O objetivo deste artigo é demonstrar a viabilidade do conceito de construção para o estudo das orações condicionais. Parte-se do entendimento de que a condicionalidade constitui um significado convencional, interpretado a partir da correlação entre aspectos formais e semântico-pragmáticos. Assim, propõe-se conceber as condicionais como um tipo de construção, resultante do pareamento convencional entre forma e função, procurando sistematizar a organização conceitual de diferentes padrões e a acomodação de elementos com complexidade formal e semântico-pragmática tão diferenciadas que têm na rede. A partir dessadescrição, podem-se explicar os padrões de transferência e as regularidades envolvidos na organização estrutural e conceitual da condicionalidade. O exame realizado aqui permite compreender como o significado condicional está associado a um esquema geral mais abstrato que sanciona diversos subesquemas e microconstruções ligados ao polo prototípico por elos diversos. As considerações feitas aqui se vinculam aos modelos baseados no uso, em especial à abordagem construcional (TRAUGOTT e TROUSDALE, 2013). Os dados usados para análise foram coletados no Corpus do Português (FEREIRA, DAVIES, 2006). Palavras-chave: abordagem construcional, condicionalidade, construção condicional.
O presente artigo fez um levantamento das conjunções condicionais do português. Verifica-se que, embora os estudos sobre as orações condicionais centrem seu foco de interesse na oração condicional iniciada pela conjunção "se", o português conta com uma variada gama de conjunções e locuções que atuam na expressão do sentido condicional. O estudo mostra que as conjunções condicionais podem expressar diferentes sentidos, subdividindo-se em três grupos: restritivas positivas, restritivas negativas, hipotéticas. Considerando-se os sentidos expressos pelas conjunções, procurou-se investigar se a conjunção tem alguma influência sobre a oração condicional que ela introduz. Para tanto, considerou-se a tipologia dos modificadores oracionais, tal qual a teoria da Gramática Discursivo Funcional propõe. O que se verificou é que o sentido expresso pela conjunção não opera sobre a configuração formal da conjunção.
Este trabalho toma como objeto a oração condicional que se caracteriza pelo esquema [supondo_que [oração finita]] a fim de descrever os processos de mudança que levam à formação dessa construção em português. Especificamente, pretende-se identificar os micro-passos de mudança construcional e posterior construcionalização que possibilitam a emergência do significado condicional expresso nesse tipo de construção. Espera-se, assim, poder explicar a emergência dos sub-esquemas que dão origem a esse tipo de condicional no português, analisando particularmente as projeções metafóricas, essenciais para seu processo de formação e ainda avaliar as mudanças que ocorrem na configuração da rede a partir do surgimento dessa construção. Este trabalho se assenta especialmente na Teoria da Construcionalização e Mudança construcional (TRAUGOTT; TROUSDALE, 2013).
ResumoCom base em pressupostos da Gramática Cognitiva (LANGACKER, 1987) e da Teoria da Gramaticalização (HOPPER; TRAUGOTT, 1993;LEHMANN, 1995), este trabalho tem como objeto de descrição a classe das conjunções adverbiais no português. O objetivo é rever o pensamento tradicional de que as conjunções adverbiais (i) são desprovidas de conteúdo lexical e (ii) pertencem a uma classe fechada. Ao contrário, discute-se que as conjunções adverbiais representam uma classe bastante diversificada no que diz respeito a sua tipologia estrutural e determinação categorial. São reconhecidos três polos de lexicalidade / gramaticalidade, dependendo do grau de concretude do significado manifestado pela conjunção. Os dados analisados foram coletados no
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