Este trabalho, decorrente de uma pesquisa em andamento, tem o propósito de discutir e levantar dados para um estudo da telenovela. A favorita (2008/2009, João Emanuel Carneiro, Rede Globo de Televisão), que ora tomamos como corpus, considera aspectos atinentes, entre outros, à questão da discussão e da representação dos lugares e papéis nas relações de gênero e no âmbito da família, e aos valores a eles vinculados. Ao misturar elementos do dramalhão tradicional com soluções do humor farsesco, a telenovela coloca sutilmente entre parênteses o parâmetro da verossimilhança e introduz um aspecto novo para as narrativas do horário: a exploração do lúdico e da experimentação.
Palavras-chave
Key-wordsO trabalho explora a dimensão poética das configurações imagé-ticas que delineiam, nos filmes Pai e filha (Japão, 1949, Yasujiro Ozu) e Não por acaso (Brasil, 2007, Philippe Barcinski), o lugar do deslugar no cotidiano. A partir dos lugares que se estabelecem no bojo dos nós que regulam as teias dos relacionamentos sociais que se articulam no dia-a-dia, examinaremos, considerando os dois universos fílmicos, os deslugares que se instalam nas brechas que perfazem essas mesmas teias.The article explores the poetic dimension Late Spring (Japan, 1949, Yasujiro Ozu) and Não por acaso (Brazil, 2007, Philippe Barcinski) focusing on everyday life images presented in both films and emphasizing, considering the matter of the established places and positions settled in the course of ordinary social relationships, the installation of a dimension that we are calling deslugar.
Cinema, cotidiano, (des) lugarAs reflexões e as proposições que apresento neste artigo fazem parte de uma série de estudos inserida no âmbito de um projeto de pesquisa no qual venho investigando no cenário do cinema brasileiro dos últimos anos os modos de presença de produções que se ocupam da trivialidade cotidiana e tratam de universos atinentes ao que se entende como o homem sem qualidades.
O texto trata do cinema distópico, que tem lugar no Brasil dos últimos anos, como propositor de questões concernentes ao cenário sociopolítico que se instalou no país. Com base principalmente em preceitos advindos advindos de trabalhos que se dedicam às ditas ‘teorias de cineastas’ (PENAFRIA, M. et alii. Teoria dos cineastas: uma abordagem para a teoria do cinema, 2015), e em estudos de Alexandre Astruc (2012), Frantz Fannon (2002), e Ismail Xavier (2020), o enfoque principal recai sobre o filme Bacurau (2019), de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, cujo universo fictício sintomaticamente distópico estimula no espectador, potencialmente, uma vivência catártica capaz de levantar reflexões acerca da experiência estética como uma experiência política e de resistência.
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