INTRODUÇÃOA infestação pelo Ascaris lumbricoides representa a principal forma parasitária que acomete a espécie humana 1,2 . Usualmente este verme se instala na luz intestinal, porém em alguns casos, os vermes podem migrar para outros locais como ductos pancreáticos, ductos biliares, vesícula biliar e apêndice cecal podendo complicar com colangite, colecistite, abscesso hepático, pancreatite, apendicite 2 . A ascaridíase das vias biliares, embora rara, constitui-se na mais freqüente ascaridíase ectópica sendo mais raramente encontrada na vesícula biliar 2 . O objetivo deste trabalho é relatar um caso de colecistite aguda por Áscaris com revisão da literatura. RELATO DO CASOPaciente sexo masculino, 35 anos, pardo, atendido no Ambulatório de Cirurgia Geral do Hospital Geral Severiano da Fonseca (Sanatório) com dor no quadrante superior direito do abdome irradiando-se para o dorso, acompanhada de vômitos e febre há três dias. Referia dores semelhantes anteriormente. Ao exame apresentava-se com bom estado geral. Abdome apresentava-se doloroso no hipocôndrio direito e epigástrio, sem irritação peritoneal e com sinal de Murphy presente.A ultrassonografia (US) do abdome evidenciou vesícula biliar com espessamento dA parede e um Ascaris lumbricoides no seu interior. Apresentava-se com discreta leucocitose (12.000 leucócitos) sem desvio à esquerda; endoscopia digestiva alta sem alterações.Foi realizada colecistectomia convencional na qual foi detectada a presença de verme morto no interior da vesícula biliar (Figura 1). Iniciou-se antibioticoterapia com cefalotina duas horas antes da cirurgia até o 3 O dia de pós-operatório. O paciente recebeu alta hospitalar no 4 O dia de pós-operatório sendo tratado com albendazol 400mg por três dias. DISCUSSÃOA invasão das vias biliares por Ascaris é justificada por alguns autores como uma tendência dos vermes em penetrar em pequenos orifícios 3 . No entanto, é raro haver invasão da vesícula biliar devido à tortuosidade e ao diâmetro reduzido do ducto cístico 1,4 . O diagnóstico pode ser feito durante a cirurgia ou através da US ou colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPRE) 4 . O quadro clínico da ascaridíase biliar quase sempre assemelha-se a outras colecistopatias, sobretudo as litiásicas 3 . O paciente apresenta-se com dor no quadrante superior direito, por vezes associada a febre, vômitos e icterícia 3 . No presente caso, o paciente apresentou todos estes sinais e sintomas exceto icterícia.A ultrassonogria da vesícula biliar com ascaridíase pode revelar espessamento da parede, imagem linear ecogênica sem sombra acústica, com ou sem movimentos e uma fina linha hipoecogênica 4 . Neste caso a US evidenciou imagem cilíndrica ecogênica bem definida com três camadas, sem movimento e vesícula de parede espessada contendo um Ascaris.A CPRE representa o exame de maior sensibilidade, além do seu papel terapêutico na remoção endoscópica do verme nas vias biliares 3,4 . No entanto, este método é mais caro, tecnicamente mais difícil, invasivo, mais demorado e requer anestesia geral ...
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