Resumo Em comunidades rurais da Amazônia o saber partejar faz parte do domínio de algumas mulheres. No entanto, a ampliação do acesso à Saúde Pública aumentou a medicalização do parto, o que ressignifica o papel das parteiras. Este trabalho discute o papel das parteiras nesse contexto, as práticas e as técnicas tradicionais em uma região do Amazonas. O aprendizado do partejar acontece na adolescência e na juventude, as jovens são iniciadas no ofício acompanhando as parteiras mais velhas. Constatamos também que as parteiras exercem importante papel na decisão sobre o encaminhamento das mulheres para o parto nos hospitais das cidades, além do acompanhamento durante a gravidez, às vezes parto e puerpério. Dessa forma, continuam fazendo parte da rede de pessoas que se dedicam aos cuidados com o parto, na qual mais recentemente passaram a interagir práticas tradicionais e conhecimentos médico-científicos.
O objetivo deste artigo é descrever os processos e significados envolvidos na aprendizagem do nado entre crianças ribeirinhas do médio rio Solimões. A pesquisa questiona os métodos de aprendizagem e o que aprender a nadar representa em termos de construção da pessoa. Assim, recorremos a um estudo exploratório, com abordagem qualitativa e estudo de caso. Realizamos registros fotográficos, entrevistas semiestruturadas e observação participante. As crianças aprendem a nadar por meio de brincadeiras, em espaços específicos nas beiras dos rios, no período de inundação. Aprender a nadar lhes permite circular de forma autônoma nos espaços comunitários e lhes torna aptos a participar também do mundo da pesca. Concluímos que a natação é fundamental para a formação da pessoa, construção e afirmação da territorialidade do grupo.
A pesca é uma das atividades fundamentais do modo de vida de populações rurais da Amazônia. Neste artigo discutimos a aprendizagem e reprodução de práticas de pesca em comunidades ribeirinhas da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (RDSA), Amazonas, Brasil. A discussão partiu de uma etnografia do processo de aprendizagem que leva o sujeito a ‘ser pescador’. Esse processo inclui experiências com a atividade na infância, o desenvolvimento das habilidades para ‘tomar conta da própria canoa’ e as formas de reprodução do conhecimento nos ambientes de pesca. O manejo participativo de pirarucu, iniciado há 20 anos na região, exigiu o desenvolvimento de novas habilidades, relacionadas ao trabalho de organização coletiva para gestão dos recursos pesqueiros. Aqueles pescadores que antes não sabiam arpoar pirarucus, aprenderam a manipular o arpão a partir do engajamento nas atividades de manejo. O trabalho na pesca produz o território ribeirinho. O engajamento dos sujeitos nas práticas de pesca é um processo que produz corpos, identidades e paisagem. São processos que continuam a se reproduzir porque a existência e o acesso ao território permitem a construção das ‘disposições para ação’ ou das ‘capacidades afetivas’ em ciclos de aprendizagem em comunidades de práticas.
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