Este relato é um recorte de extensa pesquisa que buscou identificar a rede de representações sociais (RS) estabelecida em torno do ser mulher na família. Centra-se na questão da conjugalidade e busca verificar se a vivência conjugal e familiar sofreu modificações significativas num intervalo de aproximadamente 3 décadas. Foram realizadas 20 entrevistas narrativas, semiestruturadas, com mulheres de estrato socioeconômico médio e baixo: 10 que tiveram filhos nos anos 1960 (1ª geração) e 10 nos anos 1990 (2ª geração), filhas das primeiras. A entrevista permitiu às participantes falarem de suas experiências e práticas cotidianas em relação aos contextos familiar e conjugal. Visando agregar procedimentos complementares, os dados foram organizados/analisados a partir de adaptação do método fenomenológico para investigação psicológica e do software Alceste. Os resultados evidenciaram tanto continuidades quanto rupturas entre as gerações, podendo ser destacadas mudanças expressivas de uma geração à outra em relação a importantes aspectos do relacionamento conjugal como: a manutenção do casamento que deixa de ser o objetivo principal; as relações conjugais, de forma geral, tornam-se mais abertas; há redução de interdições em relação à mulher; e o investimento feminino no casamento passa a dividir espaço com o maior envolvimento masculino.
RESUMO:Este relato apresenta parte dos dados de pesquisa intergeracional que objetivou conhecer a rede de representações sociais (RS) que orienta o ser mulher na família, especificamente aqueles referentes às RS do feminino no contexto familiar. Realizaram-se 20 entrevistas semiestruturadas com mulheres de estrato socioeconômico médio e baixo: 10 que tiveram filhos na década de 1960, e 10 que tiveram filhos na década de 1990, filhas das primeiras. Os dados foram organizados/analisados a partir de adaptação do método fenomenológico para investigação psicológica e do software Alceste. Os resultados evidenciaram diferenças de uma geração à outra, tais como: maior escolarização; maior possibilidade de exercício profissional; menor número de filhos; maior envolvimento masculino nas questões domésticas. Porém, mesmo na geração mais jovem, as falas são marcadas por ambiguidade quanto à questão dos papéis femininos na família, revelando que ainda está em processo a superação das diferenças de gênero consolidadas pela tradição.Palavras-chave: relações de gênero; mulher; família; representações sociais; pesquisa intergeracional. ABSTRACT:This report presents part of the intergerational research that aimed to know the network of Social Representation (SR) that guides a woman in a family, specifically those regarding to female SR in the family context. 20 semi-structured interviews were conducted with women from middle and low socioeconomic status: 10 who had children in the 1960s, and 10 who had children in the 1990s, daughters of the first ones. Data were organized/ analyzed from adaptation of phenomenological method for psychological research and the Alceste software. The results showed differences from one generation to another, such as: higher education; greater possibility of professional practice; fewer children; greater male involvement in domestic issues. But even in the younger generation, speeches are marked by ambiguity on the issue of female roles in the family, revealing that it is still in the process of overcoming gender differences consolidated by tradition.Keywords: gender relations; woman; family; social representations; intergenerational research. IntroduçãoO papel da mulher na família transformou-se nas últimas seis décadas, mormente em função da crescente participação feminina no mercado de trabalho, com reflexos inevitáveis na vida doméstica. A consolidação de novas possibilidades para a vida da mulher caracterizase como processo complexo, marcado por avanços e retrocessos.
A partir das teorias da Identidade Social e das Representações Sociais tivemos como objectivo analisar as relações intergrupais estabelecidas entre comunidades rural e cigana, procurando conhecer os significados e as práticas construídas na dinâmica entre endogrupo e exogrupo. Participaram no estudo 17 mulheres de duas comunidades tradicionais, com idades entre 14 e 67 anos. Realizamos entrevistas individuais a partir de roteiros semiestruturados. Procedemos à análise dos dados através do software ALCESTE e da Análise de Conteúdo. Os resultados indicaram presença de práticas que sugerem a existência de elementos de representação ambíguos orientando as relações intergrupais. Discute-se o conflito conduzido pela diferenciação identitária ancorada nos elementos das culturas “cigana” e “rural”, reforçado por representações dos ciganos como povo amaldiçoado, e os laços de solidariedade gerados pela identidade feminina em comum, que agrega o sentimento de mulheres sofredoras e exploradas pelos homens que detêm o poder em ambos os grupos.DOI: http://dx.doi.org/10.17575/rpsicol.v22i1.342
ResumoO objetivo do presente estudo foi identificar elementos de representações sociais de casamento, marido e esposa, presentes em letras de canções populares gravadas nos anos de 1940 e 1950. Foram selecionadas 306 letras de canções, a partir de consulta a acervos particulares. Na análise dos dados foi utilizado o software Alceste, que apontou a existência de quatro classes, que diferentes formas de discurso acerca das relações conjugais e dos papéis de gênero no casamento, indicando elementos de representações sociais. Um primeiro grupo, constituído pelas classes 1, 3 e 4, pode ser considerado um eixo na organização das representações sociais de casamento, marido e esposa. Esse eixo, aqui denominado Papel feminino e masculino no casamento: real versus ideal, caracteriza-se por apresentar um discurso predominantemente masculino quanto aos aspectos do cotidiano conjugal, com indicações da esposa ideal e da esposa inadequada, retratando o marido como trabalhador/provedor financeiro. Já o outro eixo temático, constituído pela classe 2, tem como tema a desilusão amorosa e a separação. Os resultados exemplificam o papel dos fatores sociais, históricos e culturais na construção das configurações reais com que as relações conjugais são vividas. Apontam, também, como tais relações são orientadas e justificadas por representações sociais flexíveis, associadas aos contextos nos quais foram produzidas, consolidadas e/ou transformadas. Palavras-chave:Casamento; Gênero; Música; Representação social. AbstractThe aim of the present study was to identify elements of social representations of marriage, husband and wife, present
A discussão sobre a importância da família para o desenvolvimento e constituição do indivíduo não é recente, e essa relevância por certo não pode ser ignorada. Entretanto, há muitas famílias que não conseguem conceder a proteção e cuidados necessários por motivos diversos, o que faz com que a institucionalização de crianças e adolescentes constitua realidade recorrente no cenário brasileiro contemporâneo. Essa pesquisa teve por objetivo investigar representações sociais de família para adolescentes institucionalizados de um município do norte fluminense. Foram entrevistos 10 adolescentes, de ambos os sexos, com idade entre 14 e 17 anos, e os resultados indicam que, para esses, a ideia de família está diretamente ligada à composição do grupo e de suas funções, o que leva a crer que tais elementos, provavelmente, fazem parte da representação de família. Os dados ainda mostram que o laço consanguíneo é apenas uma característica do grupo familiar e não é determinante do mesmo, sendo enfatizadas as relações afetivas desenvolvidas com outras pessoas sem vínculo de parentesco. O número reduzido de participantes inviabiliza a generalização dos resultados; contudo, trazem indicações de como esse grupo de adolescentes significam o objeto família.
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