A adoção das IFRS pelas companhias de capital aberto no Brasil trouxe a discussão se as referidas normas melhoraram a qualidade das informações contábeis com efeito destas no preço das ações. Os estudos empíricos atualmente demandam uma nova análise dos resultados encontrados sobre o value relevance do lucro líquido (LL) e do Patrimônio Líquido (PL). Foi realizada uma meta-análise dos estudos publicados sobre o tema, examinando separadamente os modelos de preço e retorno propostos por Ohlson (1995). A amostra constituiu-se de 26 artigos, que analisaram empresas brasileiras no período de 1997 a 2014, totalizando 18.562 observações consideradas pelos artigos que testaram o período pré IFRS e 17.381 observações utilizadas nos testes pós IFRS, para os modelos de preço e retorno. Os resultados indicaram queda do value relevance do PL e ganho na relevância da informação do LL após a adoção das IFRS.
A literatura internacional aponta evidências da relação entre religiosidade e os tipos de gerenciamento de resultados em países não adotantes das International Financial Reporting Standards. Diante disso, o objetivo do estudo é investigar a associação entre a religiosidade e o gerenciamento de resultados, em um país adotante das normas internacionais. O gerenciamento de resultados foi estimado por meio dos accruals e das atividades reais para uma amostra de 122 companhias listadas na Brasil, Bolsa, Balcão no período de 2010 a 2017. A religiosidade correspondeu ao percentual de pessoas que declararam possuir religião no município da sede da empresa. Por meio de regressão pelo método Ordinary Least Squares, com dados em painel, verificou-se que a religiosidade está negativamente associada ao gerenciamento de resultados por meio dos accruals e positivamente associada ao gerenciamento de resultados por meio das atividades reais. Esse resultado pode ser explicado pela aversão ao risco, norma social utilizada na literatura para caracterizar os religiosos. Em ambientes religiosos, portanto com maior aversão ao risco segundo essa literatura, o gestor tenderia a utilizar mais o gerenciamento de resultados por meio das atividades reais e menos gerenciamento de resultados por meio dos accruals em função do risco de detecção por auditores e órgãos reguladores. A pesquisa contribui com a expansão do entendimento dos aspectos delineadores da qualidade da informação contábil, sob a vertente do gerenciamento de resultados, bem como incrementa as pesquisas sobre gerenciamento de resultados, ao indicar a religiosidade como variável adicional nos modelos. A medida de religiosidade é uma limitação do estudo, pois a declaração dos respondentes pode diferir da prática e a medida também está sujeita a variações por bairro ou regiões, em empresas localizadas em municípios maiores.
RESUMO O objetivo deste artigo foi identificar a associação da religiosidade com a corrupção, mediada pela qualidade da contabilidade. Estudos examinaram as relações entre religiosidade e qualidade da contabilidade, religiosidade e corrupção, e qualidade da contabilidade e corrupção. Não foram identificadas evidências do papel combinado da religiosidade e da qualidade da contabilidade na corrupção. O estudo contribui para o entendimento da influência da religiosidade como norma social na decisão dos gestores, o que, consequentemente, impacta a qualidade da contabilidade e a corrupção, ampliando o conhecimento sobre os mecanismos capazes de afetar a corrupção. Fundamentando-se na Teoria das Normas Sociais e respaldando-se em estudos sobre a relação entre religiosidade e qualidade da contabilidade, que também se ampararam nessa teoria, foi possível discutir a influência da religiosidade nas decisões dos gestores, com reflexos na qualidade da contabilidade e na corrupção. A amostra é formada por 36 países. Para o tratamento dos dados do período de 2010 a 2014, foi utilizada a modelagem de caminho por mínimos quadrados parciais. Evidências apontaram que maior religiosidade está associada à menor qualidade da contabilidade e que, em conjunto, associam-se com maior corrupção. O resultado pode ser explicado pelo coletivismo, característica de ambientes mais religiosos. Ele favorece o desenvolvimento do conluio, o qual tem potencial para prejudicar a qualidade da contabilidade e facilitar a ocorrência de corrupção. Além disso, ambientes mais religiosos estão associados a menor monitoramento, o que pode encorajar a manipulação de informações contábeis e a corrupção. O estudo demonstra que o efeito combinado da religiosidade com a qualidade da contabilidade no combate à corrupção não se apresentou eficiente. As evidências permitem, ainda, avaliar a influência da religiosidade nas decisões dos gestores, como norma social, com reflexos na qualidade da contabilidade e na corrupção.
This article aimed to identify the association between religiosity and corruption, mediated by accounting quality. Studies have examined the relationships between religiosity and accounting quality, religiosity and corruption, and accounting quality and corruption. No evidence was identified of the combined role of religiosity and accounting quality in corruption. The study contributes to understanding the influence of religiosity, as a social norm, on managers’ decisions, which consequently have an impact on accounting quality and corruption, thus broadening the knowledge about the mechanisms that can affect corruption. Grounded in Social Norms Theory and supported by studies on the relationship between religiosity and accounting quality, which have also been based on that theory, it was possible to discuss the influence of religiosity on managers’ decisions, with impacts on accounting quality and corruption. The sample is formed of 36 countries. To process the data from the period from 2010 to 2014, partial least squares path modeling was used. The evidence indicated that greater religiosity is associated with lower accounting quality and that, together, they are associated with greater corruption. The result can be explained by collectivism, a characteristic of more religious environments. It favors the development of collusion, which has the potential to damage accounting quality and facilitate the occurrence of corruption. In addition, more religious environments are associated with less monitoring, which can encourage the manipulation of accounting information and corruption. The study shows that the combined effect of religiosity and accounting quality in combatting corruption did not present efficiency. The evidence also enables us to evaluate the influence of religiosity, as a social norm, on managers’ decisions, with impacts on accounting quality and corruption.
Corruption, in general, involves monetary pay, therefore it requires accounting manipulation to conceal the transactions. It is possible the management's decision to allow these manipulations is influenced by religiousness. This research, based on the Social Norms Theory, considers religiousness a factor capable of influencing the management's decisions regarding quality of the accounting and the corruption. This study had the goal of identifying the association between religiousness and corruption, mediated by the quality of the accounting. The sample for this research includes 36 countries, and the processing of the data collected from 2010 to 2014 was done using Partial Least Squares Path Modeling. The study's results show that more intense religiousness is associated with lower-quality accounting, and together they are associated with more corruption. It is likely that collectivism, a common feature of highly religious environments, favors the development of collusions, which may harm the quality of the accounting and facilitate the emergence of corruption. Besides, more religious environments are associated with less surveillance, which encourages the manipulation of accounting information and corruption. The results contribute to the literature by demonstrating that the combined effect of religiousness and quality of accounting in combating corruption was not efficient. The evidences from this study also allows us to assess the influence of religiousness in the management's decisions, acting like a social norm, with repercussions in the quality of accounting and corruption.
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