O presente trabalho foi conduzido com o objetivo de relatar surtos de fotossensibilização causados por Froelichia humboldtiana em equídeos no Estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Foram examinados animais de três propriedades rurais, além de asininos abandonados nas estradas. Procedeu-se a coleta de amostras de sangue periférico de cinco jumentos e dois equinos para análise das atividades das enzimas hepáticas e concentrações de bilirrubina total, direta e indireta. Das áreas de pele com lesões de dois jumentos e de um equino foram realizadas biópsias. Constatou-se que 50 asininos, 18 equinos e duas mulas foram acometidos. Dos asininos acometidos, 45 eram jumentos criados soltos em margens de estradas. Relatou-se a morte de 30 jumentos em decorrência de miíases e debilidade. Os animais tinham histórico de apresentarem lesões de fotodermatite aproximadamente um mês após pastarem em áreas invadidas por F. humboldtiana e recuperavam-se das lesões 10 a 30 dias após serem retirados dessas áreas. Porém, o quadro de prurido e automutilação retornava em uma ou duas semanas quando os equídeos eram reintroduzidos nessas áreas. Ao exame clínico de asininos jovens e adultos, foram observadas feridas extensas, ulceradas, que drenavam exsudato seroso abundante. Todas essas feridas decorriam de traumas causados por automutilação secundária ao intenso prurido. Além disso, muitas das feridas apresentavam miíase. Os equinos e as mulas apresentavam lesões de fotodermatite somente nas áreas de pele despigmentadas, não sendo observadas lesões oculares. A avaliação histopatológica de biópsias de pele revelou inflamação perivascular na derme superficial. Na epiderme havia extensas úlceras, recobertas por fibrina associada a infiltrado neutrofílico e numerosos agregados bacterianos basofílicos superficiais. As atividades séricas de AST, GGT e as concentrações de bilirrubina no soro estavam dentro dos valores de referência. O diagnóstico de fotossensibilização primária associada à ingestão de F. humboldtiana foi baseado na epidemiologia, sinais clínicos, bioquímica sérica, biópsia de pele e reocorrência das lesões após os animais serem reintroduzidos no pasto invadido pela planta. Conclui-se que a F. humboldtiana é uma importante causa de fotossensibilização primária em equídeos no semiárido brasileiro, resultando em quadro de debilidade e morte de grande número de animais, principalmente asininos que não recebem tratamento adequado.
This study aimed to review the mechanisms of action, clinical signs, pathology, and toxic compounds of plants that cause photosensitivity in ruminants. In addition, we sought to clarify the diagnostic methods and prophylaxis of photosensitivity-induced plants. Photosensitizing plants constitute an important group of poisonous plants in Brazil and there are at least seventeen species distributed in nine genera. Some of these plants have well known toxic compounds; in others, the substance responsible for the disease is unknown. In general, the photosensitivity can be classified as primary or secondary. Among the plants causing primary photosensitivity in Brazil, Ammi majus contains furocoumarins, while the compound in Froelichia humboldtiana remains uncertain. The known toxic compounds causing secondary photosensitivity include pyrrolizidine alkaloids, furans sesquiterpenes, triterpenes, and steroidal saponins. In other plants causing secondary photosensitization, including Stryphnodendron spp. and Enterolobium spp., the toxic compound is still unknown. Future research should be conducted in order to determine the various mechanisms of action of each toxic compound to assist the diagnosis of photosensitivity, to develop less toxic or non-toxic cultivars, or even to find new ways of preventing photosensitization. Key words: Cow. Goat. Sheep. Intoxication. Poisonous plants. ResumoO presente trabalho teve como objetivo revisar os mecanismos de ação, os sinais clínicos, a patologia e os princípios tóxicos das plantas que causam fotossensibilização em ruminantes. Além disso, buscou-se esclarecer, de maneira sucinta e objetiva, os métodos diagnósticos e a profilaxia da fotossensibilização induzida por plantas. Plantas fotossensibilizantes em ruminantes constituem um grupo importante de plantas tóxicas no Brasil, existindo pelo menos 17 espécies de plantas fotossensibilizantes distribuídas em nove gêneros. Algumas delas têm princípio ativo conhecido; em outras não se conhecem as substâncias responsáveis pela doença. Em geral, a fotossensibilização pode ser classificada como primária e secundária. Das plantas descritas como fotossensibilizantes primárias no Brasil, apenas a Ammi majus teve seu princípio tóxico identificado (furocumarinas), enquanto o da Froelichia humboldtiana continua incerto. Outros princípios ativos fotossensibilizantes também foram descritos em plantas, porém causando fotossensibilização secundária, dentre eles estão os alcalóides pirrolizidínicos, os furanossesquiterpenos, os triterpenos, e as saponinas esteroidais. Existem ainda plantas reconhecidamente fotossensibilizantes secundárias que não apresentam princípio tóxico conhecido, como as do gênero Striphnodendron e
