São relatados dois surtos de febre catarral maligna (FCM) em bovinos de duas propriedades rurais (A e B) do município de Santiago, Rio Grande do Sul (RS), a transmissão da doença a bovinos suscetíveis e a detecção de DNA viral de herpesvírus bovino-2 (OvHV-2) em tecidos de bovinos afetados. Os dois surtos ocorreram de novembro de 2001 a fevereiro de 2002 (Propriedade A) e de janeiro a fevereiro de 2003 (Propriedade B). O número de bovinos sob risco, as taxas de morbidade e de letalidade foram, respectivamente, 170, 10,59% e 83,33% na Propriedade A e 500, 2,4% e 100% na Propriedade B. Em ambas as propriedades havia contato de ovinos com os bovinos afetados, mas somente na Propriedade A havia ovelhas em parição. Nos bovinos afetados nas duas propriedades, a duração do curso clínico, os achados de necropsia e a histopatologia foram semelhantes. A maioria dos bovinos afetados morreu ou foi submetida à eutanásia in extremis após um curso clínico de 2 a 8 dias. Os sinais clínicos incluíam febre (40,5 e 41,5°C), corrimento nasal e ocular, opacidade da córnea, conjuntivite, salivação, erosões e ulcerações em mucosas, diarréia, hematúria e distúrbios neurológicos. Foram realizadas onze necropsias (nove na Propriedade A e duas na Propriedade B). Lesões macroscópicas incluíam erosões e úlceras nas mucosas dos cornetos nasais, cavidade oral e tratos gastrintestinal e urogenital; hemorragia e necrose da ponta das papilas bucais, aumento de volume dos linfonodos, múltiplos focos brancos no córtex renal e hiperemia das leptomeninges. Microscopicamente, havia arterite e degeneração fibrinóide em artérias de médio e pequeno calibre e em arteríolas de múltiplos órgãos e tecidos, necrose e inflamação em várias superfícies mucosas, ceratite, conjuntivite, uveíte, nefrite intersticial e encefalite. A transmissão experimental foi tentada em cinco bezerros (E1-E5) através da inoculação de cada um deles, por via intravenosa, com 500 ml de sangue total heparinizado oriundo de bovino afetado por FCM. A transmissão foi conseguida em pelo menos três (E1-E3) dos bezerros experimentais que adoeceram após um período de incubação de 15 a 27 dias. Quatro dos bezerros do experimento morreram ou foram submetidos à eutanásia in extremis após um curso clínico que durou de 3 dias a 8 semanas. O bezerro experimental remanescente (E5) recuperou-se após uma doença branda e foi submetido à eutanásia 14 semanas após a inoculação. Os cinco bezerros foram necropsiados. Sinais clínicos, achados de necropsia e histopatologia de três bezerros (E1-E3) eram característicos de FCM. O DNA viral de OvHV-2 foi detectado pela técnica de reação em cadeia de polimerase (PCR) em tecidos emblocados em parafina de sete dos 11 bovinos espontaneamente afetados por FCM e em tecidos emblocados em parafina de três bezerros experimentais (E1-E3). A técnica de PCR resultou negativa nos restantes quatro dos 11 bovinos testados nos casos espontâneos de FCM e em dois (E4-E5) dos cinco bezerros usados nos experimentos de transmissão. Testes de imunoistoquímica realizados em cortes de tecido linfóide do bezerro E4 resultaram negativos para antígeno do vírus da diarréia viral bovina. A transmissão experimental de FCM de bovino para bovino e a caracterização do agente etiológico da doença em bovinos como OvHV-2 foi conseguida pela primeira vez no Brasil.
