A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, curável, contudo, com grande potencial para gerar incapacidade física. Conhecer o impacto da hanseníase em menores de 15 anos permite estimar o nível de transmissão, a intensidade da endemia e avaliar a efetividade dos serviços de saúde em combater essa enfermidade, que é mais prevalente em populações pobres e representa um crescente problema de saúde no estado do Pará. O objetivo deste estudo foi estudar a distribuição geográfica da hanseníase em menores de 15 anos, na Região Metropolitana de Belém, estado do Pará. Estudo quantitativo, com desenho de estudo ecológico, dos casos notificados de hanseníase, em menores de 15 anos de idade, abrangendo o período de 2006 a 2015. Foram calculados indicadores epidemiológicos e utilizou-se o software livre com código-fonte aberto QGis 2.18 para a construção dos mapas. Dos 675 casos, havia predomínio das formas paucibacilares e maior frequência da forma clínica dimorfa. A evolução da taxa média, padronizada, de detecção da hanseníase em menores de 15 anos, apontou muito hiperendemicidade nos municípios de Castanhal, que tinha cobertura populacional da Estratégia Saúde da Família consolidada, e de Marituba, com cobertura intermediária. A magnitude da endemia, a força da morbidade e a tendência da doença, apontadas pelos indicadores de acompanhamento epidemiológico, permaneceram elevadas e a cobertura da Estratégia Saúde da Família, embora consolidada na maioria dos municípios, não se distribuiu de forma homogênea a garantir cobertura universal aos territórios. Esses resultados contribuem para a análise da distribuição geográfica da hanseníase, importante para a identificação de áreas para alocação de recursos, visando controle e redução da doença.