ResumoCom base no arcabouço evolucionário e a partir dos dados da Pesquisa de Inovação Tecnológica (PINTEC) do IBGE, para o Brasil, e da Community Innovation Survey (CIS), para países europeus, este trabalho apresenta e utiliza uma metodologia própria para cálculo de Hiato Tecnológico, com base em indicadores relativos ao esforço e ao desempenho inovativo das firmas e aplicado para todos os setores, ao nível de agregação dessas pesquisas, da indústria no Brasil e na União Europeia. Objetiva-se aqui, mais do que apenas medir a distância a que estamos das economias europeias, apontar algumas origens do consensual baixo desempenho inovativo e tecnológico da matriz industrial brasileira se comparada às potências globais. Palavras-chave:Hiato Tecnológico, Inovação, Catching-up, Pesquisa e Desenvolvimento. AbstractBased on the evolutionary economics framework and using the data provided by the Research of Technological Innovation (PINTEC/IBGE) and by the Community Innovation Survey (CIS/Eurostat), this paper presents and applies its own methodology of Technology Gap measurement. The starting point here are our indicators representing two different dimensions of the innovation process: the initial effort and the actual result in terms of innovation. Those are calculated using the available data related to all sectors of the manufacturing industry, respecting the aggregation level of the surveys, both for Brazil and European Union. Rather than just measuring the distance from European economies, we aim to point out some probable origins of the consensual low innovative and technological performance of the Brazilian industrial matrix, especially when compared to the European leaders, such as Germany and France.
Durante as últimas seis décadas, economistas têm buscado entender como os países crescem e se desenvolvem dentro do sistema capitalista. Esse objetivo em comum nunca quis dizer, porém, que métodos de abordagem fossem similares ou que tenha havido algum consenso sobre como se entender o método de produção capitalista.O trabalho seminal de Solow (1956) acabou sendo a fonte de um leque de estudos que creditavam o crescimento econômico a uma série de fatores exógenos aos países, entre eles a tecnologia utilizada em suas matrizes produtivas. No entanto, após duas décadas de relativa estabilidade no entendimento dos determinantes da mudança econômica, a década de 1980 marcou o reavivamento dos estudos sobre o crescimento, com uma mudança, ainda que parcial, na perspectiva mainstream. Essa mudança se dá, principalmente, pela atribuição do crescimento econômico a fatores endógenos ao sistema, e não mais a fatores externos que afetam as economias nacionais, com a mudança técnica endógena como determinante primordial deste processo (PORCILE et al., 1999).Gradativamente, deixou de ser considerado nestes novos modelos endógenos de crescimento, além da mudança técnica exógena, o tratamento da disponibilidade de oportunidades tecnológicas como homogênea a todos os países, como se a tecnologia fosse um bem "público" e acessível a todos. Contribuiu para essa reconsideração de premissas, alguns fatos observados ao longo do tempo e praticamente indiscutíveis: o aumento contínuo da produtividade do trabalho e da renda per capita; a divergência nas taxas de crescimento dos diferentes países, e a mobilidade de fatores de produção e diferenciais na remuneração desses fatores (PORCILE et al, 1999).Verificou-se entre as décadas de 50 e 80 o que Schumpeter já afirmava nos idos de 1940, e destacado na citação que abre esta introdução: o sistema é revolucionado por dentro a todo momento, e não por forças externas, tal como defendiam economistas atados às premissas da Escola Neoclássica. As condições não estão "dadas" nem são, muito menos, estáveis -elas mudam antes mesmo que possam se estabelecer por completo.Esse interesse na mudança endógena não reacendeu a discussão apenas internamente ao mainstream. Ora, a mudança técnica pode estar de fato no centro do crescimento endógeno, mas deve haver alguma força que promova a própria mudança técnica -força essa descrita por Schumpeter como inovação, a responsável pelos novos produtos, métodos de produção e oportunidades de mercado introduzidos ao sistema a todo momento e motivadores da sua constante evolução e revolução. Neste sentido, inspirada pelo ideal Schumpeteriano de inovação endógena, a Escola Evolucionária é inaugurada no início da década de 1980 por Richard Nelson e Sidney Winter, com sua abordagem que coloca no centro da mudança econômica os processos concorrenciais de agentes heterogêneos, acontecendo em nível microeconômico movidos pelo conhecimento, pela inovação e por retornos crescentes, valendo-se de analogia aos processos evolutivos biológicos para descrever e entender o siste...
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