Este texto analisa dados sobre como são apropriados e gerenciados coletivamente territórios de comunidades que manifestam aspectos da transição urbano/periurbano/rural em duas regiões metropolitanas paraenses: Belém e Santarém, a partir de resultados parciais da pesquisa intitulada “Alternativas de Desenvolvimento: cartografia social de territórios de populações tradicionais do Pará e Minas Gerais”. Trata-se de uma contra-cartografia para territórios periurbanos e periféricos, construída a partir de narrativas próprias dessas comunidades. A metodologia se valeu da pesquisa participante, tomando como interlocutor e pesquisador os discentes/bolsistas da pesquisa, nativos dessas comunidades, contemplados pela política de cotas raciais, e pelos demais discentes/bolsistas e pesquisadores envolvidos com as lutas desses grupos. As primeiras investidas no campo possibilitaram mapear e compreender aspectos históricos, geográficos e socioterritoriais presentes na dinâmica da organização social e política de comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas, ribeirinhas) e camponesas assentadas. As reflexões apontaram que esses territórios vivenciam conflitos diversos, internos e externos, e mantêm estratégias de resistência para enfrentar tensões resultantes das dimensões materiais e imateriais, provocadas por processos que desencadeiam situações de ameaças de perda do espaço habitado, abandono dos seus modos de vida e a inserção de seus membros como subalternizados na sociedade urbana. O modo como lutam para serem reconhecidos, expressa territorilidades específicas dessas comunidades, as quais desmontam visões estáticas e essencializadas acerca desses povos.
Ailton Krenak nasceu no Vale do Rio Doce, Minas Gerais, em 1954. Com 17 anos, migrou com seus parentes para o estado do Paraná. Alfabetizou-se aos 18 anos, tornando-se, a seguir, produtor gráfico e jornalista. Na década de 1980 passou a se dedicar exclusivamente à articulação do movimento indígena.
O presente artigo tem por objeto a análise das representações que os moradores de áreas de ocupações urbanas na cidade de Belém do Pará têm sobre a casa, abrangendo em seu significado as formas de uso dos diferentes espaços e a funcionalidade dos ambientes. A abordagem privilegia o significado da casa sob a ótica dos moradores e objetiva repensá-la numa perspectiva mais específica, distinguindo-se, com isso, dos estudos preponderantemente voltados para a análise dos aspectos institucionais e oficiais, que têm sua atenção restrita à verificação da precariedade das condições físicas a que estão submetidas as famílias ali residentes. Seguindo a linha aqui proposta, foi identificada a diversidade das estratégias utilizadas pelas famílias para resolver seu problema habitacional. Tais estratégias estão intimamente ligadas à lógica das redes familiares com casas próximas e ao sistema de parentesco, bem como às possibilidades de formação de novos núcleos familiares. Esses fatores definem a distribuição das edificações pelo terreno e a hierarquização dos ambientes internos da casa. As redes familiares são, também, responsáveis pela manutenção econômica das famílias e pelo sistema de conquista da terra e de construção da casa.Palavras-chave: Habitação/Casa e Referências imaginárias. Redes sociais. Aproximação simbólica.
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