RESUMO: Partindo de uma perspectiva materialista, e mobilizando categorias enunciativas, como a de orientação argumentativa, e discursivas, como as de autoria, criatividade, discurso lúdico, este texto toma como objeto de reflexão o Dicionário inFormal, sustentando que este abre um lugar para uma escrita criativa que desloca sentidos sobre a língua, o dicionário, e permite a ocupação de uma posição de autoria, o que leva à possibilidade de um trabalho em sala de aula com a lexicografia "informal". PALAVRAS-CHAVE: Criatividade. Enunciação. Língua. Discurso. Lexicografia.ABSTRACT: Taking a materialistic standpoint, and mobilizing enunciative categories, such as that of argumentative orientation, and discursive categories, such as authorship, creativity, ludic discourse, this text takes as object the inFormal Dictionary, arguing that it opens up a place for a creative writing that changes stabilized meanings about language and about the dictionary, and allows the occupation of a position of authorship, which leads to the possibility of classroom work with the "informal" lexicography.
SHEILA ELIAS DE OLIVEIRA UNICENTRORESUMO: Este artigo traz uma análise semântico-enunciativa da palavra 'cité' como objeto de definição lexicográfica nas nove edições do Dicionário da Academia Francesa, de 1694 a 1986-92. Os artigos do dicionário são analisados no modo como a sua organização textual predica a palavra-entrada. Destacam-se o sentido urbano de 'cité', posto pela relação com 'ville', e seu sentido político, marcado na raiz da palavra: o étimo latino 'civitas'. A autora mostra que a introdução do sentido político, contrariando a marca etimológica, se dá na quinta edição, de 1798, posteriormente à do sentido urbano (presente desde a primeira edição) e está relacionada à Revolução Francesa, o que é ressignificado nas edições seguintes pela rememoração não só da Revolução, mas também da Antiguidade greco-romana, que reenvia à 'pólis' grega e à 'civitas' latina. Mostra também que o sentido político, ligado à governança, nem sempre está desvinculado de 'ville', e que por intermédio de 'cité', 'ville' se liga a 'Estado livre' e a 'país'. 'Ville' é um predicado fundamental na definição de 'cité', pelo qual se produzem diferentes vínculos semânticos: 'cité' designa ora o mesmo que 'ville', ora uma parte da 'ville', ora um direito que pode ser exercido ou não na 'ville', ora um espaço delimitado pela fronteira com a 'ville', entre outras possibilidades. A análise dá visibilidade à forte relação polissêmica entre as duas palavras e às imprecisões e ambiguidades que configuram o presente da palavra-entrada nas diferentes edições.ABSTRACT: This article presents a semantic-enunciative analysis of the word 'cité' as an object of lexicographic definition in the nine editions of the Dictionary of the French Academy, between 1694 and 1986-92. The dictionary articles are analyzed in the way their organization as texts predicates the entry. The urban sense of 'cité', related to 'ville', as well as its political sense, marked in the root of the word:
Este artigo apresenta uma reflexão sobre o papel da Lingüística na formação de professores de língua nos cursos de graduação em Letras, pensando o papel da Lin- güística ligado ao papel social do ensino de língua. Esta ligação implica uma concepção de línguagem, de sociedade e da relação entre elas. De uma perspectiva materialista, para a qual as línguas são constituídas histórica e politicamente, analisa-se, em duas tendências presentes no ensino de Português no Brasil, o papel da concepção lingüísti- ca na construção da identidade dos alunos como falantes e cidadãos. A primeira ten- dência é fundamentada na Gramática Normativa e a segunda na Sociolingüística, a últi- ma aqui representada pelo livro “Por que (não) ensinar gramática na escola”, de Sírio Possenti. Finalmente, é proposta outra abordagem, tanto para o ensino de língua quanto para a formação dos professores de língua.
IntroduçãoComo semanticista da enunciação, tenho me dedicado a reler, sob a óti-ca da História das Ideias Linguísticas, um dos autores fundamentais para este domínio semântico: o sírio-francês Emile Benveniste. Este linguista não se furtou à refl exão sobre a relação entre linguagem, sociedade e história, tema deste número de Organon; esta relação é, de fato, fundamental em sua obra. Um dos principais lugares de entrada na língua para o seu
Partant de l'analyse de l'énonciation des médecins français et brésiliens au sujet de la relation entre médecin et patiente, cet article présente une réflexion sur l'interprétation du sens implicite en prenant en compte le rapport entre dit, implicite et silence. L'articulation entre les études de l'énonciation et l'analyse du discours conduit à la considération du silence comme condition de la production de sens, ce qui change le regard sur l'interprétation de l'implicite. L'analyse du dire des médecins sur la « pudeur » des patients et tout particulièrement des femmes, montre que les mots pudeur/pudor jouent un rôle dans la construction des connaissances en médecine, en lien avec des sens implicites et du silence sur le corps, la sexualité et la subjectivité du médecin. Le regard sur le silence rend visibles des questions auxquelles la connaissance et l'éthique médicales doivent faire face aujourd'hui. Through the analysis of the enunciation of French and Brazilian doctors about the relation between doctor and patient, this article presents a reflection on the interpretation of implicit meaning, which considers the relation between what is said, implied and silenced.The articulation between enunciation studies and discourse analysis leads to the consideration of silence as a condition for the production of meaning, which changes the way we look at the interpretation of the implicit. The analysis of what doctors say about the ' decency' of patients and especially of female patients shows that the words pudeur/pudor, together with the implicit meanings and the silence on the body, the doctor's sexuality and subjectivity, play a role in the construction of knowledge in Medicine. The gaze on silence throws light on some questions that medical knowledge and ethics must face today.
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