Para 2020, o temor das instituições ambientais e da sociedade civil, quanto a possibilidade da ocorrência de queimadas, foi amplificado em razão das notícias veiculadas nos meios de comunicação. Prognósticos da propagação do fogo associados às avaliações climáticas e ambientais são necessários para evitar interpretações equivocadas, o uso indevido do recurso público e o adentramento desnecessário de pessoas nas terras indígenas, quando há uma epidemia no país que pode elevar o risco de contágio com os povos indígenas. Neste sentido, o objetivo deste artigo foi analisar anomalias de precipitação, o risco de fogo e a vulnerabilidade dos povos indígenas à COVID-19 frente às operações de combate aos incêndios florestais em terras com atuação de brigadas do Prevfogo. Para isto, analisou-se as taxas mensais de contagiados, as áreas de risco de fogo alto-crítico e a climatologia de precipitação até 30 de junho de 2020. Excetuando zonas que abrangem o Pantanal e parte do Brasil Central, as áreas estão com registros de risco de fogo e de chuvas dentro da normalidade. Já a curva de contágio está ascendente na maioria dos locais. Em caso de incêndios e da necessidade de estabelecimento de operações de combate com entrada de pessoas nas terras indígenas, as taxas de contágio entre os povos podem ser agravadas, sendo aconselhado evitar ao máximo o não contato. Por isto, recomenda-se ao Ibama e a Funai a formulação de planos estratégicos para mitigar impactos socioambientais.Palavras-chave - COVID-19, Risco de fogo, povos indígenas, políticas públicas. Analysis of the Fire Scenario and COVID-19 in Indigenous Lands with The Hiring of Forest Brigades in 2020 A B S T R A C TFor 2020, the fear of civil society and environmental institutions regarding the possibility of fire occurring was amplified due to the news published in the media. Predictions of fire spread associated with climate and environmental assessments are necessary to avoid misinterpretation, waste of public resources, and unnecessary entry of people into indigenous lands while there is a pandemic that could increase the risk of contagion in indigenous people. The purpose of this article was to analyze the monthly precipitation, the fire risk, and the vulnerability of indigenous peoples to COVID-19 in case of operations to combat wildfires in indigenous lands with firefighters hired by Prevfogo. For this, the monthly rates of COVID-19 contagious, the high-critical fire risk areas, and the climatology of precipitation were evaluated until June 30, 2020. Except in the zones that cover the Pantanal and part of Brasil Central, the other areas have normal fire risk and rain records. The contagion curve is increasing in most places. In the event of a fire that needs to establish combat operations with firefighters entering in the indigenous lands, rates of contagion with indigenous peoples may increase, suggesting non-contact. For this reason, Ibama and Funai are recommended to formulate strategic plans to mitigate socio-environmental impacts.Keywords - COVID-19, Fire risk, Indigenous people, public policies.
O manejo integrado do fogo considera as práticas locais, as informações ecológicas e científicas e o manejo institucional para conservar a biodiversidade, reduzir a prevalência de incêndios florestais e proteger a vegetação sensível ao fogo. Nas terras indígenas, a gestão do manejo ocorre por meio do Programa de Brigadas Florestais, que é respaldado pelo Acordo de Cooperação Técnica entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e pela Fundação Nacional do Índio. Ainda são escassas avaliações sobre a implementação deste paradigma em Terras Indígenas com enfoque ao regime de queima e aos danos causados em espécies vegetais, considerando os períodos de tratamento de fogo. Por isto, o objetivo deste trabalho foi avaliar os primeiros resultados do manejo integrado do fogo nas terras indígenas Juininha, Paresi e Utiariti, todos ocupadas pelo povo indígena Paresi e localizadas no estado do Mato Grosso, por meio da análise das fitofisionomias afetadas pelas queimas, dos danos na vegetação causadas pelo fogo e pela distribuição sazonal do dado de fogo ativo, nos anos de 2016 a 2018. Os resultados apresentaram que as queimas nas terras indígenas foram deslocadas para a estação do fogo precoce e que a maioria das espécies avaliadas não tiveram danos causados pelas queimas de ambos os períodos. Quando com algum nível de impacto, este foi mais elevado no período de fogo precoce. Por isto, concluiu-se que apesar das queimas estarem deslocadas para o período de fogo precoce, as técnicas de queimas prescritas não abrangem a frequência e histórico das superfícies atingidas para considerar uma abordagem de mosaicos além da redução dos grandes eventos na estação de fogo modal-tardio.
O manejo integrado do fogo considera as práticas locais, as informações ecológicas e científicas e o manejo institucional para conservar a biodiversidade, reduzir a prevalência de incêndios florestais e proteger a vegetação sensível ao fogo. Nas terras indígenas, a gestão do manejo ocorre por meio do Programa de Brigadas Florestais, que é respaldado pelo Acordo de Cooperação Técnica entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e pela Fundação Nacional do Índio. Ainda são escassas avaliações sobre a implementação deste paradigma em Terras Indígenas com enfoque ao regime de queima e aos danos causados em espécies vegetais, considerando os períodos de tratamento de fogo. Por isto, o objetivo deste trabalho foi avaliar os primeiros resultados do manejo integrado do fogo nas terras indígenas Juininha, Paresi e Utiariti, todos ocupadas pelo povo indígena Paresi e localizadas no estado do Mato Grosso, por meio da análise das fitofisionomias afetadas pelas queimas, dos danos na vegetação causadas pelo fogo e pela distribuição sazonal do dado de fogo ativo, nos anos de 2016 a 2018. Os resultados apresentaram que as queimas nas terras indígenas foram deslocadas para a estação do fogo precoce e que a maioria das espécies avaliadas não tiveram danos causados pelas queimas de ambos os períodos. Quando com algum nível de impacto, este foi mais elevado no período de fogo precoce. Por isto, concluiu-se que apesar das queimas estarem deslocadas para o período de fogo precoce, as técnicas de queimas prescritas não abrangem a frequência e histórico das superfícies atingidas para considerar uma abordagem de mosaicos além da redução dos grandes eventos na estação de fogo modal-tardio.
In 2012, the Brazilian government implemented the Federal Brigades Program (FBP), a fire policy strategy to hire and train firefighters to combat wildfires. This study analyzed the impact of this program on fire behavior before (2008–2012) and after (2013–2017) its implementation in the Parque do Araguaia Indigenous Land, the largest indigenous territory with the highest occurrence of fires in the Brazilian tropical savanna. We analyzed the annual pattern of fire incidence in the dry season, the fire impact per vegetation type, the recurrence, and the relationship between fire and precipitation. The datasets were based on active fire products derived from the Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS), the Landsat and Resourcesat-based burned area products, and the records of the fire combat operations. Our results showed that FBP contributed to the reduction of the number of areas affected by fires and to the formation of a more heterogeneous environment composed of fire-resistant and fire-sensitive native vegetation fragments. On the other hand, after the implementation of the FBP, there was an increase in the recurrence of 3–4 years of fires. We concluded that the FBP is an important public policy capable of providing improvements in fire management activities.
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