97 RESUMOO artigo analisa a unificação das experiências políticas dos três grandes espaços escravistas da América do século XIX, Estados Unidos, Cuba e Brasil, após o surgimento da aliança do movimento abolicionista anglo-americano na década de 1830. Descrevendo o quadro político das três regiões, demonstra como elas passaram a reagir ao abolicionismo internacionalista de modo integrado e cooperativo, o que pode ser chamado de "internacional escravista". Examina, por fim, por que essa interação não evoluiu para uma plataforma oficial dos governos envolvidos. Seu desaparecimento ocorreu quando a Guerra Civil norte-americana (1861-65) abalou a escravidão no Brasil e no Império Espanhol. Palavras-chave: Estados Unidos, Brasil, Cuba, escravidão, política. ABSTRACT The article analyses the unification of the political experiences of the three major nineteenth-century NewWorld slave societies (United States, Cuba, and Brazil) Brasil e Cuba conservavam a escravidão à sombra dos Estados Unidos; nação poderosa, a quem nenhum outro povo se atreveria a impor condição alguma de sua existência política. Mas enfim a questão da escravidão foi discutida, disputada e condenada dentro do próprio país -ninguém lhe exigiu a liberdade dos escravos; foi a mesma nação que a decidiu; uma parte forçou a outra a ceder, e a escravidão desapareceu nos Estados Unidos; portanto no Brasil e em Cuba a escravidão não tem mais razão de ser -a questão é de tempo! 1 Uma das razões por que essas palavras surpreendem está na clareza, se não na crueza, de como elas explicitam os limites dos Estados independentes numa época ciosa da soberania nacional. Segundo o argumento do autor, Abreu e Lima, Brasil e Espanha, não sendo potências econômicas ou políticas, seriam incapazes de conter a pressão do abolicionismo internacional, devendo eles mesmos iniciar um processo legislativo de emancipação para adaptar-se à ordem mundial pós-Guerra Civil. A conjunção conclusiva "portanto", palavra-chave do trecho, supõe a escravidão negra oitocentista como uma instituição regulada no plano nacional, mas condicionada no internacional. É uma suposição precisa. Se quisessem ser soberanos no problema do cativeiro, esses Estados deviam começar reconhecendo os limites de sua própria soberania.A leitura de Abreu e Lima não desapareceu com o século XIX. A historiografia sobre Cuba e Brasil também destaca, há um bom tempo, o impacto determinante da Guerra Civil sobre o início da crise da escravidão nos dois países. Para o caso das possessões espanholas, os historiadores mostram que o conflito, além de ter interditado de forma definitiva o tráfico transatlântico de escravos para a ilha caribenha, relacionou-se ao surgimento do movimento antiescravista em Porto Rico e na Espanha, à eclosão da primeira guerra de independência de Cuba e, conseqüentemente, ao processo que levou à aprovação da Lei Moret, em 1870 2 . A respeito do Brasil, ressaltam como o evento estimulou diretamente o início dos debates que levaram à elaboração do projeto de libertação do ventre escravo, converti...
RESUMO Este artigo, redigido no campo da história conceitual, examina a relação entre a escravidão negra e os três conceitos políticos fundamentais do liberalismo na Era das Revoluções: representação, cidadania e soberania. Seu propósito é avaliar o peso do escravismo na organização constitucional do poder público no Brasil depois da Independência de 1822. Embora diversos estudos tenham avaliado a importância da escravidão para as fundações políticas do Brasil, com foco ora na construção da unidade nacional, ora na opção pela monarquia, as relações conceituais entre escravidão e ordem constitucional ainda permanecem pouco exploradas na historiografia. Como a história constitucional de um país é sempre parte de uma história global do constitucionalismo, este artigo explora o problema procedendo a uma história conceitual comparada das experiências constituintes escravistas atlânticas em cinco espaços políticos: Estados Unidos (1787), França (1789-1791), Espanha (1810-1812), Portugal (1821-1822) e Brasil (1823-1824).
com bolsa da FAPESP, sob orientação do Prof. Dr. Rafael de Bivar Marquese. ResumoEsse informe apresenta algumas das questões desenvolvidas em meu projeto de iniciação científica, sob o título de "A Defesa da Escravidão no Parlamento Imperial Brasileiro: 1831-1850", em que pesquiso os discursos sobre a escravidão, proferidos no Parlamento nas décadas de 1830 e 1840. Retomando a literatura sobre o assunto, que pouco trabalha a questão específica da defesa da escravidão no Brasil, e considerando os principais grupos políticos que emergiram na década de 1830, trato dos campos discursivos utilizados pela elite política imperial para defender a instituição do cativeiro.
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