A re-emergência da febre amarela (FA) fora da região amazônica a partir de 2007 reacendeu a preocupação das autoridades de saúde com a expansão das áreas de circulação viral no Brasil, documentada durante a última década.As áreas mais recentemente atingidas nas regiões sudeste e sul do país, são objetos de destaque em virtude da proximidade com grandes centros urbanos densamente povoados, cuja população não era vacinada, conseqüentemente, com estimativa reduzida de cobertura vacinal. Em diversos grandes centros urbanos dessas regiões, destaca-se a infestação por Aedes aegypti, onde diversos municípios enfrentam períodos de elevada transmissão, sucessivos, para a dengue. Essa realidade trouxe à tona a discussão sobre o risco da retomada da forma de transmissão urbana (por Aedes aegypti) no Brasil. Na última década, entre 2000 e 2010 -dados atualizados até a semana epidemiológica 47 (21/11/2010) -, foram registrados 324 casos humanos confirmados por febre amarela silvestre (FAS), com 155 óbitos (letalidade de 47,8%). Entre os casos registrados, 261 (80,6%) tiveram local provável de infecção (LPI) em área fora da região amazônica, ressaltando a característica da expansão das áreas de ocorrência da febre amarela no Brasil, além da região amazônica.A tendência de expansão da área de risco para a febre amarela no Brasil suscitou a adoção de novas estratégias de vigilância, prevenção e controle. Algumas definições foram revisadas, assim como uma série de atividades dos diferentes eixos de vigilância (casos humanos, epizootias, entomologia, laboratório, imunização e comunicação), visando aprimorar o sistema no sentido de melhor atender aos objetivos propostos.Dentre as inovações atribuídas ao programa de vigilância, prevenção e controle da febre amarela, destaca-se a estratégia atualmente utilizada, a partir da definição de três períodos epidemiológicos distintos, sobretudo para