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A trombose venosa mesentérica é uma causa rara de isquémia mesentérica, potencialmente letal. A sua apresentação é insidiosa, o que dificulta o seu diagnóstico em fase inicial. Sexo masculino, recebido em unidade de urgência com dor em região periumbilical há 15 dias evoluindo para dor intensa há 4 dias. Procedeu-se ao exame do abdome que se apresentou globoso, flácido e doloroso a palpação em lado direito com ruídos hidroaéreos presentes. Já a tomografia de abdômen total, apresentou derrame pleural, borramento da gordura com formação de coleção em região de hipocôndrio direito, presença de trombo em veia porta, placas de calcificações em parede de aorta, artérias ilíacas e femorais, cisto cortical em rim esquerdo. Foi diagnosticado com trombose em veia mesentérica superior. A conduta adotada foi laparotomia exploradora, enterectomia parcial e enterro anastomose, em caráter de urgência. Realizado incisão xifo-púbica, identificada isquemia de alça de delgado 20 cm da válvula íleo cecal, feita enterectomia de 40 cm, com saída de trombos de vasos ressecados, ligadura e verificada hemostasia, confeccionada anastomose entérica término terminal. Após vinte e nove dias, obteve alta hospitalar. Em termos gerais a trombose de veia mesentérica apresenta-se clinicamente sob as formas: aguda, subaguda ou crónica. Na forma aguda a sintomatologia é exuberante, desproporcional e com rápida evolução. Na subaguda a dor abdominal persiste ao longo de dias ou semanas. Na forma crónica não ocorrem sintomas durante a instalação de trombose. Destaca-se a importância dos exames de imagem para o diagnósticoDescritores: Oclusão Vascular Mesentérica; Dor Abdominal; Serviços Médicos de Emergência.ReferênciasOliveira PH, Oliveira AH, Costa M, Silva A. Trombose Venosa Mesentérica: uma causa rara de oclusão intestinal. Rev Port Cir. 2012;22:61-6.Felga GEG, Forn CG, Pinto JRF, Chebli JMF, Gaburri PD, Souza AFM et al. Trombose venosa mesentérica subaguda. HU Revista. 2003;29(3):488-89.Bassani E, Iglesias GA, Souza MAR, Funes H, Funes F. Trombose Venosa Mesentérica em paciente com apendicite aguda. 2014. Disponível em: <https://faceres.com.br/wp-content/ uploads/ 2014/01/trombose-venosa-mesenterica-em-pacientes-com-apendicite-aguda.pdf>. Acesso em: 09 fev. 2019.Simão JL, De Nadai LC, Giacon PP, Lopes MAM. Uso de contraceptivos orais induzindo trombose mesentérica. Rev Bras Hematol Hemoter. 2008;30(1):75-7. Artifon ELA, Couto-Júnior DS, Fraga GP, Sakai O, Rasslan S. Endoscopic ultrasound (EUS) diagnosis of blunt pancreatic trauma associated to the superior mesenteric vein thrombosis. ABCD, arq. bras. cir. dig. 2010;23(1):64-6.Muñoz S, Cubo P, González-Castillo J, Nuevo JA, Garcia-Lamberechts EJ, Sanz A.  Superior mesenteric venous thrombosis: a retrospective study of thirteen cases. Rev. esp. enferm. dig. 2004;96(6):385-94.Caldeira A, Martin F, Pereira E, Sousa R, Gonçalves R, Tristan J et al . Contribuição de Ultrasonografia Abdominal no diagnóstico da Trombose Mesentérica. J Port Gastrenterol.  2009; 16(4):154-58.Tiago J, Ministro A, Nunes JS, Fernandes JF. Isquémia Mesentérica Aguda: cinco anos de experiência institucional (2007-12). Angiol Cir Vasc. 2013;9(1):11-6.Flis V, Mrdža B, Štirn B, Milotic F, Kobilica N, Bergauer A. Revascularização da artéria mesentérica superior isolada para tratamento de isquemia mesentérica crônica. Wiener Klinische Wochenschrift, 2015. 128(3-4):109-13.

