Resumo Esta pesquisa teve como objetivo geral compreender experiências de escuta clínica nas modalidades de triagem e plantão psicológico entre estudantes lotados em um serviço-escola de Pernambuco. Os objetivos específicos foram descrever sentidos dessas experiências, investigar como eles percebiam a formação recebida para ofertarem esses serviços, como também identificar dificuldades enfrentadas nos processos e estratégias utilizadas para dirimi-las. Utilizou-se o método da hermenêutica colaborativa, e 18 colaboradores, subdivididos em quatro grupos de discussão, responderam a uma entrevista aberta com pergunta disparadora. Os resultados foram analisados em uma perspectiva fenomenológica, revelando que os estudantes enfrentavam dificuldades como desarticulação entre teoria e prática, manejo do tempo, angústia e insegurança inicial, além de falta de suporte estrutural recebido pelo serviço-escola para ofertar tais serviços. No entanto era possível a eles desenvolver a escuta, deixando-a fluir na condução dos processos em direção às demandas dos clientes. Diante de estratégias como capacitação ofertada pelo serviço-escola, suporte emocional recebido pelas equipes de supervisão e seus próprios processos pessoais, conseguiam enfrentar as dificuldades encontradas durante a formação, sentindo-se, apesar de tudo, valorizados e reconhecidos pelo serviço prestado. Concluiu-se, principalmente, a importância de inserir estudantes em serviços-escola em práticas anteriormente ao estágio obrigatório e em diversas modalidades de porta de entrada, desde que tais estratégias estejam integradas ao projeto pedagógico do curso, cabendo à instituição oferecer uma formação que, efetivamente, articule teoria e prática nas experiências cotidianas do estudante no processo de vivenciar e aprimorar sua escuta clínica ao tornar-se psicólogo.
O trabalho do policial militar é permeado por diversas particularidades inerentes à profissão, que acabam por afetar sua vida pessoal e sua família. Diante dessas problemáticas, marcantes e complexas, o presente estudo teve por objetivo geral compreender sentidos da experiência de ser esposa de policial militar. Especificamente, objetivou-se, na ótica dessas mulheres, descrever esses sentidos, investigando em que medida o trabalho do companheiro afeta a saúde e a qualidade de vida delas e/ou da família; bem como identificando dificuldades enfrentadas por elas e os impactos do trabalho do companheiro no relacionamento conjugal. Tratou-se de um estudo qualitativo fenomenológico, que utilizou entrevista individual aberta com pergunta disparadora. Colaboraram quatro esposas e as unidades de sentido reveladas foram: vulnerabilidade, sensação de insegurança e atenção constantes; preocupação com riscos à vida do companheiro; incertezas quanto ao planejamento de vida; afetações quanto às mudanças na rotina; limitações na vida social do casal; risco de infidelidade; tentativa de preservação da relação; mudanças no próprio comportamento; e mudanças no comportamento do companheiro. Concluiu-se, principalmente, que há repercussões do trabalho dos companheiros na saúde, qualidade de vida e relacionamento conjugal dessas esposas, o que pode invisibilizar suas condições sociais de serem mulheres.
Esta pesquisa teve por objetivo geral compreender sentidos da experiência de participação em oficinas de desenvolvimento da escuta entre estagiários de Psicologia, que as frequentaram antes de adentrar o estágio. Especificamente, buscou-se descrever como competências despertadas e desenvolvidas naquelas oficinas estariam sendo operacionalizadas no estágio; compreender como mudanças em modos de subjetivação desses estudantes favoreceram a inserção e a manutenção no estágio; e avaliar, na perspectiva destes estagiários, a operacionalidade da oficina para ser ofertada ao estudante em formação. Usando a hermenêutica colaborativa, uma proposta em pesquisa fenomenológica, entrevistaram-se 14 estagiários, subdivididos em três grupos de discussão, que puderam resgatar e analisar conjuntamente o sentido daquela vivência. Os resultados apontaram que a oficina promoveu alcance terapêutico; favoreceu autoconhecimento; teve o sentido de ressignificação compartilhada da angústia em relação à futura prática do estágio; dirimiu ansiedade em relação às limitações pessoais; promoveu desenvolvimento de competências; e favoreceu organização, sistematização e foco da escuta. Os colaboradores reconheceram a necessidade da oficina antes do estágio, mas sem ser obrigatória. Concluiu-se, principalmente, que essa pode ser uma prática de capacitação, humanização e cuidado a futuros estagiários num serviço-escola de Psicologia, pois foi reconhecida pelos colaboradores como espaço de acolhimento e cuidado de si.
