Resumo: Este artigo trata de questões relativas ao trabalho com a rede de atendimento à criança, em particular, com as crianças indígenas kaiowá em Abstract: This article addresses issues related to working with the network of child care, particularly with kaiowá indigenous children in situations of "vulnerability." In cities of Mato Grosso do Sul has been frequent cases where kaiowá children taken from their kingroups and conducted to urban shelters. The research was conducted based on the ethnographic method, interviews and survey data were also made along the virtual search sites. The objective of this paper is to discuss the process of victimization suffered by indigenous children who are sheltered. Of the results obtained* O presente artigo discute alguns dados levantados na dissertação de mestrado (Nascimento, 2013) com bolsa pela UFGD. Agradeço as contribuições do Dr. Levi Marques Pereira (orientador desta pesquisa) e da Dra. Patrice Schuch (banca examinadora), por apostar no rendimento etnográfi co da discussão sobre os processos de vitimização sofrido pelas crianças indígenas abrigadas. Há ainda neste trabalho material oriundo de projetos de pesquisa coletivo, apoiados pela Fundect e pelo CNPq.
Este artigo tem por objetivo apresentar aos leitores debates e reflexões sobre os efeitos da extensão das políticas de proteção e promoção dos direitos das crianças e adolescentes aos Kaiowá e Guarani que vivem no Mato Grosso do Sul. O contexto de vida destes coletivos é marcado por intensas transformações na paisagem política e nos modos de habitação ao longo do século XX, devido à criação de áreas destinadas ao reservamento das famílias extensas pelos órgãos indigenistas do Estado Nacional. Neste contexto, o desafio dos genitores é produzir pessoas em um cenário de vida distante das prerrogativas e moralidades que compõem o tekoporã (modo ideal de ser e de viver). O texto condensa reflexões etnográficas desenvolvidas em dissertações e tese sobre as relações sociais kaiowá e guarani, aproximadas aos campos de pesquisa em Etnologia Indígena e da Antropologia que tem as crianças e suas relações como foco temático da pesquisa.
Desde o final de 2017, participei no Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil, de um grupo da sociedade civil que se organizou para apoiar Élida de Oliveira que reivindica o direito de conviver com o filho kaiowá que se encontra em uma instituição de acolhimento no município de Dourados desde 2015. Para elucidar o que vem sendo denunciado pela imprensa como “retirada” de crianças indígenas de suas famílias, apresento um caso onde suspeitas sobre a maternidade biológica, de uma mãe que não se submeteu aos procedimentos públicos de saúde, é usado como um dos motivos para a retirada das crianças por autoridades do Sistema de Proteção. A partir da mobilização política em torno do caso chamo a atenção para a participação heterogênea dos índios Guarani e Kaiowá em torno deste debate considerando o contexto histórico e social que se encontram. O melhor interesse da criança guarani e kaiowá assume em meio as múltiplas performances dos índios uma feição bem menos individual do que supõe a Rede de Proteção Social.
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