Staphylococcus aureus (S. aureus) destaca-se como um dos agentes etiológicos mais frequentes da mastite bovina, que causa os maiores prejuízos econômicos à pecuária leiteira brasileira. Visando avaliar o perfil de sensibilidade deste agente aos antimicrobianos, 352 isolados provenientes de 35 rebanhos leiteiros localizados em Minas Gerais foram submetidos a testes de antibiograma, utilizando-se a técnica de difusão em disco. Nitrofurantoína, bem como as associações de neomicina, bacitracina e tetraciclina (NBT) e penicilina, nafcilina e dihidroestreptomicina (PND), apresentaram 100% de eficiência in vitro. Foram verificados baixos índices de resistência no grupo das cefalosporinas, com valores de 0, 0,28 e 0,40% para cefquimona, cefalotina e ceftiofur, respectivamente. Entre os aminoglicosídeos, observou-se 1,69% de resistência para gentamicina e 3,35% para a neomicina. O maior índice de resistência foi observado para polimixina B (82%), seguido pelos betalactâmicos, ampicilina e penicilina, com índices de resistência de 80,92 e 80,45%, respectivamente. Níveis intermediários de resistência foram observados para tetraciclina, lincomicina, cefoperazona e sulfazotrim. Entre os isolados testados, 65 (18,15%), oriundos de 24 dentre os 35 rebanhos estudados, apresentaram multirresistência (índice MAR ≥ 0,2). Os resultados apontaram grande variação nos perfis de resistência aos antimicrobianos, assim como a ocorrência de múltipla resistência entre algumas cepas estudadas, salientando a necessidade de testes de antibiograma para a escolha dos antimicrobianos mais adequados para o tratamento ou prevenção de mastite causada por S. aureus.
This study investigated the engagement of women in animal husbandry in agroecological transitions scenarios and reflects on the advancements and challenges encountered in overcoming gender inequalities in rural areas. Semi-structured interviews and participant observation were conducted in nine properties in three municipalities in the region of Zona da Mata of Minas Gerais State. Women are involved in husbandry of different animal species, and participate in the management, processing, and marketing of products, contributing to food diversification, self-consumption, and income generation. Overcoming gender inequality in an agroecological scenario requires making the work and knowledge of women farmers visible and increasing their prominence, while ensuring economic valuation of their work and access to the market through public policies aligned with the reality of animal production in agroecological family agriculture contexts.
No abstract
A formação acadêmica em Medicina Veterinária é um campo social com gênese fortemente associada à divisão sexual do trabalho, com predomínio inicial de indivíduos do sexo masculino e recente processo de feminização. Propôs-se, neste estudo, um olhar sobre as assimetrias de gênero na formação universitária em Medicina Veterinária, mais especificamente nas mediações de gênero operadas por meio do currículo oculto. Os seguintes pressupostos foram adotados: (i) o currículo oculto é uma expressão do habitus; (ii) a formação universitária em Medicina Veterinária é um campo social; e (iii) o gênero está na base das relações de poder que constituem os campos sociais. Ou seja, não se nasce Médica/o Veterinária/o, torna-se Médica/o Veterinária/o. Em diálogo com as teorias sociológicas de Pierre Bourdieu e a teoria feminista, buscou-se compreender como as relações de gênero e o currículo oculto operam para a produção/incorporação do habitus. O percurso metodológico foi divido em duas etapas, a primeira de coleta e sistematização de dados, constituída pela pesquisa documental (Censo da Educação Superior dos cursos e estudantes de Medicina Veterinária do Brasil, de 1998 a 2019; Dados dos estudantes de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Viçosa, de 1932 a 2019; Atos normativos sobre a criação e regulamentação dos cursos de Medicina Veterinária do Brasil, de 1910 a 2019; Publicações do Conselho Federal de Medicina Veterinária), observação participante, entrevistas (com professores e estudantes do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Viçosa) e diário de campo. A segunda etapa consistiu na análise dos dados, por meio da pré- análise, exploração do material, tratamento e interpretação dos resultados. Dessa forma, reuniu-se e analisou-se um grande número de informações acerca do contexto em que foi criado o campo de formação universitária em Medicina Veterinária e as trajetórias sociais dos cursos e agentes. O movimento de criação e expansão dos cursos foi dividido em quatro ondas, que começam com pequenas mudanças e culminam com um acontecimento maior que marca o período. A primeira onda é representada pela associação da Medicina Veterinária ao exército e aos cursos de hipiatria; a segunda onda é marcada pela associação às ciências agrárias, pertencimento ao Ministério da Agricultura, extensão rural e revolução verde; a terceira onda está associada às ciências da saúde, instituição da LDB96, mobilização para o fim do currículo mínimo e instituição das DCNs; e a quarta onda, refere-se à expansão do número de cursos e mudança no perfil dos estudantes (55% das matrículas em Medicina Veterinária no Brasil passam a ser do sexo feminino). O curso de graduação em Medicina Veterinária, inicialmente ocupado apenas por homens, tem, atualmente, seu corpo discente majoritariamente ocupado por mulheres. Tal crescimento quantitativo não necessariamente informa igualdade entre homens e mulheres e sim que, na medida em que os espaços que vão sendo paulatinamente ocupados por mulheres, informam desigualdades de gênero. Especificamente quando se trata da Medicina Veterinária, dar visibilidade às questões de gênero que perpassam a formação dos/as estudantes contribui para a crítica dos modelos atuais de formação que reforçam espaços de atuação e a produção de conhecimentos hierarquizados. Palavras-chave: Classe social. Gênero. Habitus. Raça/Etnia. Socialização secundária.
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