Este texto problematiza a inserção da modalidade de educação quilombola no âmbito das políticas de educação. Considera-se a modalidade no conjunto mais amplo de desestabilizações de estigmas que definiram, ao longo de nossa história, a inserção subalterna da população negra na sociedade e, consequentemente, no sistema escolar. Que tipologias de reconhecimento orientam políticas de educação voltadas para populações remanescentes de quilombos? Analisam-se a educação escolar quilombola no estado de Minas Gerais e a cobertura escolar a partir de indicadores contidos no censo escolar e no relatório do Plano de Ações Articuladas (PAR) dos municípios no ano de 2010. Por fim, interrogam-se tendências de políticas de diversidade na educação que podem informar arranjos para a implantação da modalidade de educação quilombola.
Resumo: No texto objetivamos analisar como um grupo de mulheres moradoras da Comunidade Quilombola Mato do Tição, situada na Região metropolitana de Belo Horizonte, mobiliza elementos para a construção do referente “mulher quilombola” na construção de suas identidades. Para tanto, a análise passa por reflexões em torno das práticas e dos discursos a partir dos quais essas mulheres tornaram-se quilombolas e das maneiras como mobilizam a categoria do gênero. O presente artigo partiu de uma etnografia, realizada por meio de observação participante, entrevistas e conversas direcionadas, cujo foco foi a trajetória de cinco mulheres da comunidade que protagonizam e mantêm o cotidiano do quilombo. Demonstramos que elas estão produzindo significados e deslocando os sentidos sobre sua própria identidade a fim de superarem as opressões sociais em torno do pertencimento étnico-racial e de gênero.
Devemos lembrar que os povos afrodescendentes estão entre os mais afetados pelo racismo. Muitas vezes, eles têm seus direitos básicos negados, como o acesso a serviços de saúde de qualidade e educação." Ban Ki-moon ex-Secretário-geral das Nações Unidas
Este artigo pretende apontar a articulação gênero, raça e educação, a fim de contribuir com a produção educacional com enfoque feminista e antirracista. Para tal, indagaremos sobre alguns processos simbólicos e educativos, tendo como principal eixo de análise, a mídia como dispositivo curricular e seus efeitos formadores ou deformadores de sujeitos, sobretudo, quando se trata de adolescentes em processos tensos de construção identitária. A partir de uma disposição instigada pela indagação: “como se aprende a ser menina negra?” analisaremos a temporada do programa de TV Brazil’s Next Top Model, que se classifica como uma “academia de modelos”, tratando-o como campo no qual se produzem discursos e se estabelecem práticas que regulam comportamentos e mediam relações conflitivas entre adolescentes negras, mestiças e brancas. A análise desdobra-se sobre a composição da branquitude como efeito discursivo que incide sobre o corpo negro e analisa a trajetória de uma mulher negra no programa escolhido para entender as ficções em ação na fabricação do corpo-modelo. Por fim, apresentam-se pistas para a reflexão sobre o lugar do exótico, ou queer, na ficção da unidade proposta pela branquitude normativa.
RESUMO Este artigo apresenta uma análise da categoria quilombo em suas interfaces com a educação a partir de dados da pesquisa nacional intitulada “Educação e Relações Étnico-Raciais: estado da arte” considerando as dissertações e teses mapeados no período de 2003 a 2014 sobre a temática. Nesse artigo discutimos, a partir das pesquisas analisadas, os dilemas da constituição das identidades quilombolas em interface com a educação escolar. Identificou-se como tendência predominante nas pesquisas a utilização de uma noção de quilombos derivada do reconhecimento jurídico das comunidades remanescentes de quilombo. Verificou-se a adoção de uma concepção de identidade quilombola construída em meio a lógicas de funcionamento do racismo e aos dilemas do pertencimento a um determinado território material e simbólico inserido em disputas econômicas. Constatou-se que a educação escolar quilombola, a tendência predominante é confrontação entre a educação quilombola e aquela que ocorre na escola que, no formato atual, obstaculiza ou pouco colabora na construção de uma identidade afrodescendente. A educação escolar quilombola diferenciada permanece em disputa.
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