O uso de plantas medicinais pelo homem é uma tradição passada de geração em geração há milênios. Entretanto, com as mudanças de hábitos na sociedade urbana e industrial, essa cultura está gradativamente entrando em esquecimento, promovendo perda cultural e ambiental. O Cerrado é um dos biomas que mais vivencia a perda ambiental no mundo. Neste cenário, é preciso ampliar a valorização do patrimônio cultural imaterial, tanto das plantas medicinais como da biodiversidade local, com o uso das reflexões formuladas pela Etnobotânica e com o enfoque da Educação Ambiental. Nesta perspectiva, esta pesquisa relacionou a cultura sobre as plantas medicinais com a preservação da natureza, inserindo as concepções da Educação Ambiental; inventariou as plantas medicinais existentes nos quintais dos estudantes da escola Geraldo Dias de Godoy, situada no Povoado Nossa senhora de Fátima em Caldas Novas, GO; e analisou suas representações sociais e a de seus pais e avós sobre as plantas utilizadas e o ambiente. Para a coleta dos dados, foram utilizados questionários, formulário, desenhos e fotografias com significação. Foram entrevistados 33 participantes, sendo 22 adultos e 11 crianças. A mãe foi a responsável mais citada na transmissão do conhecimento sobre as plantas medicinais. Foram registradas 72 espécies de plantas medicinais nos quintais dos participantes. Os resultados da representação cultural e ambiental demonstraram que, na maioria dessas famílias, a presença do saber tradicional e a importância da biodiversidade se fazem presentes na atualidade.
As pesquisas etnobotânicas, além de viabilizar a integração de saberes, movimentam e direcionam pesquisas para a conservação e o uso racional de recursos naturais, relacionando o homem com a diversidade botânica local. Assim, esta pesquisa objetivou conhecer os usos das plantas medicinais nos quintais dos alunos do 4º e 5º ano da escola Geraldo Dias, situada no povoado Nossa Senhora de Fátima em Caldas Novas, Goiás, analisando o etnoconhecimento dos familiares quanto ao saber e uso de plantas medicinais. A coleta dos dados foi mediante entrevista semiestruturada com questionário. Foram entrevistadas 22 detentoras do conhecimento sobre o uso das plantas medicinais. A pesquisa inventariou 72 espécies de plantas medicinais. Lamiaceae e Asteraceae foram as famílias com o maior número de espécies. Plectranthus barbatus (boldo) foi a espécie de maior concordância de uso. A maioria das espécies nativas e naturalizadas é de ocorrência no Cerrado e Mata Atlântica. A parte da planta mais utilizada para a preparação dos remédios caseiros foi a folha e a forma de preparo o chá. O uso das plantas para tratar doenças associadas ao aparelho respiratório foi predominante. As plantas medicinais constituíram a primeira opção para cuidados com a saúde entre as entrevistadas, o que evidencia a importância das plantas medicinais cultivadas nos seus quintais no tratamento de enfermidades e como prática integrativa e complementar na atenção básica à saúde.
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