Introdução: Os doentes assintomáticos ou com sintomatologia ligeira a moderada representam 80-85% dos doentes infetados com SARS-CoV-2. Um melhor conhecimento sobre o curso da doença, os sinais de agravamento, podem ser de grande importância para uma otimização do seguimento destes doentes e antecipação de complicações. Objetivo: Estudar as características e evolução da doença por SARS-CoV-2 pelos cuidados de saúde primários, em indivíduos com critério para vigilância domiciliária. Métodos: Identificados doentes com infeção confirmada, inscritos na plataforma Trace COVID-19 e atribuídos à USF, de 26/Mar a 30/Jun de 2020. Os dados foram recolhidos através de contacto telefónico, tendo sido estudadas as variáveis: número de casos; caracterização demográfica, clínica e laboratorial, assim como evolução da doença. A análise dos dados foi efetuada no programa Microsoft® Excel. Resultados: Dos 41 indivíduos estudados, 53,7% era do sexo feminino e a média de idades foi de 44,9 anos. A duração média dos sintomas foi de 15,9 dias, sendo a mialgia o sintoma mais prevalente (61%). Em relação às comorbilidades, a patologia mais frequentemente encontrada foi a hipertensão arterial (22%). De acordo com a evolução clínica apenas 14,6% teve necessidade de observação em áreas dedicadas à COVID-19 na comunidade ou no serviço de urgência hospitalar. Conclusões: Os sintomas gripais, como mialgias (61%), cefaleias (58,5%), cansaço (56,1%) e tosse (48,8%), foram os mais frequentes. O único doente com necessidade de internamento apresentava como única comorbilidade a obesidade. Este é hoje reconhecido como um fator de risco para complicações associadas à COVID-19, a par da idade (acima dos 65 anos), das doenças cardiovasculares, da doença pulmonar crónica e da diabetes. Este estudo constitui um contributo para uma melhor caracterização desta patologia conhecida apenas há cerca de dois anos e reforça a importância do médico de família no seguimento dos doentes e integração de cuidados.
Objetivos: As infeções do trato urinário (ITU) são das infeções bacterianas mais frequentes em pediatria. O exame bacteriológico da urina (EBU) é o teste referência para o diagnóstico de ITU. Sendo um exame moroso, a decisão de iniciar antibioterapia baseia-se na clínica e na urinálise (ASU). A suspeita de ITU na criança e adolescente poderá ser orientada pelo médico de família. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia da ASU no diagnóstico precoce da ITU em idade pediátrica. Métodos: Efetuou-se um estudo observacional que incluiu doentes (0-18 anos) que recorreram à urgência pediátrica entre 01/01/2015 e 31/12/2016 e que realizaram colheita de urina para ASU e EBU. Foram analisados os resultados da ASU e comparados com os resultados do EBU. Atribuiu-se diagnóstico definitivo de ITU a todos os doentes com EBU positivo. Determinou-se a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo (VPP), valor preditivo negativo (VPN) e odds ratio (OR) dos parâmetros nitritos e esterase leucocitária (EL) para o diagnóstico de ITU. Resultados: Das 3.400 amostras incluídas, 21,2% tiveram resultado bacteriológico positivo. O microrganismo mais frequente foi Escherichia coli. Os nitritos demonstraram sensibilidade de 28% e especificidade de 99% para o diagnóstico. A EL revelou sensibilidade de 90% e especificidade de 63%. Para o conjunto dos dois, a sensibilidade foi de 27% e a especificidade de 99%, com VPP 91% e VPN 83%. Para EL superior a 500 células/mcl verificou-se especificidade de 93%. No grupo etário 0-12 meses verifica-se um VPP 93% e VPN 82% para os dois em conjunto. Conclusões: Os resultados são concordantes com a literatura: a EL é sensível para o diagnóstico de ITU e os nitritos são específicos. O melhor indicador para exclusão de ITU foi a EL. Estes resultados poderão ser aplicados na consulta aberta de saúde infantil e juvenil ao nível dos cuidados de saúde primários.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.