RESUMO(Dispersão de sementes de Melocactus glaucescens e M. paucispinus (Cactaceae), no município de Morro do Chapéu, Chapada Diamantina -BA). Objetivou-se identifi car os dispersores de duas espécies de Melocactus, verifi car o padrão de liberação dos frutos, correlacionando-o com a remoção por frugívoros e variação térmica do cefálio, bem como caracterizar a distribuição espacial. Para tanto, foram realizadas observações focais, testes de germinação, registros da emergência, extrusão e remoção de frutos, da temperatura do cefálio, de interações formigas-diásporos e distribuição espacial. Lagartos (2 espécies) e formigas (3 espécies) foram os dispersores das espécies estudadas. A dormência das sementes não foi quebrada pela passagem pelo trato digestivo dos lagartos. As maiores taxas de remoção dos frutos pelos lagartos ocorreram nas horas centrais do dia, coincidindo ou sendo posterior aos picos de extrusão. As taxas de emergência e extrusão foram mais intensas pela manhã, o que aumentou as chances de remoção dos frutos no dia da liberação, evitando dissecação e predação. Não houve correlação entre a liberação dos frutos e a variação térmica do cefálio. O desenvolvimento do fruto gera tensão nas fi bras do cefálio que promove sua emergência ou expulsão. A expulsão de frutos emergidos pode ser auxiliada pela dilatação das fi bras em resposta ao aquecimento, tensão da união das fi bras na base e saída de outros frutos. A distribuição espacial dos indivíduos parece ser infl uenciada pelo comportamento dos dispersores. Focal observations were made of fruit emergence, extrusion and removal, cephalium temperature, ant-diaspore interactions, and plant spatial distribution. Germination tests were also made. Two lizard and three ant species were dispersers of the two species of Melocactus. Seed dormancy was not broken in the digestive tracts of the lizards. Th e greatest rates of fruit removal by the lizards occurred during the mid hours of the day, coinciding with or following the extrusion peak. Fruit emergence and extrusion rates were highest in the morning, increasing their chances of being taken on the same day, thus avoiding desiccation and predation. No correlation was observed between fruit liberation and thermal variations of the cephalium. Fruit development generates tension within the fi ber mass of the cephalium that provokes fruit emergence/expulsion. Th e expulsion of the fruits may also be aided by the dilation of the cephalium fi bers as they warm, tension generated at the cephalium base where the fi bers unite, and by the expulsion of other fruits. Th e spatial distribution of these cacti is infl uenced by disperser behavior.
-(Reproductive phenology of Melocactus (Cactaceae) species from Chapada Diamantina, Bahia, Brazil). This paper discusses the phenological strategies of Melocactus glaucescens Buining & Brederoo, M. paucispinus G. Heimen & R. Paul, M. ernestii Vaupel and M. ×albicephalus Buining & Brederoo, species from Chapada Diamantina, northeastern Brazil. Melocactus glaucescens, M. ernestii and M. ×albicephalus occur sympatrically in an area of "caatinga"/"cerrado" vegetation, and M. paucispinus in an area of "cerrado"/"campo rupestre". The superposition of flowering in these sympatric taxa was compared and analyzed. The phenology of M. paucispinus was correlated with both abiotic and biotic factors. Flowering of M. glaucescens and M. ×albicephalus were observed to be continuous (though with moderate peaks of activity), while fruiting was sub-annual. Melocactus ernestii exhibited an annual pattern of both flowering and fruiting; while in M. paucispinus the same patterns were sub-annual. These sympatric taxa showed 40% overlap of flowering periods, reaching to more than 50% in paired combinations of taxa, considering both the number of specimens flowering, as well as the quantity of resources being offered. Available information indicates that these taxa share pollinators, but phenological data rejects the hypothesis of shared pollinators and supports the hypothesis of hybridization in the study area. Rainfall was negatively correlated with flowering in M. paucispinus, but positively correlated with fruiting. Flowering of M. paucispinus in dry periods of the year avoids that erect flowers positioned in terminal cephalium, exposed in open areas of the vegetation, be damaged for the rains, while fruiting in rainy periods can be favorable to the dispersion and germination of this species. A floração e a frutificação de M. ernestii exibiram padrão anual; em M. paucispinus, a floração e a frutificação tiveram padrão subanual. Os táxons simpátricos apresentaram juntos mais de 40% de sobreposição de floração, e mais de 50% em combinações aos pares, considerando tanto o número de indivíduos em floração quanto à quantidade de recurso ofertado. Informações disponíveis indicam que esses táxons compartilham polinizadores. Os dados fenológicos encontrados rejeitam a hipótese do polinizador compartilhado e sustentam a hipótese corrente de hibridação na área estudada. Foi encontrada correlação negativa entre a pluviometria e a floração de M. paucispinus e positiva com a frutificação. A floração de M. paucispinus em períodos secos do ano evita que as flores eretas posicionadas em cefálios terminais, expostos em áreas abertas da vegetação, sejam danificadas pelas chuvas, enquanto a frutificação em períodos chuvosos pode ser favorável à dispersão e germinação desta espécie.
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