O presente artigo parte da transição discreta entre as sociedades disciplinares para as sociedades de controle que, em tese, se realizada pela utilização das tecnologias de vigilância e a produção das Big Datas. A partir dessa premissa o artigo busca na relação de dados e algoritmos as condições de possibilidade de uma governamentalidade algorítmica que transforma as subjetividades dos indivíduos em perfis gerados pelas tecnologias, como forma de compreensão da sociedade. Com isso, o estudo tem por objetivo compreender como a governamentalidade algorítmica influencia na construção da realidade subjetiva e social através das tecnologias de comunicação e informação que se alimentam com dados, que logo, através da Data Science, se torna em algo utilizável a favor do controle das populações. Por fim, conclui-se que o futuro estará cada vez mais entrosado com a sociedade de controle algorítmica, e que, precisamos ser críticos com os eventos relacionados à tecnologia, à ciência e a sociedade.
Resumo: Em La Volanté de Savoir (1976) Foucault afirmou que o poder soberano moderno atua com a potência de expor uma população inteira ou grande parte dela à morte. Com isso, a soberania deixou de ter uma fonte meramente jurídica que autorizaria ao soberano o direito de matar o corpo, mas conferiu à soberania um conteúdo biológico que oferece a potência de fazer a gestão da vida e da morte da população. Em outras palavras, a esse soberano de tipo biológico caberia a tarefa administrativa de deixar morrer ou garantir na medida do possível a sobrevivência de algum tipo específico de vida. Surge então a hipótese de que o poder soberano precisa da vida para situar-se enquanto tal e exercer as suas prerrogativas. Desta premissa, depreendemos que a fonte da soberania é menos jurídica sobre o corpo e mais uma biologia das populações. Isso marcaria a passagem do biopoder à biopolítica. Neste texto queremos ir além de Foucault que fez da “forma vida” a base da sua descrição genealógica da biopolítica e do biopoder.
Este artigo é uma espécie de vanguarda da retaguarda, pois ao mesmo tempo em que quer avançar, sendo portando de filosofia política contemporânea é convocado a retornar em busca de conceitos antigos, mas que não envelheceram. A parresía cínica com os seus desdobramentos é um exemplo desse retorno aos antigos. O texto, outrossim, dedica-se a responder a questões que interrogam pela utilidade das revoltas e das insurreições, pelo papel dos intelectuais diante do poder. O artigo procura problematizar, seguindo os estudos de Michel Foucault, as formas tradicionais de pensar a ação política, e pleiteando, ao mesmo tempo um tipo de responsabilidade política para a filosofia. Por fim, indaga-se pela possibilidade da constituição de uma responsabilidade política para a filosofia concebida como forma de vida. Como resultado, há a perspectiva de um conteúdo ético para a ação política.
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