RESUMO RESUMO RESUMO RESUMO RESUMO.-São descritos a epidemiologia, os sinais clínicos e os achados de necropsia e histopatológicos observados em casos de febre catarral maligna (FCM), que ocorreram de 1973 a 2003 em bovinos de 15 fazendas no Rio Grande do Sul. Em nove ocasiões (60%), a doença ocorreu de forma esporádica, afetando 1-3 bovinos por rebanho, enquanto, em seis fazendas (40%), a FCM ocorreu de forma epizoótica, afetando vários bovinos em cada rebanho. As taxas de morbidade variaram de 2,4% a 20%, e as taxas de letalidade foram de 83,3% a 100%. Bovinos de todas as idades e ambos os sexos foram afetados. Nos casos em que foi possível obter essa informação (9 fazendas), sempre havia ovinos em contato com os bovinos afetados, e o maior número de casos de FCM ocorreu na primavera e verão. A doença clínica era aguda ou subaguda, e os sinais clínicos incluíam febre, corrimento nasal e ocular, conjuntivite, salivação excessiva, Febre catarral maligna em bovinos no Rio Grande do Sul: Febre catarral maligna em bovinos no Rio Grande do Sul: Febre catarral maligna em bovinos no Rio Grande do Sul: Febre catarral maligna em bovinos no Rio Grande do Sul: Febre catarral maligna em bovinos no Rio Grande do Sul: epidemiologia, sinais clínicos e patologia epidemiologia, sinais clínicos e patologia epidemiologia, sinais clínicos e patologia epidemiologia, sinais clínicos e patologia epidemiologia, sinais clínicos e patologia 1 The epidemiology, clinical signs, necropsy and histopathological findings in cases of malignant catarrhal fever (MCF) occurring in cattle from 15 farms in Rio Grande do Sul, Brazil, from 1973 to 2003, are described. In 9 instances (60%) the disease occurred as sporadic cases affecting 1-3 cattle whereas in six farms (40%) MCF occurred as epizootics involving several cattle in each affected herd. Morbidity rates ranged from 2.4% to 20% and lethality rates were 83.3% and 100%. Cattle of all ages and both sexes were affected. Where the information was available (9 farms) sheep were in contact with affected cattle and cases of MCF occurred more frequently in spring and summer. Clinical courses were acute or subacute and clinical signs included fever, nasal and ocular discharges, conjunctivitis, drooling, hematuria, necrosis and blunting of buccal papillae, enlargement of lymph nodes, diarrhea and neurological disturbances. Necropsy findings included opaque corneas, reddening, erosions and ulcerations in several mucous membranes of the alimentary, respiratory and urogenital tracts, and the conjunctiva; enlargement and haemorrhage of lymph nodes and multiple white foci in the renal cortices and in the hepatic portal triads. Crustous dermatitis was observed in some cases. Main histopathological findings included vasculitis, necrosis of the surface epithelia and accumulation of inflammatory cells in several organs. Vasculitis were associated with fibrinoid necrosis of the medial layer of arteries and inflammatory cells included lymphoblasts, lymphocytes, plasma cells and macrophages. hematúria, necrose das...