Introdução: A mucocele do apêndice é um termo utilizado para descrever uma dilatação deste órgão, devido ao acúmulo de secreção mucoide, tornando o apêndice dilatado, de paredes finas e com uma massa cística no seu interior. Na maioria dos casos a mucocele é resultante de neoplasia que obstrui a luz apendicular. Relato de caso: Sexo feminino, 55 anos, branca. Procurou atendimento médico devido à dor abdominal de moderada intensidade há cinco anos. Refere que os sintomas iniciaram com dor em fossa ilíaca direita e região lombar há cinco anos, quando começou a tratar lombalgia. Nesse ano, buscou atendimento graças a piora da dor. O abdome estava globoso, flácido, doloroso a palpação superficial e profunda em fossa ilíaca direita com ruídos hidroaéreos presentes. Devido a sintomatologia foram solicitados um ultrassom de abdome total que evidenciou imagem cística tubuliforme em região anexial direita, de aspecto simples, de contornos regulares e conteúdo anecoico, medindo 13,3 cm x 5,2 cm x 4,3 cm, sem septos, calcificações ou fluxo ao Doppler e ressonância magnética da pelve que demonstrou formação cística alongada em região anexial, mergulhante na região anexial, apêndice cecal não individualizado. Foi realizada uma cirurgia exploradora que resultou em apendicectomia e o produto enviado para análise histopatológica que resultou em mucocele de apêndice, sem critérios histológicos de malignidade. As mucoceles de apêndice foram classificadas em 3 categorias: hiperplasia mucosa sem atipias, mucocele simples; cistadenoma mucinoso, com algum grau de atipia e cistadenocarcinomamucinoso, com invasão estromal ou implantes peritoniais. Conclusão: A sintomatologia é a dor abdominal, de intensidade e duração variáveis, podendo também ser observados a presença de massa palpável em fossa ilíaca direita e emagrecimento. Embora cerca de 25% dos casos sejam assintomáticos, alguns estudos demonstram a correlação entre sintomatologia exuberante e displasia. Aproximadamente 20% dos casos de mucocele de apêndice têm associação com o câncer colorretal, no entanto, outras neoplasias como os carcinomas de ovário, endométrio, mama, próstata, bexiga e rim também podem estar presentes.Descritores: Mucocele; Apêndice; Dor Abdominal.ReferênciasEnsuncho C, Osorio C, Marrugo Á, Herrera F. Obstrucción intestinal parcial producida por mucocele apendicular con fístula a íleon proximal. rev colomb cir. 2016;31(1):61-4.Bichara DSJ, Luz Neto VC, Matuck MJ, Bichara DG. Pseudomixoma retroperitoneal (mucocele apendicular). Relatos Casos Cir. 2015;(1):1-3Moré Cabrera JA, León Aulla SP, Pérez Zavala GA. Presentación inusual de mucocele apendicular. Acta Médica Centro. 2015;9(4):62-7.Morano WF, Gleeson EM, Sullivan SH, Padmanaban V, Mapow BL, Shewokis PA et al. Clinicopathological features and management of appendiceal mucoceles: A systematic review. Am Surg. 2018;84(2):273-81.Park KJ, Choi HJ, Kim SH. Laparoscopic approach to mucocele of appendiceal mucinous cystadenoma: Feasibility and short-term outcomes in 24 consecutive cases. Surg Endosc. 2015;29(11):3179-83.Demetrashvili Z, Chkhaidze M, Khutsishvili K, Topchishvili G, Javakhishvili T, Pipia I et al. Mucocele of the appendix: case report and review of literature. Int Surg. 2012;97(3):266-69.Basak F, Hasbahceci M, Yucel M, Sisik A, Acar A, Kilic A, Su Dur MS. Does it matter if it is appendix mucocele instead of appendicitis? Case series and brief review of literature. J Cancer Res Ther. 2018;14(6):1355-60.Rabie ME, Al Shraim M, Al Skaini MS, Alqahtani S, El Hakeem I, Al Qahtani AS et al. Mucus containing cystic lesions “mucocele” of the appendix: the unresolved issues. Int J Surg Oncol. 2015;2015:139461.Hao S, Lilly R, Bonatti HJR. Laparoscopic resection of an appendix mucocele in a breast cancer patient. Case Rep Surg. 2018;2018:1780342.Dixit A, Robertson JH, Mudan SS, Akle C. Appendiceal mucocoeles and pseudomyxoma peritonei. World J Gastroenterol. 2007;13(16):2381-84.