Reconhecidamente os edifícios históricos vêm sendo tratados fisicamente como elementos estáticos imersos em um contexto em constante transformação, ocasionando danos e prejuízos à sua preservação. Neste sentido, há um esforço para o estabelecimento das diretrizes para preservação de um entorno a fim de consolidar um anel de proteção que minimize os efeitos negativos das transformações urbanas. No entanto, observa-se que a maioria dos métodos utilizados para delimitação do entorno se baseia nos critérios de visibilidade e ambiência, insuficientes para impedir os impactos negativos na estrutura física do edifício e o incremento no processo de degradação material. Ao elencar tais métodos, este artigo tem como objetivo analisar criticamente os mesmos à luz dos aspectos propostos pela Operational Guidelines da UNESCO e pela Declaração de Xi-an, ambas de 2005. Considera-se que há uma lacuna nos critérios considerados para delimitação do entorno de edifícios tombados, visto que não devem se limitar à visibilidade, m as também à associação de outros contextos: materiais, econômicos, climáticos, sociais e culturais. A análise crítica proposta permitirá problematizar as orientações metodológicas existentes para delimitação do entorno de bens tombados, indicando a necessidade da inclusão de novos atributos que resguardem efetivamente o edifício histórico.
Este artigo descreve e analisa ações de restauração e conservação adotadas na salvaguarda de estruturas em madeira de três edificações históricas, erigidas no século 19, na cidade do Rio de Janeiro. São prédios com características tipológicas distintas, cujas intervenções ocorreram de 1996 a 2005. Trata-se de uma casa, um solar e um palácio: respectivamente, o Museu Villa-Lobos, o Solar da Marquesa de Santos e o Palácio Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)todos tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em função de seus valores históricos e artísticos. Apresenta-se um breve relato da história e arquitetura destes três monumentos, e na sequência são descritas as intervenções utilizadas na restauração de suas estruturas. O objetivo é demonstrar as estratégias diferenciadas que foram utilizadas para a conservação de distintos sistemas estruturais.
Este artigo trata da análise quanto à cor no patrimônio edificado e seus aportes com as intervenções de restauro, ressaltando uma arqueologia da cor quando necessária, mas uma abordagem estética e antropológica da cor imprescindível para as decisões projetuais. O referencial teórico é pautado no restauro crítico de Cesare Brandi e na interpretação cultural contemporânea, o que pressupõe análises e intervenções para além dos aspectos materiais de incompatibilidade físico-química, sendo necessário discutir o papel das cores dos edifícios restaurados, do ponto de vista teórico, estético e fenomenológico. Assim, o problema que o presente artigo traz, diz respeito a uma espécie de esquecimento do fato de que os revestimentos e suas cores têm como objetivo na arquitetura, para além de sua proteção, a comunicação por meio de soluções estéticas que garantam a leitura das linguagens arquitetônicas. O contexto conceitualmetodológico se dará a luz da teoria do restauro crítico e seus desdobramentos, apresentando, por meio de uma pesquisa qualitativa, três estudos de caso, referentes a obras de restauração arquitetônica no Brasil. O objetivo será discutir as medidas adotadas em sua dimensão simbólico-material. O resultado será demonstrar a dimensão prática da restauração no Brasil e suas relações com a imagem da cidade.
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