RESUMO O ensino médico tradicional possui suas bases históricas sustentadas pelo positivismo francês e pelo Relatório Flexner, refletindo-se, atualmente, na divisão dos ciclos básico e profissionalizante. Essa divisão é objeto de constante debate há décadas, dando espaço para que outros modelos de ensino médico fossem propostos e desenvolvidos. Muitos aspectos da educação médica tradicional são alvos de crítica, como, por exemplo, o mecanicismo, o biologicismo, o individualismo, o hospitalocentrismo e a especialização precoce. A desarticulação entre os ciclos básico e profissionalizante, frequentemente destacada, impede que o conteúdo do ciclo básico seja transmitido de forma a manter sua aplicabilidade no ciclo profissionalizante ou na futura atuação médica. O presente artigo avalia essa articulação entre os ciclos do curso de Medicina da Universidade Federal do Paraná segundo a visão singular do aluno e pesquisa a influência da articulação na qualidade do ensino. Um questionário desenvolvido pelos autores, composto por questões relacionadas ao ensino do ciclo básico e por tabelas que permitem a correlação entre as disciplinas dos ciclos, foi aplicado aos alunos do oitavo período do curso de Medicina. As tabelas apresentam correlação das disciplinas de maneira tanto individualizada quanto agrupada nos períodos do ciclo básico. Também foi requisitado que os alunos avaliassem possíveis propostas que incrementassem a articulação entre os ciclos. Os principais resultados da pesquisa foram: 63% dos alunos consideram que o ciclo básico tem importância significante para a futura prática médica; 77°% consideram-se insatisfeitos com o ensino do ciclo básico; 94% consideraram ter assimilado menos que 60% do conteúdo ministrado durante o ciclo básico, sendo que 65% dos alunos avaliaram este conteúdo assimilado como pouco útil; 52% já pensaram em desistir do curso de Medicina, metade deles durante o ciclo básico; destes últimos, 44% correlacionam esta intenção com a falta de integração entre os ciclos. A análise global da articulação nas tabelas evidenciou que 59% de todas as disciplinas do ciclo básico foram avaliadas como não articuladas com o ciclo profissionalizante. Já a análise individualizada nas tabelas mostrou que a disciplina de Fisiologia, por exemplo, foi avaliada com articulação insignificante por até 70% dos alunos, e, quando em relação às disciplinas clínicas correlatas, essa mesma avaliação perfez a opinião de até 44% dos estudantes. Portanto, percebe-se que há uma incapacidade do ciclo básico em transmitir um conteúdo adequado ao aprendizado e que seja condizente com o ciclo profissionalizante. Os resultados da pesquisa reafirmam, por meio de dados objetivos e quantitativos, a fragmentação do curso de Medicina, característica ainda predominante nos currículos das escolas mais tradicionais. O trabalho revisa a temática nos cenários nacional e internacional, evidenciando a abrangência do assunto, além de inquirir e propor abordagens que possam auxiliar na articulação entre os ciclos, resgatando as principais discussões acerca da solução dos problemas que envolvem a formação médica integral.
Indications: corridor and limits of exposure: This approach is intended for tumors centered in the jugular foramen with extensions between intracranial and extracranial spaces, possible spread to the middle ear, and variable bony destruction. 1,2 Anatomic essentials: need for preoperative planning and assessment: Jugular foramen paragangliomas are complex lesions that usually invade and fill related venous structures. They present complex relationships with skull base neurovascular structures as internal carotid artery, lower cranial nerves (CNs), middle ear, and mastoid segment of facial nerve. In this way, it is essential to perform an adequate preoperative vascular study to evaluate sinus patency and the tumor blood supply, besides a computed tomography scan to depict bone erosion. Essential steps of the procedure: Mastoidectomy through an infralabyrinthine route up to open the lateral border of jugular foramen, allowing exposure from the sigmoid sinus to internal jugular vein. Skeletonization of facial canal without exposure of facial nerve is performed and opening of facial recess to give access to the middle ear in way of a fallopian bridge technique. 2-10 Pitfalls/avoidance of complications: If there is preoperative preservation of lower CN function, it is important to not remove the anteromedial wall of the internal jugular vein and jugular bulb. In addition, facial nerve should be exposed just in case of preoperative facial palsy to decompress or reconstruct the nerve. Variants and indications for their use: Variations are related mainly with temporal bone drilling depending on the extensions of the lesion, its source of blood supply, and preoperative preservation of CN function. Informed consent was obtained from the patient for the procedure and publication of his image. Anatomy images were used with permission from: • Ceccato GHW, Candido DNC, and Borba LAB. Infratemporal fossa approach to the jugular foramen. In: Borba LAB and de Oliveira JG. Microsurgical and Endoscopic Approaches to the Skull Base. Thieme Medical Publishers. 2021. • Ceccato GHW, Candido DNC, de Oliveira JG, and Borba LAB. Microsurgical Anatomy of the Jugular Foramen. In: Borba LAB and de Oliveira JG. Microsurgical and Endoscopic Approaches to the Skull Base. Thieme Medical Publishers. 2021.
Introduction Ventriculoperitoneal (VP) shunt is commonly used in the treatment of hydrocephalus and may present complications in up to 30% of patients. The present report addresses an uncommon complication in the abdominal cavity, in which the catheter caused extrinsic compression of the gastric wall. Case report A 30-year-old man presented a decreased level of consciousness, associated with severe headache and vomiting. He had a history of congenital neurotoxoplasmosis and VP shunt insertion at 7 years of age. Imaging exams demonstrated the formation of an encapsulated retrogastric pseudocyst and extrinsic compression of the gastric wall by a VP shunt catheter. Through videolaparoscopy, decompression of the gastric wall and removal of the pseudocyst were performed, with the reestablishment of the drainage of cerebrospinal fluid. An analysis of the distal fragment of the removed catheter revealed obstruction by fibrotic material. The patient was discharged with a reestablished baseline after four days of hospitalization. Comments The literature shows that ∼ 47% of the complications presented by patients are related to the distal end of the catheter, and 8.2% of these come from migration to the abdominal cavity. However, there is an extreme paucity of studies that demonstrate extrinsic compression of the gastric wall by a VP shunt catheter. Therefore, we suggest that further studies on complications involving the VP shunt be performed to improve diagnostic and therapeutic results, in addition to complementing the literature on this complication.
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