transposição de concepções urbanísticas para o meio acadêmico e, ao mesmo tempo, jurídico-normativo da cidade de São Paulo, resultando na propositura de arcabouço regulador do uso e da ocupação do solo, cristalizado em "O Plano Regional de São Paulo". Acessamos o acervo da biblioteca da FAUUSP, com a finalidade de selecionar documentos, e o acervo da família de Anhaia Mello, com o objetivo de reconstruir a trajetória intelectual e profissional do urbanista e catedrático. A sistematização dos dados coletados nesses acervos, confrontados com o levantamento bibliográfico, foi fundamental para a reconstrução das reflexões de Anhaia Mello acerca dos rumos que deveria tomar o desenvolvimento da malha urbana da cidade de São Paulo de meados do século 20. Tendo como fio condutor as análises produzidas por Anhaia Mello, foi possível identificar a cristalização de uma proposta urbanística para a cidade, que apostava na reversão do ciclo metropolitano, por meio da contenção do crescimento urbano, via aplicação da concepção teórica da cidade-jardim, das propostas de Le Corbusier e da Escola de Chicago.
O presente artigo pretende demonstrar o constructo do pensamento e as ações concretas do urbanista Anhaia Mello, um dos pioneiros teóricos do urbanismo brasileiro. A recuperação de suas teses e dissertações possibilitou revelar uma ampla rede de relações e debates travados entre os principais urbanistas que se dedicaram, nas primeiras décadas do século XX, à transposição e à (re) significação de um conjunto de propostas urbanas que dialogavam com a problemática urbana das cidades industriais. Nosso procedimento de pesquisa contou com a sistematização de fontes documentais, decretos, leis, atos municipais e artigos escritos por urbanistas brasileiros que tematizaram a problemática urbana. A realidade paulistana das primeiras décadas do século XX foi sulcada por várias propostas de urbanização conduzidas, dentre outros, por Luiz Ignácio Romeiro de Anhaia Mello e Francisco Prestes Maia
O presente artigo pretende elencar as principais influências sofridas por arquitetos urbanistas na formulação de um pensamento urbanístico paulista. Desta forma, discutiremos as principais questões levantadas no período, desde as primeiras décadas do século XX até o fim da década de 1950, buscando antever como engenheiros e arquitetos trabalharam ao incorporar as propostas urbanísticas americana e europeia. Destarte, apresentaremos, nas três primeiras seções deste artigo, as concepções que efetivamente impactaram o pensamento urbano paulista da primeira metade do século XX: Sanitarismo, concepção pendular: entre a Teoria Mesológica e a Teoria Microbiana; A formulação historicista de Camillo Sitte; A cidade-jardim de Howard e a experiência francesa. Nossas análises foram elaboradas a partir de ampla sistematização bibliográfica e documental realizada no Arquivo Histórico Municipal (Intermediário) de Araraquara (SP), consultas ao acervo da biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp de Araraquara. As análises dos levantamentos sistematizados apontam que se efetivaram duas correntes urbanistas no estado de São Paulo, com nítidas influências das concepções que conduziram os debates dos urbanistas na primeira metade do século XX. Entretanto, essas concepções compõem um quadro de intervenções urbanas na cidade de São Paulo e, visivelmente, em algumas cidades do interior paulista anteriores à solidificação de uma proposta interventora totalizante de cidade, denominada, posteriormente, de Plano Diretor.Palavras-chave: pensamento urbano, planejamento urbano, democracia, participação, políticas públicas.Sanitarismo, concepção pendular: entre a teoria mesológica e a teoria microbiana D esde o século XIX, 1 as cidades, não só do Brasil, vinham sendo problematizadas em diversos aspectos. Os médicos exerceram papel importante nesse processo, por levantar uma de suas questões centrais: a higiene. Engenheiros sanitaristas do fim do século XIX apresentaram e concretizaram, de forma mais centrada e cabal, as questões e soluções que os médicos estavam elaborando desde o início desse século. Classificamos em três as principais questões urbanas elaboradas nesse período: a higiene, a circulação e a estética. O fator econômico perpassava todas elas.1. Segundo Costa ( 2003), a partir do século XVIII, principalmente na Europa, a cidade antiga (medieval) sofreu uma série de críticas, sobretudo quanto à higiene e à circulação.
A primazia da moradia articula-se com o território, esquadrinhados em bairros, cujos próprios nomes podem refletir os conceitos de luxúria, privilégios, pobreza e submissão, como sendo a urdidura das assimetrias de poder político e social. Com essa premissa, o presente artigo apresenta a simbologia do espaço urbano através de sua toponímia, como representação concreta da rígida estrutura tradicional, conservadora e excludente das cidades. Para este estudo, foram selecionados dois municípios médios – Araraquara e Taubaté, no estado de São Paulo. Tendo o toponímio como referência e classificando o conjunto de nomes a partir da taxinomia de Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick, aponta-se o contraste simbólico dos nomes entre os conjuntos habitacionais voltados para população pobre e os condomínios e bairros voltados para a população rica, em ambos os casos tendo as classes dominantes como as detentoras do poder de nomeação do espaço e criação de significados.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.