No final do ano de 2019, um mutante do coronavírus com potencial de causar doença respiratória em humanos surgiu no continente asiático, denominado SARS-CoV-2 causador da doença COVID-19, e, em poucos meses já era considerado pandêmico. A identificação da doença provocou medo entre as pessoas, especialmente pela sua elevada capacidade de disseminação e potencial de causar óbito em uma parcela dos indivíduos infectados. A gravidade desta enfermidade varia de leve a intensa, podendo culminar em morte, especialmente em indivíduos portadores de comorbidades. O quadro clínico causado varia bastante, supostamente conforme a carga viral com a qual o portador entrou em contato e ainda segundo a porta de entrada no organismo. Sabe-se, porém, que o coronavírus possui baixa capacidade de sobreviver em superfícies, porém não se descarta a possibilidade de veiculação do mesmo através de embalagens de produtos adquiridos de locais com presença do referido agente e que tenham sido transportados em um período de uma a três semanas em temperatura ambiente. Inclui-se aí a possibilidade de veiculação ainda em superfícies vivas como, por exemplo, a partir de animais, especialmente os de companhia, haja vista a proximidade e contato frequente entre as pessoas da residência. Vale ressaltar que animais e produtos animais representam uma ameaça à saúde humana, todavia o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) possui regras e normas que regulam esse tráfego de modo a evitar ou minimizar os riscos de prejuízo à saúde e o bem-estar dos seres humanos, os interesses da agricultura, horticultura ou silvicultura e o bem-estar e a sobrevivência dos recursos da vida selvagem. Embora haja suspeitas de que o SARS-CoV-2 tenha surgido de uma fonte animal, não há razão para pensar que qualquer animal, incluindo animais de estimação como gatos e cães, possam ser uma fonte de infecção (portador do agente e que pode disseminar) por esse novo coronavírus. Os poucos casos de infecção de gatos pelo SARS-CoV-2 relatados referem-se a animais que conviviam com humanos infectados, porém, sem evidência da importância epidemiológica desses animais na transmissão da doença para humanos. Porém, recomenda-se que, em caso de adoecimento pelo COVID-19, o indivíduo portador mantenha-se distante de qualquer animal de estimação que possua, deixando-o sob cuidados de terceiros, minimizando, desta forma, a chance de contaminação ou infecção desses animais. Essa orientação se dá pelo fato de que o agente viral expelido por tosse, espirros ou outras secreções eliminadas de indivíduos portadores, pode se depositar sobre pelo e pele de animais de estimação, por exemplo e, quando expelidas em locais diversos onde animais tenham contato, estes animais poderão ainda veicular o agente viral em suas patas, boca e focinho. É importante frisar que embora ainda não esteja clara a contribuição dos animais domésticos na epidemiologia da COVID-19, é sabido que pets que convivem com pessoas infectadas apresentam risco mais expressivo de contrair o vírus. Pesquisas vêm sendo conduzidas pelo Brasil e em outras partes do mundo buscando a identificação molecular do vírus a partir de amostras biológicas coletadas de animais com sinais clínicos característicos ou sugestivos de COVID-19 e com histórico de convivência com famílias que tiveram pessoas infectadas pela doença em questão. Neste contexto, como até o presente momento, não existe evidências da transmissão do SARS-CoV-2 de animais para humanos, devem ser mantidos hábitos de higiene, uso de máscaras e distanciamento social, além de orientações para que os tutores suspeitos ou positivos para COVID-19 evitem contato com gatos e cães.
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