Abstract. Many brown howlers (Alouatta fusca) have died in a 3-month period in a subtropical forest in Southern Brazil. One was examined after a systemic illness. According to clinical signs, and necropsy and histopathology findings, yellow fever virus (YFV) infection was suspected. Tissue sections from liver, kidney, and lymphoid organs were screened by immunohistochemistry for YFV antigens. Cells within those tissues stained positively with a polyclonal antibody against YFV antigens (1:1,600 dilution), and yellow fever was diagnosed for the first time in the brown howler in the area.Yellow fever virus (YFV) infection is an acute arthropod-borne Flavivirus (family Togaviridae) infection that causes fever, jaundice, albuminuria, and hemorrhage. It occurs in 2 forms: urban and sylvan. There are 2 types of endemic areas: humid forests and emerging zones where urban and sylvan forms intermingle. 3 The vectors are Aedes aegypti in urban areas, 9 A. albopictus in suburban areas, 10 and tree-hole-breeding mosquitoes (Haemagogus spp.) in the forests. 9 The virus circulates in the forests in mosquito vectors causing scattered epizootics in nonimmune monkeys. Alternatively, transmission may be vertical from the female mosquito to her offspring, allowing virus survival from one rainy season to the next in A. aegypti eggs. 3 Yellow fever remains endemic in many regions of Africa and South America, despite the existence of an effective vaccine. 2,9 Currently, YFV infection may be confused with other similar hemorrhagic conditions. 2,4,9 In humans, severe necrotic lesions are seen at autopsy 2 in many organs, particularly the liver. Microscopically, YFV infection is characterized by midzonal necrosis of the liver with microvesicular fatty change
RESUMOQuarenta e cinco mastocitomas cutâneos caninos foram graduados histologicamente com o uso de hematoxilina-eosina. Foram empregados os métodos azul de toluidina e região organizadora nucleolar argirofílica (AgNOR) para, respectivamente, evidenciar os grânulos citoplasmáticos e avaliar o índice de proliferação celular. Diversas características histológicas foram observadas, como distribuição das células na pele, tamanho, forma, aspecto de citoplasma e núcleo, quantidade de estroma, presença de eosinófilos e alterações associadas. Com base nessas caracteríscas, 37,8% dos mastocitomas foram classificados como grau I, 51,1% como grau II e 11,1% como grau III. A média geral de AgNOR nos mastocitomas foi de 1,9 (1,2 a 4,3) e as médias para os graus I, II e III foram, respectivamente, de 1,5, 1,85 e 3,25. A técnica de AgNOR mostrou ser de fácil execução, custo acessível e confiável como meio auxiliar para estimar um prognóstico mais objetivo para os mastocitomas. I, II and III were, respectively, 1.2, 1.85 and 3.25. The AgNOR method proved to be feasible, inexpensive and a reliable tool to predict a more accurate prognosis for mast cell tumors. Palavras-chave: cão, mastocitoma, AgNOR ABSTRACT Forty
RESUMOA febre amarela é uma infecção aguda causada por um Flavivirus (VFA) transmitido por mosquitos, endemica nas regiões tropicais da América do Sul. O objetivo desta nota prévia é relatar a ocorrência de um surto da doença no Sul do Brasil. Durante os meses de outono de 2001, um surto de doença em bugios vitimou aproximadamente oitenta exemplares da espécie Alouatta fusca numa floresta no Oeste do Rio Grande do Sul (Santo Antônio das Missões e Garruchos). Os habitantes do lugar relataram que os animais caiam das árvores gravemente enfermos ou mortos. Os populares observaram que os animais tinham amarelamento acentuado da pele e mucosas visíveis. O cadáver de um dos bugios encontrados mortos foi necropsiado no Laboratório de Patologia Veterinária do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Santa Maria. O animal era uma fêmea em mau estado corporal e as lesões observadas na necropsia consistiam em icterícia acentuada de mucosas, grandes vasos e órgãos internos. A bexiga continha urina amarelada com flocos esbranquiçados. Tecidos de vários órgãos foram incluídos em parafina e corados pela hematoxilina e eosina. Foi detectada necrose de coagulação massiva do fígado com degeneração gordurosa dos hepatócitos remanescentes, degeneração do epitélio tubular renal com cilindros hialinos na luz tubular, e necrose variável dos folículos linfóides do baço. As lesões foram sugestivas de febre amarela. Foi realizada imunoistoquímica de cortes histológicos de fígado e rim para detecção de antígenos do vírus da febre amarela (VFA). Foi usado um anticorpo policlonal de camundongo (diluição 1:1600) e um complexo comercial estreptadividina-fosfatase alcalina que reagiu com a biotina ligada ao anticorpo secundário. O teste foi positivo para antígenos do VFA e o diagnóstico de febre amarela em primatas foi formulado pela primeira vez no Estado do Rio Grande do Sul.Descritores: febre amarela, VFA, bugios, imunoistoquímica.
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