A cachaça artesanal é, geralmente, produzida em destiladores de cobre, os quais conferem melhor qualidade ao produto, se comparados aos alambiques confeccionados com outros materiais, como aço inox, podendo contaminar o produto quando o manejo da produção é inadequado. A contaminação de aguardentes ocorre em conseqüência do acúmulo do azinhavre nas paredes dos destiladores, o qual é solubilizado na aguardente. O excesso de cobre solúvel no organismo humano (hipercupremia) pode ser tóxico devido à afinidade do cobre com grupos S-H de muitas proteínas e enzimas, causando doenças como epilepsia, melanomas, artrite reumatóide e doenças psiquiátricas. Assim, com o presente trabalho objetivou-se avaliar o teor de cobre em diferentes aguardentes e orientar os produtores sobre possíveis contaminações e suas influências na saúde humana. Para tal, 45 amostras de cachaça, provenientes de diferentes municípios de Minas Gerais, foram analisadas quanto ao teor de cobre no Laboratório de Análise Físico-Química de Aguardente do Departamento de Química da Universidade Federal de Lavras (DQI/UFLA). A determinação ou quantificação do cobre presente nas aguardentes foi realizada por meio de medidas espectrofotométricas na região visível do espectro, em comprimento de onda de 546 nm. Foram constatadas contaminações excessivas de cobre em 6,7% das amostras, que se encontravam acima do limite permitido pelo decreto do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA). Verificou-se que alguns alambiques apresentavam má higienização em alguns setores, o que pode ter contribuído para a elevação nos teores de cobre, como também de outros produtos tóxicos ao homem.
Os componentes da cachaça classificados como secundários constituem um grupo de produtos minoritários oriundos do processo de fermentação. Esses, especialmente os ésteres e aldeídos, são responsáveis pelo aroma e sabor dos destilados em geral, porém, quando se encontram acima dos limites estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), podem comprometer a qualidade da cachaça e ser prejudicial à saúde. Com o intuito de avaliar os compostos secundários de aguardentes provenientes de várias localidades do Estado de Minas Gerais, foram coletadas 45 amostras aleatoriamente e conduzidas ao Laboratório de Análise Físico-Química de Aguardente (LAFQA) da UFLA, no período de agosto de 2000 a julho de 2001. Pelos resultados, verificou-se que há diferenças altamente significativas entre as amostras analisadas para acidez volátil, ésteres, aldeídos e álcoois superiores. De todas as amostras analisadas, sete apresentaram excesso de álcoois superiores, duas de aldeídos e três de acidez volátil; portanto, 24,44% das aguardentes encontravam-se fora dos padrões de qualidade estabelecidos pelo MAPA (1997).
A traça-do-tomateiro foi constatada pela primeira vez no Brasil em 1980 estando hoje dentre as principais pragas da tomaticultura nacional. O controle desta praga é feito principalmente por inseticidas, sendo realizada em casos extremos, até três pulverizações semanais. Acessos silvestres de tomateiro como S. pennellii LA-716 possuem resistência a pragas, mediada pela presença de acilaçúcares nos folíolos. Os objetivos deste trabalho foram obter genótipos de tomateiro com características comerciais e altos teores foliares de acilaçúcares (AA), e avaliar seus níveis de resistência à traça do tomateiro Tuta absoluta. Os genótipos foram obtidos a partir de populações segregantes (F2) oriundas do cruzamento entre AF-8665 (linhagem elite com baixos teores de AA) e as linhagens BPX370E-30-275-11-7, BPX370E-30-275-11-8, BPX370E-30-380-68-6 e BPX370E-30-380-68-8 (linhagens pré-comerciais com altos teores, obtidas a partir do cruzamento interespecífico S. lycopersicum x S. pennellii LA-716). Plantas F2 previamente selecionadas com base nos teores de AA foram clonadas e em seguida testadas quanto à resistência à traça-do-tomateiro. Genótipos selecionados para altos teores de AA expressaram menor ovoposição da traça e níveis inferiores de danos causados à planta pela infestação do microlepidóptero do que genótipos (comerciais ou não) com baixos teores de AA. Embora genótipos com altos teores de AA tenham sido mais resistentes à traça do que os demais, seus níveis de resistência podem ser dependentes do background genotípico: clones BPX-410H (alto teor de AA) mostraram-se em geral ligeiramente mais resistentes do que o dos clones BPX-370G (também alto teor de AA). Os clones BPX-410H-01pl#281, BPX-410H-04pl#348 e BPX-410H-04pl#481 foram superiores nas avaliações de resistência à traça e são recomendados para a continuidade do programa de melhoramento.
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