Este texto tem por objetivo analisar a Google for Education para além de uma plataforma, e sim, como um veículo promotor de pedagogias culturais no âmbito educacional. Interessa-nos compreender como este tipo de agente digital se posiciona no contexto da educação a distância, mais especificamente, a maneira como representa a si e aos seus produtos diante das expectativas geradas pelo atual momento da educação no Brasil. A maneira como esta passou a ser percebida, a partir do crescimento das chamadas Big Techs, gigantescos conglomerados de tecnologia com influência e alcance global, tem relação com a expansão da racionalidade neoliberal e do capitalismo informacional que embasam os discursos e representações sobre a educação a distância. Neste sentido, nos propomos a analisar as peças publicitárias da Google for Education, como elas ensinam a educar a distância, em uma lógica mercadológica, vinculando através de imagens e discursos os seus produtos à ideia de qualidade e garantia de excelência na educação. Para tanto, utilizaremos da metodologia de Fairclough (2001), chamada de Análise de Discurso Textualmente Orientada, naquilo em que ela nos permite compreender em termos de conexão entre recursos linguísticos utilizados em textos reais, e os mecanismos simbólicos de poder. Ao término do texto, buscamos demonstrar o impacto causado pelo avanço da lógica neoliberal sobre os sistemas educacionais no Brasil.
Este artigo examina a geopoética contida na narrativa euclidiana a respeito do sertão nordestino, tendo como base o livro Os sertões. Obra original e inquietante foi responsável por trazer outro olhar sobre o interior do país, apresentando aos seus leitores um Brasil profundo onde as utopias de progresso e civilização encontravam a resistência tanto nos homens como na terra. Homem de letras e ciências, designado para acompanhar o episódio final protagonizado pelo exército nacional que combatia os sertanejos na vila de Canudos, interior da Bahia, acabou por deparar-se com questões sociais relacionadas ao abandono por parte do Estado e as intempéries da terra. Crítico e reflexivo teve que refazer muitos dos seus conceitos sobre as transformações por que passava o Brasil naquele período, em especial da vida em locais onde o meio físico se apresenta de forma tão intensa como é o caso do sertão baiano. Vista de forma integral o cenário descrito pelo autor vai além da aridez com que se construiu ao longo dos anos a imagem feita sobre o sertão e o sertanejo, pintando com palavras a transformação da natureza no nordeste do país.
Resumo O presente artigo discute, a partir da perspectiva da historiografia contemporânea e dos pressupostos da análise cultural, alguns dos embates ocorridos entre populares e policiais, na região central da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, entre os anos de 1890-1920. Nesse sentido, o objetivo central deste estudo é mapear e analisar nos processos criminais selecionados os discursos e as representações construídas pelos populares neles envolvidos, particularmente, como narraram a si próprios e como foram narrados pelas autoridades policiais e judiciais. Além disso, pretende-se explorar de que forma esses populares resistiram às práticas moralizadoras implementadas durante o processo de modernização em curso na cidade de Porto Alegre. Ademais, parte-se do contexto de modernização implementado na cidade a fim de situarmos as medidas postas em prática pelas elites urbanas, pela polícia e pelo aparato judicial. Ao término deste estudo, pretende-se demonstrar que os processos criminais contribuem sobremaneira para o conhecimento dos valores, das atitudes e das experiências cotidianas dos grupos populares durante os processos de modernização urbana.
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