Resumo Apresentamos uma concepção pragmática sobre matemática aplicada às Ciências Naturais. Se, historicamente, muitas teorias matemáticas foram desenvolvidas independentemente das teorias físicas, por que muitas dessas primeiras foram tão eficazes nas teorias físicas? Defendemos a existência de um isomorfismo inicial, entre estruturas matemáticas e teoréticas, o conectamos com a busca heurística por regularidades e, em seguida, demonstramos como tal busca lança luz a nossa questão central. Porém, vale ressaltar que esse isomorfismo nem sempre é preservado quando aplicado a fins científicos. Assim, apresentamos a atitude operacional dos cientistas em usar e manipular ferramentas matemáticas para resolver problemas teóricos. A matemática pura fornece uma variedade de estruturas nas quais, quando aplicadas à física, tornam-se relações entre quantidades ou entre observáveis. Os cientistas adaptam e moldam as teorias matemáticas em diferentes níveis para torná-las ferramentas úteis para compreender as regularidades no mundo natural. Finalmente, concluímos que essa similaridade isomórfica e a plasticidade no uso operacional de ferramentas matemáticas na física nos dá a possibilidade de fazer com que a matemática (não mais tão pura) seja bem-sucedida em aplicações. Chamamos a nossa síntese de abordagens ao problema de estruturalismo pagmático. As conseqüências dessa discussão para os fundamentos da matemática também são apresentadas.

INTRODUÇÃOA água é um recurso imprescindível presente na natureza, constitui parte importante de todas as matérias do ambiente natural ou antrópico e de extrema importância para o desenvolvimento dos ecossistemas, ela possui um valor econômico que reflete diretamente nas condições socioeconômicas das diversas populações mundiais. (BRANDT et al., 2015).Para o controle sobre a qualidade da água, no Brasil, foi instituída a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, a Lei nº 9.433, em janeiro de 1997, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, este, por sua vez, alterou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Tudo isso, em função da carga poluidora advinda do crescimento populacional e da urbanização descontrolada e sem acompanhamento dos serviços essências como, por exemplo, o saneamento básico GASPAR; CONCEIÇÃO, 2017).Ademais, as fontes geradoras da poluição dos recursos hídricos não serão encontradas olhando-se apenas para dentro da água. A bacia hidrográfica, como elemento de gerenciamento, deve incorporar todo o sistema rio-bacia hidrográfica com o intuito de integrar outros recursos ambientais e investigar a estrutura ambiental. Os diversos processos que influenciam na qualidade da água integram o frágil equilíbrio dos ecossistemas aquáticos, por essa razão, qualquer mudança física química e climática modifica a propriedade da bacia hidrográfica (HARDT et al., 2011).Consequentemente, a poluição das águas é um conjunto de atividades humanas, sejam elas domésticas ou industriais, que alcançam os cursos superficiais e subterrâneas de formas diversas. Nesse contexto, tem-se observado a inevitabilidade de avaliar e monitorar as mudanças ambientais e os efeitos sobre os recursos hídricos, especialmente em relação à presença de metais pesados: Ferro (Fe); Mercúrio (Hg) e aos parâmetros físico-químicos. O monitoramento liminológico tem a finalidade de avaliar os ecossistemas fluviais e oferece aporte para uma análise integrada da sua qualidade (MIRANDA et al., 2009).De acordo com Glória et al., (2017) "o acompanhamento da qualidade de um recurso hídrico, através de amostragem segundo sua característica, busca conseguir informações qualitativas e quantitativas, alcançando propósitos específicos, como o conhecimento das condições biológicas, químicas, físicas e ecológicas, e enquadramentos em classes ou para fiscalização." Com o aumento populacional e o consumo cada vez maior de água, e consequentemente o crescimento da poluição e dos impactos ambientais surge a urgência de monitoramento e fiscalização da qualidade da água possibilitando a avaliação da oferta hídrica, auxiliando nas providências legais a serem tomadas pelos órgãos gestores colaborando para a otimização, preservação e recuperação dos corpos hídricos.Dessa forma, o crescimento urbano quando não acompanhado de saneamento básico ideal provoca contaminação de corpos hídricos, logo, isso incrementa a relevância dessa pesquisa, q...