O retorno faz parte do projeto migratório. Desde o início do movimento de emigração para os EUA, a partir da Microrregião de Governador Valadares nos anos de 1960, muitos têm retornado da aventura migratória, contudo a crise na economia americana resultou num retorno em uma intensidade maior que a normal num fluxo migratório. Este artigo busca compreender as condições desse retorno. A metodologia utilizada foi de cunho qualitativo e quantitativo. Foram aplicadas 237 entrevistas estruturadas em 25 cidades da microrregião em emigrantes retornados no período de 2006 a 2011. Os dados permitem considerar que os emigrantes eram jovens na faixa etária entre 21 e 30 anos, solteiros, e tinham como principal motivo de emigrar ganhar dinheiro, investir na sua cidade de origem e retornar numa situação econômica melhor. O principal motivo do retorno são as condições desfavoráveis para ganhar dinheiro e o acirramento da fiscalização quanto à documentação. A maioria não fez nenhum investimento no Brasil e retorna sem alcançar o projeto inicial. Buscam encontrar espaço no mercado de trabalho, contudo encontram dificuldades, devido aos anos de ausência, a defasagem de conhecimento e a baixa qualificação.
A análise do atual contexto político e econômico existente nos EUA, que envolve o acesso e utilização de serviços de saúde pelos imigrantes, diz respeito aos mais de 20 milhões de indivíduos estrangeiros que residem naquele país e não possuem seguro de saúde. Essa população corresponde a 43,8% de 46 milhões de pessoas que não possuem cobertura de provedores privados de saúde nos EUA, sendo 10,5 milhões residentes sem a documentação exigida para viver no País. Para explorar as necessidades, o acesso e a utilização dos serviços de saúde americanos pelos emigrantes de Governador Valadares, MG, Brasil, o presente estudo entrevistou uma amostra de 14 emigrantes valadarenses selecionada por meio da técnica bola de neve. Foram elaboradas questões relacionadas à documentação, local de residência, profissões exercidas, necessidade, acesso e utilização de serviços de saúde. As informações recolhidas junto aos emigrantes residentes nos Estados de Massachusetts e Connecticut permitem afirmar a viabilidade do acesso e da utilização dos serviços de saúde subsidiados pelos governos federal e estaduais e de organizações não governamentais.
O retorno faz parte do projeto migratório, contudo, enquanto uns retornam outros permanecem. A recente crise econômica é um dos fatores que intensificou o retorno. Este artigo ilustra as dinâmicas de retorno de emigrantes brasileiros nos Estados Unidos e em quatro países europeus -Portugal, Reino Unido, Holanda e Noruega, incluindo os processos de estranhamento, adaptação e circularidade ao longo do tempo. Os dados nos permitem considerar que as condições no destino constituem um elemento central nas estratégias migratórias. Os retornados enfrentam as dificuldades de (re)adaptação no país de origem. O retorno em consequência da crise produz efeitos perversos tanto nos sujeitos como no território.Palavras-chave: migração internacional brasileira, circularidade, retorno. IntroduçãoDesde a década de 80, o Brasil tem assistido ao crescimento da população emigrada para outros países, com destaque para os Estados Unidos e alguns países europeus (Alemanha, Itália, Reino Unido, Portugal e Espanha). No entanto, as estatísticas macro dos fluxos migratórios revelam, sobretudo, as dinâmicas de saída da população, escondendo as dinâmicas de retorno, que são, também, parte integrante dos processos migratórios
Migrar, fazer uma poupança e retornar é o projeto da maioria dos emigrantes. Para alcançar esse objetivo trabalham em mais de um emprego por longas horas e em condições de trabalho precárias. Tais condições colocam em risco a saúde física e psicológica. Quais as condições de saúde física e mental do emigrante no retorno? Este artigo, baseado em pesquisa realizada na Microrregião de Governador Valadares, demonstra que a carga excessiva de trabalho, a falta de segurança, o estresse, a falta de lazer e a não acessibilidade aos programas de saúde no país de destino têm como consequência a saúde comprometida do emigrante quando retorna.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.