O projeto de arquitetura para a Memphis S.A. industrial (1976) é uma obra exemplar do patrimônio industrial e da Arquitetura Moderna Brasileira no Sul que, por diferentes aspectos, merece renovada atenção e valorização. A empresa segue em atividade há 45 anos nas instalações projetadas pelos arquitetos Cláudio Luiz Araújo e Cláudia Obino Corrêa com a participação dos engenheiros uruguaios Eladio Dieste e Eugenio Montañez, cujas inovações tecnológicas à época podem ser verificadas tanto do ponto de vista do desempenho ambiental e flexibilidade espacial, como do efeito plástico da solução de cobertura. Não apenas um olhar fundamentado sobre a sua construção, a partir de material inédito, pode contribuir para reafirmar a relevância da obra, mas uma compreensão abrangente de sua inserção histórica lança luz a este projeto ainda pouco divulgado. Neste sentido, a contextualização do mesmo tanto em relação a conexões locais com a Região do Prata e a técnica da cerâmica armada, como com noções teóricas e projetuais emergentes no contexto europeu, sintetizadas na expressão mat-building na década de 1970, fornecem novos elementos para a análise de seus sistemas formal, espacial e construtivo.
Resumo O artigo aborda obra basilar da arquitetura moderna brasileira no sul, na qual além de sistemas construtivos pioneiros na construção de obras brasileiras manifestam-se relações entre estratégia urbana e meio ambiente, pavilhões modernos e paisagem, até então raros no campo das instalações industriais em âmbito internacional. Os projetos da Equipe de Arquitetos formada por Carlos Maximiliano Fayet, Cláudio L. G. Araújo, Moacyr Moojen Marques e Miguel Alves Pereira, para a Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, RS, e Terminal Almirante Soares Dutra da Petrobras, em Osório, RS, relacionam igualmente sistemas espaciais do Movimento Moderno, cuja apropriação regional revela particularidades em relação ao centro do país, até então pouco valorizadas.
O isolamento devido à pandemia Covid-19 no Brasil a partir de março de 2020 impôs desafios inéditos ao ensino: a falta de convivência social, fundamental à troca de ideias, e o ensino remoto como única alternativa para a superação do problema, para o qual docentes e discentes, até então não preparados para operá-lo, exigiram respostas rápidas. A experiência inédita de compartilhamento de uma disciplina reunindo cursos dos programas de pós-graduação da FAU/USP, do MDU/UFPE e do PROPAR/UFRGS, a partir dos antecedentes de cada um, levantou várias questões para contribuir para a discussão do ensino, da pesquisa e para a cultura arquitetônica. No âmbito didático-pedagógico, possibilitou uma rica troca entre docentes e discentes, questionando as práticas correntes e abrindo caminho para reflexões futuras; em relação ao conteúdo ampliou o leque de referências críticas e de obras arquitetônicas, impondo uma necessária revisão da historiografia. Muitas outras propostas se desencadearam no ensino superior para o enfrentamento da pandemia. Colocar em debate as estratégias adotadas e os resultados obtidos por esse tripé acadêmico pode estimular significativas mudanças no ensino de arquitetura.
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