Refletir sobre o consumo na modernidade abre caminho para pensar a possibilidade de surgimento de ações criminosas como meio de acesso a bens, ofertando a alguns indivíduos a chave de entrada a grupos sociais dos quais somente é possível pertencer através da posse de elementos distintivos. O objetivo deste artigo é discutir conceitos que sejam capazes de relacionar a comunicação, o consumo e o crime na juventude, a partir da pergunta: é possível haver conexão entre o discurso midiático (direto ou subliminar) - o conjunto de narrativas jornalísticas, publicitárias e de entretenimento sobre o consumo e o uso de bens - e a construção da identidade dos jovens, conduzindo alguns deles às ações criminosas como forma de posse desses objetos? A compreensão da dimensão cultural do ato criminoso como meio de acesso aos bens surge através da interface de estudos acerca do consumo, da juventude e do crime.
Rapid advances in technology brought dramatic changes into the labour market, regarding precarious, flexible and informal work. The gig economy has enabled new forms of labour exploitation, social exclusion, intermittent and vulnerable professional trajectories. Not having fully recovered from the Great Recession, the Portuguese society is crossing a Covid-19 global pandemic which has accelerated the digitalisation and platformisation of work fecting not only the value chains, but the labour market dynamics in a heterogenous way. Between 2019 and 2020, 53 in-depth interviews were conducted with precarious workers in Portugal, comprising a focus on 15 life trajectories from digital platform workers. Through their voices, it was concluded that job insecurity is deeply intertwined with the global supply chain management operated by algorithmic control. Most of platform companies threaten established employment relationships, atomising workers who live in the present time without any future aspirations.
O objetivo deste artigo é o de problematizar algumas das principais vertentes das sociologias do indivíduo com a intenção de colaborar para uma melhor compreensão dos conceitos e métodos que têm sido mobilizados para a objetivação sociológica da existência individual. São discutidas três perspectivas centrais deste campo: a teoria da ação de Bernard Lahire, a teoria dos hábitos de Jean-Claude Kaufmann e a teoria da individuação de Danilo Martuccelli. A escolha desses autores considerou o tipo similar da prática sociológica que realizam, sustentada numa contínua relação entre a pesquisa e a teorização original. O artigo apresenta as contribuições das sociologias do indivíduo para a teoria sociológica contemporânea, sublinhando-as como parte de um campo teórico-metodológico heterogêneo ainda em desenvolvimento.
Refletir sobre o consumo na modernidade abre caminho para pensar a possibilidade de surgimento de ações criminosas como meio de acesso a bens, ofertando a alguns indivíduos a chave de entrada a grupos sociais dos quais somente é possível pertencer através da posse de elementos distintivos. O objetivo deste artigo é discutir conceitos que sejam capazes de relacionar a comunicação, o consumo e o crime na juventude, a partir da pergunta: é possível haver conexão entre o discurso midiático (direto ou subliminar) – o conjunto de narrativas jornalísticas, publicitárias e de entretenimento sobre o consumo e o uso de bens – e a construção da identidade dos jovens, conduzindo alguns deles às ações criminosas como forma de posse desses objetos? A compreensão da dimensão cultural do ato criminoso como meio de acesso aos bens surge através da interface de estudos acerca do consumo, da juventude e do crime. PALAVRAS-CHAVE: Cultura de consumo. Mídia. Significante e significado. Juventude. Crime. MEDIA, CONSUMPTION AND CRIME IN YOUTH: the construction of a new theoretical tracing Patricia Bandeira de Melo Rodrigo Vieira de Assis Considerations on consumption in modernity open up ways to think about the possibility of the emergence of criminal actions as a means of access to goods, giving to some people the key to belong to social groups, in which one can only take part with the possession of distinctive elements. This paper aims at discussing concepts that can relate to communication, consumption and crime in youth, based on the question: is it possible to establish a connection between the media discourse (direct or subliminal) – a set of journalistic advertising and entertainment narratives on the consumption and use of goods - and the construction of youth identity, leading some of them to criminal actions as a way to possess these objects? The understanding of the cultural dimension of the criminal act as a means of access to goods emerges through the interface of studies about consumption, youth and crime. KEY WORDS: consumption culture, media, significant and meaning, youth, crime. MÉDIAS, CONSOMMATION ET CRIME DE JEUNESSE: la construction d’un parcours théorique Patricia Bandeira de Melo Rodrigo Vieira de Assis Faire une réflexion sur la consommation dans la modernité conduit à penser qu’il est possible que des actions criminelles surgissent comme moyen d’accès aux biens qui, pour certains individus, ouvrent les portes de groupes sociaux dans lesquels il n’est possible d’entrer que lorsqu’on possède des éléments distinctifs. L’objectif visé dans cet article est de discuter des concepts qui sont en mesure de faire le lien entre la communication, la consommation et la criminalité chez les jeunes en se posant la question suivante: est-il possible qu’il y ait un lien entre le discours des médias (direct ou sous-entendu) – l’ensemble des récits journalistiques, publicitaires et des divertissements sur la consommation et l’usage de biens – et la construction de l’identité des jeunes, les conduisant, pour certains d’entre eux, à commettre des actions criminelles pour accéder à la propriété de ces objets? La compréhension de la dimension culturelle d’un acte criminel en tant que moyen d’accéder aux biens surgit de l’interface d’études réalisées sur la consommation, les jeunes et la criminalité. MOTS-CLÉS: Culture de la consommation. Médias. Signifiant e signifié. Jeunesse. Crime. Publicação Online do Caderno CRH no Scielo: http://www.scielo.br/ccrh Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.br
Frédéric Vandenberghe é hoje um dos grandes nomes da teoria social no Brasil. Rodou o mundo e chegou ao país em 2003. Nasceu na Belgica, onde iniciou sua formação em ciências sociais e políticas (RU Gent, 1988), e migrou para a França ainda jovem para dar continuidade a sua formação acadêmica, realizando seu mestrado (1989) e doutorado (1994) na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS). A sua tese Une histoire critique de la sociologie allemande (1997-98, 2 vols.) foi traduzida para o inglês, turco e português. Lecionou sociologia em inúmeras universidades, nomeadamente na University of California (EUA), Manchester University (UK), European University Institute (Itália), Brunel University London (UK) e Université Catholique de Louvain-la-Neuve (Belgica). No Brasil colaborou com a Universidade de Brasília (UnB), com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com o antigo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ) e com o Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP/UERJ). Mora no Rio de Janeiro desde 2005. Atualmente é professor e pesquisador do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFCS/UFRJ) e coordena o Núcleo de Pesquisa Sociofilo: (co)laboratório de teoria social. Publicou (entre outros) As sociologias de Georg Simmel (2018); Teoria social realista (2010); Pós-humanismo ou a lógica cultural do neocapitalismo global (2017); e, com Jean-François Véran, Para além do habitus: teoria social pós-bourdieusiana (2017). O leitor interessado poderá encontrar os seus textos e baixá-los no seu site pessoal: http://frederic.vdb.brainwaves.be/
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