Este estudo de caso investigou se crianças surdas, filhas de pais surdos, estão em vantagem para aprender conceitos numéricos comparados com crianças surdas, filhas de pais ouvintes. Comparamos a resposta à intervenção de duas crianças de 6 anos de idade: um menino sinalizante nativo e uma menina que entrou em contato com a língua de sinais a partir dos 2 anos de idade. Ambos participaram de uma intervenção breve projetada para melhorar a compreensão da composição aditiva e o uso de procedimentos econômicos de contagem na resolução de problemas. Contrariamente às nossas expectativas, as crianças alcançaram níveis semelhantes no uso de procedimentos de contagem, na compreensão aditiva do número e também no aumento do campo numérico.
An instrument for the formative assessment of texts produced by users of the Brazilian Sign Language -Libras
RESUMOO presente trabalho descreve um instrumento para avaliação de textos produzidos por alunos surdos usuários da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Instrumentos que permitam analisar as dificuldades dos alunos são cruciais na avaliação formativa para que se possa desenvolver um plano de ensino adequado às necessidades dos alunos. Teoricamente, o instrumento baseia-se na distinção feita por Nunes e Bryant (2014) entre a relação direta e indireta entre as formas da língua falada e escrita, privilegiando a relação indireta, através de conceitos inferidos pela experiência com a língua. O instrumento utilizado é formado por duas escalas, a primeira avalia a organização sintática e a segunda a qualidade do texto. A relevância do instrumento foi analisada através de sua aplicação a textos produzidos por 18 usuários de LIBRAS que frequentam escolas para alunos surdos na região de Porto Alegre. Obteve-se uma distribuição normal dos escores, sem efeito de chão ou de teto, o que sugere a adequação do instrumento à amostra selecionada. Observou-se 1 O instrumento descrito neste artigo foi desenvolvido com o apoio da Nuffield Foundation através da bolsa EDU/00372/G. A adaptação para o português foi realizada em colaboração com a Drª Beatriz Vargas Dorneles. As autoras são muito gratas às instituições que possibilitaram este trabalho e à colaboradora. Agradecemos também aos alunos e professores de surdos que colaboraram com o estudo empírico. As opiniões apresentadas no artigo são de responsabilidade das autoras e não representam as da instituição financiadora do projeto.
O presente estudo investiga como crianças ouvintes descrevem a inserção de uma criança surda em uma sala de aula. Analisa-se a influência da classe social em relação à aceitação da criança surda pelas crianças ouvintes. Participaram do estudo 144 crianças, de 3ª a 5ª séries, assim distribuídas: 76 de uma escola privada e 68 de uma escola pública, ambas pertencentes ao município de Porto Alegre, RS. A escola pública atende fundamentalmente às classes sociais de nível socioeconômico baixo, e a escola privada atende alunos de classe social predominantemente média e alta. Todos receberam a mesma tarefa: completar uma história que descrevia a reação de crianças ouvintes à inserção de uma nova colega surda na turma. O estudo demonstra que os alunos têm a intenção de realizar alguma forma de comunicação com a criança surda e de promover momentos de integração dentro e fora do ambiente de sala de aula, embora demonstrem um discurso, de certa forma, protetor em relação a esse sujeito que consideram não apto, mas ainda capaz de se comunicar. Compreender como crianças ouvintes poderiam relacionar-se e incluir uma criança surda em sala de aula levanta possibilidades de novas formas de pensar a preparação de tais crianças para eventuais processos de inclusão. Reconhecer as idéias, sentimentos e formas de comunicação das crianças auxilia as instituições educacionais a investir em políticas de inclusão.Palavras-chave: Inclusão escolar. Representação social. Educação especial.
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