RESUMO O objetivo deste estudo foi descrever a prevalência de paralisia cerebral entre crianças e adolescentes, seus subtipos, as possíveis comorbidades e as características socioeconômicas das famílias. Foi realizado um estudo epidemiológico do tipo transversal a partir de um inquérito de base populacional sobre a paralisia cerebral em crianças e adolescentes na cidade de Aracaju (SE), Brasil. O estudo obteve informações sobre 240 crianças e adolescentes com paralisia cerebral a partir das respostas a um questionário feitas por seus responsáveis. Foi encontrada a prevalência de período de 1,37 em cada mil. Alguns bairros possuem prevalência de três a quatro vezes maior, revelando que a taxa de prevalência total não é um indicador homogêneo. A maioria dos participantes foi do sexo masculino (56,25%), de raça/cor declarada como parda ou preta (67,50%), sendo que a média de idade foi de 8,56 anos. A paralisia cerebral de tipo espástica bilateral foi a mais frequente (45,42%) e a comorbidade referida na maioria dos casos foi a epilepsia (48,33%). A renda familiar mensal correspondia a $252,87 dólares. O estudo revelou que as crianças e adolescentes com paralisia cerebral são, em grande parte, pertencentes a minorias sociais, de raça/cor parda ou preta, e suas famílias vivem na linha da extrema pobreza.
A fim de garantir o acesso de pessoas com deficiência (PCD) a todos os bens e serviços de saúde, foi criada a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD). Tal política pretende garantir ações de promoção à saúde, identificação precoce de deficiências, prevenção dos agravos, tratamento e reabilitação. A promoção de estratégias de educação permanente faz parte das diretrizes da RCPD. O objetivo deste artigo é relatar a experiência de uma ação de educação permanente em saúde (EPS) sobre o cuidado à PCD no contexto da atenção básica (AB). Os encontros de ensino-aprendizagem, no contexto do trabalho, foram orientados pela metodologia problematizadora do Arco de Maguerez. O conteúdo do curso foi distribuído em dez eixos. Os resultados evidenciaram a importância de propor temáticas inéditas para o cotidiano das equipes, além de reforçar o compromisso de promover uma aprendizagem significativa e baseada na reflexão crítica sobre as práticas. Concluiu-se que a EPS direcionada para a consolidação da RCPD ainda é temática pouco estudada e debatida, embora de grande relevância para a qualificação das ações em saúde para essa população. Ampliar a formação e qualificação dos trabalhadores da saúde, nas dimensões técnica, ética e política e nas inter-relações pessoais, é tarefa necessária para a constituição de sujeitos integrais no mundo do trabalho, incorporando em suas ações os princípios e valores que orientam o Sistema Único de Saúde.
Palavras-chave: Pessoas com deficiência. Atenção primária à saúde. Educação permanente em saúde.
Cerebral Palsy (CP) is commonly associated with low socioeconomic status. Use of spatial statistics and a Geographic Information Systems (GIS) are scarce and may contribute to the understanding of CP in a social context. To that end a spatial analysis of CP in children and adolescents was performed to analyze the association of CP with levels of vulnerability in a city (Aracaju, Sergipe) in north-eastern Brazil. In addition, an ecological study was conducted with data obtained from a populationbased survey and secondary data. Exploratory spatial data analysis and linear regression were used. A total of 288 CP cases were identified, with a prevalence of 1.65/1,000 and differences among city neighbourhoods ranging from 0-4/1,000. The mean age of cases studied was 9 years 1 month, with a standard deviation of 5 years 2 months. Most study subjects with cerebral palsy (163) were male (56.4%). The distribution of CP in the study population was not homogeneous throughout the territory. Some areas had clusters, with more cases associated with areas of high vulnerability. Spatial data analysis using GIS was useful to gain an epidemiological understanding of CP distribution that can guide decisionmaking with respect to production, distribution, and regulation of health goods as well as services at the local level.
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