OBJECTIVES:The anesthetic gas xenon is reported to preserve hemodynamic stability during general anesthesia. However, the effects of the gas during shock are unclear. The objective of this study was to evaluate the effect of Xe on hemodynamic stability and tissue perfusion in a canine model of hemorrhagic shock.METHOD:Twenty-six dogs, mechanically ventilated with a fraction of inspired oxygen of 21% and anesthetized with etomidate and vecuronium, were randomized into Xenon (Xe; n = 13) or Control (C; n = 13) groups. Following hemodynamic monitoring, a pressure-driven shock was induced to reach an arterial pressure of 40 mmHg. Hemodynamic data and blood samples were collected prior to bleeding, immediately after bleeding and 5, 20 and 40 minutes following shock. The Xe group was treated with 79% Xe diluted in ambient air, inhaled for 20 minutes after shock.RESULT:The mean bleeding volume was 44 mL.kg−1 in the C group and 40 mL.kg−1 in the Xe group. Hemorrhage promoted a decrease in both the cardiac index (p<0.001) and mean arterial pressure (p<0.001). These changes were associated with an increase in lactate levels and worsening of oxygen transport variables in both groups (p<0.05). Inhalation of xenon did not cause further worsening of hemodynamics or tissue perfusion markers.CONCLUSIONS:Xenon did not alter hemodynamic stability or tissue perfusion in an experimentally controlled hemorrhagic shock model. However, further studies are necessary to validate this drug in other contexts.
Justificativa e Objetivos-A indução anestésica em indivíduos em choque hipovolêmico pode agravar a instabilidade hemodinâmica. O anestésico inalatório xenônio (Xe) é gás inerte com propriedades que mantêm a estabilidade hemodinâmica, durante a anestesia, em individuos normais. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos hemodinâmicos, metabólicos e sobre o transporte de oxigênio, durante anestesia com Xe, em cães submetidos a choque hipovolêmico. Método-Vinte e um cães sem raça definida foram submetidos a hipnose e relaxamento muscular por infusão venosa contínua de etomidato e vecurônio e ventilação controlada mecânica com FiO 2 21% (oxigênio + ar comprimido). Sob anestesia local, inseriu-se cateter em artéria pulmonar para monitorização hemodinâmica e cateteres em artérias femorais direita e esquerda para medida da pressão arterial média e indução do choque hipovolêmico. Após indução do choque hemorrágico até a pressão arterial média atingir 40mmHg por 2 minutos, os animais foram randomizados em grupos controle e xenônio. O grupo xenônio recebeu ventilação controlada mecânica com O 2 21% + Xe 79% durante 20 min. Realizou-se coleta de gasometria arterial e venosa mista e coleta de dados hemodinâmicos, com posterior cálculo hemodinâmico e do transporte de O 2 antes da indução do choque, imediatamente após a sangria, após 5 min e 20 min, com administração de Xe, e 20 minutos após a suspensão do Xe. O grupo controle foi submetido ao mesmo procedimento, sem a administração de Xe. Os dois grupos foram comparados, utilizando análise de variância para medidas repetidas, considerando-se significativo p<0,05. Resultados: Os grupos foram comparáveis em relação aos valores médios de peso corpóreo e volume de sangramento. As variáveis hemodinâmicas, metabólicas e de transporte de oxigênio não apresentaram diferenças significativas entre os grupos controle e xenônio. Após a indução do choque, no grupo Xe a freqüência cardíaca variou de 130,22±20,57 para 131,89±24,34 em 5min e 138,44±33,66 após 20 minutos. No grupo controle esta variação foi de 144,33±21,03 para 143,75±22,58 após 5min (p=0,82) e para 149,50±23,52 após 20min(p=0,16). Conclusão: A administração de xenônio em cães, em estado de choque hipovolêmico, não altera a condição hemodinâmica, metabólica e de transporte de oxigênio, permitindo sugeri-lo como anestésico seguro em individuos nestas condições.
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