100 ANOS DA SEMANA DE ARTE MODERNA
Este livro reúne 16 textos críticos que relembram e analisam, de modo crítico, um dos acontecimentos histórico-cultural mais impactantes do século XX, a SEMANA DE ARTE MODERNA ou SEMANA DE 22, ocorrida de 13 a 17 de fevereiro de 1922, e organizada por um grupo de intelectuais e artistas paulistas que influenciadas pelas estéticas das vanguardas europeias.
Pires denun ciaban, a plenos pulmones, el genocidio humano ocurrido durante la esclavitud africana. Ellos estaban en la estela de un revisionismo histórico y reubicaban a la Iglesia, sobre todo a la latinoamericana, a un compromiso contemporáneo urgente. ¿Cómo hablar de Dios a un pueblo víctima de la violencia propalada en su nom bre? ¿Cómo, después de una historia traumática, concebir nuevas formas de rela ción entre pueblos y etnias cuyo pasado está marcado por sangre, dolor y muerte?
Já no Modernismo brasileiro Oswald de Andrade colocou o desafio de se pensar uma ontologia nacional a partir de uma leitura antropofágica da realidade histórica. A sua tese fincava raízes no reconhecimento traumático do contato civilizacional dos povos e na aceitação substancial da herança antropológica dos povos originários. Para além de um devaneio poético ou estética literária, o tema da antropofagia requer o corpo como elemento em que a história se faz e se realiza. Se é verdade a assertiva que “só a antropofagia nos une”, então nos colocamos diante de um “olhar o mundo” a partir da perspectiva dos corpos que se encontram e se rechaçam mutuamente. Sendo a compreensão da história nacional baseada no embate de forças das relações de poder e subordinação, a tese oswaldiana pode se dirigir à conclusão de encontrar na antropofagia uma mediação para um entendimento substancial da questão humana. Nessa perspectiva e tendo em consideração o desafio de reavaliar uma epistemologia a partir destas questões, poderíamos interrogar que acontecimentos históricos poderiam apontar para a realização de sua tese? Um caminho proposto, que conjuga a substancialização dos elementos históricos herdados do encontro traumático seria a famosa, e não menos polêmica, Missa dos Quilombos. Sendo uma síntese do encontro entre o corpo colonizador e o corpo colonizado, a Missa converte-se num campo de possibilidades que mergulha profundamente em nossas raízes culturais e extrai daí sua matéria de reavaliação. Sob o signo do chicote, açoite e sangue derramado que marcam a nossa herança a partir da escrita dos corpos no tempo histórico, a Missa dos Quilombos nos convida a um novo olhar sobre o humano e nossa própria história. Revivendo na carne do povo negro os dramas históricos, a Missa dos Quilombos celebrava uma utopia que extrapolava os limites de uma estética ritualística e se efetivava numa ética humana. Revisitar esse ritual nos permite lançar luzes sobre o conceito oswaldiano de antropofagia e sua “existência palpável da vida”, ressignificando, desta forma, a própria concepção cristã de alteridade, a qual requer, obrigatoriamente, o corpo em sua constituição.
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