O balanço dos coqueiros, o barulho das ondas do mar, o sol escaldante e a areia alva das praias do Nordeste brasileiro já foram, incontavelmente, fontes inspiradoras de artistas locais, incluindo músicos, pintores e literários além de, nos primórdios da colonização portuguesa, grandes naturalistas. Estes, camuflados na ótica acadêmica atual, ainda enaltecem tal beleza regional e revelam sua rica biodiversidade através do conhecimento científico. Neste contexto, o Professor Ricardo de Souza Rosa do Departamento de Sistemática e Ecologia da Universidade Federal da Paraíba (DSE/ UFPB), ictiólogo atuante por mais de 40 anos, sempre se portou como tal. Há 15 anos, durante meus estudos de graduação no Curso de Ciências Biológicas da UFPB, conheci Ricardo Rosa na primeira aula sobre a Zoologia de Vertebrados. Para mim e tantos outros estudantes da época, Ricardo era conhecido nos corredores como excelente professor e, ali, introduziu-nos sobre a diversidade, aspectos evolutivos e da biologia dos metazoários com clareza e objetividade. Até então, desconhecia-no como ictiólogo, e me surpreendi ao descobrir, meses depois, quão flexível aquele profissional demonstrou-se ser. A partir daí, Ricardo se tornou uma grande fonte inspiradora que se intensificou ao entender que compartilhávamos uma paixão comum, os tubarões e raias. Parte da minha formação acadêmica foi desenvolvida sob a supervisão de Ricardo com quem tive a oportunidade de desenvolver meu primeiro projeto científico. Durante dois anos consecutivos junto aos colegas do Laboratório de Ictiologia (LabIct), Ricardo ensinou a dissecar material biológico, incentivou a preparar as próprias ilustrações científicas, e esclareceu os princípios da taxonomia. Foi ali meu primeiro contato com as coleções zoológicas, através das visitas constantes a Coleção de Ictiologia da UFPB (CI-UFPB), e percebi que Ricardo nunca mediu esforços para enaltecer a estima das mesmas para a conservação da biodiversidade local bem como discutir com colegas do departamento maneiras de enviesar a manutenção e preservação dos seus acervos. Ricardo foi ainda membro fundamental na implementação e consolidação deste curso bem como do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Zoologia) (PPGCB/DSE). Teve peso