Resumo: Esta pesquisa fenomenológica-interventiva teve como objetivo principal compreender o sentido da experiência de ser genitor (a) de criança vítima de violência sexual, buscando possibilitar a ressignificação da realidade e a elaboração de estratégias de enfrentamento. Em três encontros semanais de uma hora e meia, cinco genitores e o próprio pesquisador registraram o sentido de suas experiências dos encontros em Versão de Sentido (VS). De posse de todas as VS's, foi possível compreender que o sofrimento presente na vida dos colaboradores está relacionado com a lentidão entre denúncia do abuso e conclusão de trâmites jurídicos. O processo levou os colaboradores a mudanças em modos de subjetivação, principalmente, devido à ampliação da visão sobre si mesmos, o que resultou em ressignificação da própria história de vida e na construção de projetos futuros. Além da oportunidade de minimizar seu sofrimento pelo compartilhamento deste com outros, eles criaram como estratégia de enfrentamento da realidade: a construção de vínculos sociais para partilhar suas experiências, falar sobre o próprio sofrimento e cuidar de si. Concluiu-se, principalmente, que a prática dos encontros foi absorvida pelos colaboradores como estratégia de autocuidado, e o acolhimento ofertado deve focá-los para além da condição de genitores de vítimas de violência sexual.Abstract: This phenomenological-intervention research had as its main objective understanding the experience of being a parent of a child victim of sexual violence, seeking to re-signify reality and the elaboration of coping strategies. In three one-and-a-half-hour weekly meetings, five parents and the researcher themselves recorded the meaning of their experiences and encounters in Sense Version (SV). With the possession of all SVs, it was possible that the present suffering in the employees' lives is related to a slowness between denouncing the abuse and completing legal procedures. The process led the employees to change in modes of subjectivation, mainly due to the enlargement of the vision about themselves, which resulted in a re-signification of their own life history and the construction of future projects. In addition to the opportunity to minimize their suffering by sharing it with others, they have created strategies of coping with reality: to build social bonds to share their experiences, talk about their own suffering and take care of themselves. It was mainly concluded that the practice of the meetings was absorbed by the collaborators as a strategy of self-care, and the embracement offered must focus on them beyond the condition of parents of victims of sexual violence.
A presente pesquisa teve como objetivo compreender as experiências de trabalho de psicólogos que atuam em serviços públicos de saúde nas cidades de Petrolina-PE e Juazeiro-BA. Tal discussão fez-se necessária tendo em vista a importância do trabalho na sociedade contemporânea e os desafios para o desempenho profissional a partir da implantação do Sistema Único de Saúde (SUS). Tratou-se de uma pesquisa fenomenológica, na qual foram realizadas entrevistas individuais com cinco psicólogos, utilizando-se como instrumento uma pergunta disparadora, que foram analisadas privilegiando as percepções dos sujeitos sobre as suas vivências. Os resultados mostraram que fatores como condições de trabalho, reconhecimento profissional, relacionamento com a equipe e pluriemprego interferem no processo saúde-doença no trabalho, levando a uma vivência conflituosa entre motivação e desmotivação. Além disso, foram identificadas estratégias para a manutenção da saúde que foram vistas como possibilidade de ressignificação das vivências de sofrimento por causa do trabalho.
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