RESUMO -Desde os anos 1950, tem se constatado que, em alguma medida, os valores do terapeuta se fazem presentes na psicoterapia, podendo, inclusive, influenciar os valores dos clientes. Embora apresente uma concepção de valores diferente das tradicionais, a terapia analítico-comportamental não é uma exceção. Este trabalho busca esclarecer como os valores do terapeuta podem se manifestar na clínica analítico-comportamental, sejam esses valores pessoais ou compartilhados com alguma cultura (e.g., sociedade em geral, Psicologia, Análise do Comportamento). Para tanto, mostra-se como o conceito de valor tem sido abordado na Análise do Comportamento e o que possibilita a manifestação dos valores do terapeuta na clínica analítico-comportamental. Por fim, discutem-se brevemente algumas implicações do tema para a prática clínica.Palavras-chave: psicologia clínica, análise do comportamento, terapia analítico-comportamental, valores, ética Therapists' Values in Behavior-Analytic TherapyABSTRACT -Since the 1950s, it has been argued that, to some extent, therapists do not remain value-free in psychotherapy and may even influence clients' values. Behavior-analytic therapy is no exception to this rule, even though its concept of values differs from traditional views. This work demonstrates how therapists can reveal their values during behavior-analytic therapy, whether these values are personal or shared with a particular culture (e.g., society as a whole, psychology, behavior analysis). To this purpose, it reviews how values have been conceptualized in behavior analysis and discusses what makes it possible for therapists to disclose their values during behavior-analytic therapy. At the end, some implications of this issue for clinical practice are briefly discussed.
O objetivo deste estudo foi examinar o comportamento verbal interpretativo de uma terapeuta comportamental em treinamento durante o atendimento de uma cliente adulta. Os dados foram obtidos por meio da gravação e transcrição de quatorze sessões terapêuticas. A análise do repertório verbal da terapeuta resultou na identificação das seguintes categorias relacionadas à sua atuação clínica: informação, investigação, interpretação, aconselhamento e conseqüenciação. Os resultados mostraram que a categoria prevalente foi a de investigação e que interpretações ocorreram em 21,52% dos proferimentos analisados. Observou-se que as interpretações ocorreram juntamente com outras funções de atuação da terapeuta, o que levou à identificação de cinco categorias interpretativas: informativa, investigativa, explicativa, aconselhadora e conseqüenciadora. Verificou-se também que a terapeuta interpretou com a função de fazer investigações (31,40%), porém, seus proferimentos também incluíram interpretações explicativas (24,41%). Identificaram-se algumas variáveis que possivelmente controlaram o comportamento verbal interpretativo da terapeuta.
Resumo O presente estudo teve como objetivo examinar a lógica do uso do termo "aplicada" na Análise do Comportamento a partir de elementos identificados na literatura desta área e na linguagem cotidiana. As concepções de aplicação encontradas foram categorizadas em três grupos: a) aplicação enquanto prestação de serviço que leva a discussão para o continuum prestação de serviço X pesquisa, assemelhando-se à forma como o termo "aplicada" é utilizado na linguagem cotidiana, b) aplicação enquanto uma forma de pesquisa que revela uma revisão do conceito de aplicação na linguagem cotidiana e sua estensão para atividades científicas, direcionando a discussão para o continuum pesquisa básica x pesquisa aplicada e c) aplicação enquanto atividade simultânea de pesquisa e prestação de serviço que sinaliza o caráter complementar destas atividades. Portanto, existem tradições coexistentes na Análise do Comportamento que apoiam diferentes usos do termo "aplicada". Palavras-chave: Análise do comportamento; aplicação; prestação de serviço; pesquisa básica e aplicada. The Applied Dimension in Behavior Analysis AbstractThe present study aimed to exam the logic of the term "applied" in Behavior Analysis, as found in the literature in this area and in everyday language. The conceptions of application were categorized in three groups: a) application as service rendering, leading the discussion to the continuum service rendering x research, which is similar to everyday language use, b) application as a research mode, a revision of the concept of application in everyday language and its extension to scientific activities, turning the discussion to the continuum basic X applied research and c) application as simultaneous activities of research and service rendering which indicates the complementary character of these activities. Therefore, there are coexistent traditions in Behavior Analysis that support different uses of the term "applied". Keywords: Behavior analysis; application; service rendering; basic and applied research. Nas últimas décadas, a Análise Comportamental Aplicada tem sido alvo de freqüentes discussões quanto aos seus objetivos e práticas, bem como sobre os tipos de atividades nas quais os analistas aplicados do comportamento devem ou não se envolver (Baer, Wolf & Risley, 1968;Birnbrauer, 1979;Deitz, 1978;Hayes, 1998;Hayes, Rincover & Solnick, 1980;Johnston, 1996;Luna, 1997;Pierce & Epling, 1980;Poling, Picker & Grossett, 1981). Embora sejam vários os temas principais das discussões, na maioria delas acabam ocorrendo reflexões sobre o significado da palavra "aplicada" talvez por esta constituir o termo que, ao ser acrescentado à expressão já conhecida Análise do Comportamento, traz-lhe alguns problemas.Segundo o Novo Dicionário da Língua Portuguesa (Ferreira, 1986), o verbo "aplicar" significa sobrepor, pôr em prática, empregar, adaptar, adequar. Neste sentido, o adjetivo "aplicado(a)" se refere a algo que foi sobreposto, posto em prática ou empregado. Considerando os dois últimos sentidos do verbo "aplicar" citados...
Considerando que uma das principais metas da terapia é favorecer o autoconhecimento do cliente, o objetivo deste estudo foi analisar as respostas verbais de uma cliente categorizadas como “interpretativas” no contexto clínico de acordo com as definições de um estudo anterior. O método consistiu na análise e classificação de 14 sessões terapêuticas. Os resultados mostraram a ocorrência das seguintes categorias no repertório verbal da cliente: Informação, Investigação, Interpretação e Conseqüenciação. Verificou-se ainda que: a) interpretações ocorreram em 74,88% dos episódios verbais; b) a cliente interpretou com a função de explicar algo em 78,00% do total de interpretações e c) a cliente focalizou seu próprio comportamento em 73,20% das interpretações. Tais resultados parecem confirmar a hipótese de que o setting terapêutico é um ambiente que favorece a emissão de interpretações, contribuindo para o autoconhecimento do cliente.
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