RESUMO: O presente trabalho foi conduzido com o objetivo de relatar um surto de fotossensibilização causado por Froelichia humboldtiana em bovinos leiteiros no Estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Foram examinados animais de uma propriedade rural que apresentavam sintomatologia compatível com fotodermatite. Procedeu-se a coleta de amostras de sangue periférico de cinco bovinos para análise das atividades das enzimas hepáticas gamaglutamiltransferase e aspartatoaminotransferase, além da concentração de bilirrubina total, direta e indireta. Das áreas de pele com lesões de dois animais foram realizadas biópsias. Constatou-se que 15 animais de um rebanho composto por 40 animais apresentaram fotossemsibilização. Os animais tinham histórico de apresentar lesões de fotodermatite aproximadamente 10 dias após pastarem em áreas invadidas por F. humboldtiana. Ao exame clínico dos bovinos leiteiros notou-se que inicialmente apresentavam prurido e hiperemia nas áreas de pele despigmentadas do dorso e úbere, também havia alterações do comportamento. Posteriormente, as áreas hiperêmicas se apresentavam com edema que evoluíam para dermatite ulcerativa, necrotizante e exudativa, com perda de extensas áreas da epiderme. As úlceras eram mais graves nos quatro bovinos que apresentavam automutilação por lambedura. Esses quatro animais foram retirados do pasto e abrigados em local sombreado. Uma semana após, o prurido regrediu e as fissuras da pele passaram a cicatrizar. Porém, as lesões reapareceram logo após os bovinos serem reintroduzidas no pasto infestado por F. humbolditiana. Percebeu-se ainda queda na produção leiteira (redução de 50-60%) das vacas após a instalação de fotodermatite. Porém, os bezerros que ainda eram lactantes e ingeriam o leite nas vacas acometidas por fotossensibilização, não apresentaram sinais de fotodermatite. A histopatologia de biópsias de pele revelou inflamação na derme superficial constituída por mastócitos, linfócitos, e alguns plasmócitos. Na epiderme haviam extensas úlceras, recobertas por crostas, associada a infiltrado neutrofílico. As atividades séricas de AST, GGT e as concentrações de bilirrubina estavam dentro dos valores de referência normais para a espécie bovina. O diagnóstico de fotossensibilização primária associada à ingestão de F. humboldtiana foi baseado na epidemiologia, sinais clínicos, bioquímica sérica, biópsia de pele e reocorrência das lesões após os animais serem reintroduzidos no pasto invadido pela planta. Conclui-se que a F. humboldtiana é uma importante causa de fotossensibilização primária em bovinos leiteiros no semiárido brasileiro e que sua toxina provavelmente não é excretada pelo leite bovino.
The aim of this study was to analyze the economic viability of producing dairy goat kids fed liquid diets in alternative of goat milk and slaughtered at two different ages. Forty-eight male newborn Saanen and Alpine kids were selected and allocated to four groups using a completely randomized factorial design: goat milk (GM), cow milk (CM), commercial milk replacer (CMR) and fermented cow colostrum (FC). Each group was then divided into two groups: slaughter at 60 and 90 days of age. The animals received Tifton hay and concentrate ad libitum. The values of total costs of liquid and solid feed plus labor, income and average gross margin were calculated. The data were then analyzed using the Monte Carlo techniques with the @Risk 5.5 software, with 1000 iterations of the variables being studied through the model. The kids fed GM and CMR generated negative profitability values when slaughtered at 60 days (US$ −16.4 and US$ −2.17, respectively) and also at 90 days (US$ −30.8 and US$ −0.18, respectively). The risk analysis showed that there is a 98% probability that profitability would be negative when GM is used. In this regard, CM and FC presented low risk when the kids were slaughtered at 60 days (8.5% and 21.2%, respectively) and an even lower risk when animals were slaughtered at 90 days (5.2% and 3.8%, respectively). The kids fed CM and slaughtered at 90 days presented the highest average gross income (US$ 67.88) and also average gross margin (US$ 18.43/animal). For the 60-day rearing regime to be economically viable, the CMR cost should not exceed 11.47% of the animal-selling price. This implies that the replacer cannot cost more than US$ 0.39 and 0.43/kg for the 60-and 90-day feeding regimes, respectively. The sensitivity analysis showed that the variables with the greatest impact on the final model's results were animal selling price, liquid diet cost, final weight at slaughter and labor. In conclusion, the production of male dairy goat kids can be economically viable when the kids diet consists mainly of either cow milk or fermented colostrum, especially when kids are slaughtered at 90 days of age.
<p>O convívio de animais com pessoas gera diversos benefícios, porém, favorece a emersão de doenças, quando não ocorre vigilância contínua na saúde do animal, das pessoas, ambiente e adoção de políticas públicas efetivas para prevenção e controle das enfermidades. Assim, o médico veterinário tornou-se reconhecido como profissional da área da saúde, pois auxilia no controle e prevenção de muitas doenças de caráter zoonótico e infeccioso. Neste trabalho realizaram-se atendimentos clínicos veterinários à população da cidade de Sousa e cidades circunvizinhas, no HOVET-ASA do IFPB. Durante esses atendimentos houve esclarecimentos sobre cuidados preventivos contra doenças em seus animais, manejo ambiental, quais doenças zoonóticas são endêmicas na região e como identifica-las. Foram totalizados 389 atendimentos clínicos, durante a execução do projeto (Junho a Dezembro/2019), porém, devido à grande demanda, muitos tutores não preenchiam os questionários aplicados após abordagem clínica dos animais, consequentemente, apenas 95 foram recolhidos. As informações foram organizadas em quatro categorias: informações sócio-econômico-cultural da população, específicas sobre o atendimento clínico dos profissionais, ambiente hospitalar e críticas construtivas sobre o ambiente de trabalho e do veterinário. O HOVET-ASA, recebeu mais tutores do sexo feminino (55,78%), com diferentes idades, sendo a maioria (37,89%) de 20-29 anos, 50,52% eram pardos, 42,10% solteiros e 31,57% residem com os pais. A maioria dos atendimentos ocorreu em animais do Estado da Paraíba (89,47%), sendo a maioria da cidade de Sousa (49,47%), de tutores residentes em imóveis próprios (46,31%) na zona urbana (73,68%). 60% das pessoas afirmaram não ter filhos e 45,26% afirmaram ter dois filhos. Apenas 37,89% das pessoas estavam empregadas e 22,10% eram estudantes. 26,31% das famílias eram compostas por duas pessoas, onde 52,63% tinham suas rendas divididas com membros residentes em outras casas. 67,36% responderam não ser beneficiários de programas sociais. Apenas 12,63% dos tutores haviam concluído o ensino superior. A maioria dos tutores (76,84%) afirmaram escolher o HV-ASA pelas boas recomendações, classificando a qualidade e atendimento dos funcionários como gentis (55,37%) e prestativos (44,62%) e considerado o tempo de espera pelo atendimento como bom (40%). As categorias elencadas a seguir foram consideradas em sua maioria excelentes: profissionalismo dos médicos (77,89%), respeito pelo animal atendido (81,05%), comunicação com o tutor e com o animal (70,52%), sensibilidade tanto ao animal quanto ao tutor (71,57%), e a atuação geral dos veterinários em exercício no HV-ASA (83,15%). Sobre o nível de satisfação com o ambiente hospitalar, 70,52% pessoas marcaram excelente, assim como 60% classificaram as instalações, equipamentos e segurança do hospital como excelentes. 96,84% das pessoas recomendariam os serviços do HV-ASA. Sugeriram ainda melhorias nos serviços: investimento no orçamento para medicações cirúrgicas e outros tratamentos; divulgação em redes sociais; amostras grátis de medicamentos; ambiente mais aconchegante na sala de espera; melhor acesso para ONG’s; agilidade nos atendimentos, realização de maior quantitativo de exames e cirurgia; aumento no número de profissionais; do número de atendimentos dentro e fora do ambiente institucional; construção de aplicativos para acompanhamento online; e o funcionamento à noite.</p><p>Palavras-chave: Animal. Comunidade. Extensão.</p>
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