Este ensaio se propõe a refletir sobre o contrassenso educacional contemporâneo, que adota e insere, de forma irracional e ideológica, a concepção empresarial na conjuntura educacional brasileira. Para tanto, a discussão toma como ponto de partida um retorno teórico aos princípios gregos e ao ideal de Educação por eles inaugurado, a paideía, como forma de contrastar com o que se tem hoje instituído. Tal esforço intelectual se demonstra necessário, uma vez que a sociedade contemporânea tem se orientado por outros ideais. Sobretudo após a ascensão e consolidação do capitalismo, no início da modernidade, houve um rompimento com a concepção clássica de conhecimento e formação do homem, de modo que a primazia pela dimensão humana de outrora cedeu lugar à instrumentalização do pensamento. Com efeito, essa nova orientação foi acarretadora de mudanças na maneira de se viver, bem como de conceber Educação e escola, já que ambas passaram a se alinhar aos interesses econômicos e técnicos. Contudo, no tempo presente, em que a pandemia da COVID-19 está em curso, este movimento de transformações tem se firmado e se reproduzido de forma ainda mais ampla, mobilizando profundas alterações nos sentidos da Educação e, consequentemente, da escola. A partir das reflexões ocasionadas por este estudo foi possível apreender que as finalidades da escola, antes residindo na noção de paideía e, portanto, comprometida com a formação e emancipação humana, ganha nova roupagem, na contemporaneidade, transformando-se e se invertendo, uma vez que tende a se alinhar com a racionalidade técnica e econômica que rege o mundo moderno.
Esse estudo tem como objetivo identificar o perfil das publicações acerca das discussões sobre mulher e esporte no Scientific Electronic Library Online (SciELO), especificamente nas áreas temáticas das Ciências Humanas e Ciências Sociais Aplicadas. A revisão integrativa das publicações indexadas na base de dados SciELO foi o método selecionado para essa pesquisa. Como resultado foi possível identificar publicações com a temática mulher e esporte em áreas da Ciências da Saúde, Ciências Exatas e da Terra, Ciências Humanas e Ciências Sociais Aplicadas. Após uma análise dos estudos das duas últimas áreas, percebeu-se que a discussão e produção com base científica nessas áreas ainda carecem de mais investigação e publicação. Houve um direcionamento mínimo para publicações em revistas específicas da Educação Física. Porém, atenta-se a interdisciplinaridade existente nos direcionamentos para revistas que tratam sobre a temática. Os dados coletados apresentam uma variedade de resultados, apresentando discussões que permeiam os conteúdos sobre políticas públicas de inclusão, participação, representação, feminilidade e outros. É necessário que as discussões sobre o tema e conteúdos possam influenciar novas diretrizes que formulem e ampliem as oportunidades de investigações e publicações que explorem as diversas nuances sobre a mulher e esporte.
O presente trabalho tem como objetivo realizar um relato de experiência das intervenções e formação de discentes do curso de Educação Física, relacionando com a práxis pedagógica vivenciada no Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID), sobretudo ao que compete a discussão sobre gênero. É evidente uma relação entre os documentos norteadores da educação superior e básica, onde a primeira oportuniza uma formação para atuação na segunda. O PIBID encontra-se como um programa de extensão que oportuniza aos discentes da Educação Física, nesse caso, a experiência no âmbito escolar. Conforme as experiências de discentes do programa, há um lapso no processo de formação e nas práticas pedagógicas observadas e vivenciadas no contexto escolar através do PIBID, sobretudo na relação entre as práticas corporais e a temática sobre gênero. Essas dificuldades provêm da ausência de subsídios para discorrer sobre gênero, influenciando nas práticas pedagógicas e no processo de formação.
O artigo tem como objetivo refletir e analisar o processo das práticas de inclusão que permeiam a Ginástica para Todos na Educação Física Escolar, atentando-se as relações sociais de corpo e gênero. A metodologia segue a perspectiva de revisão narrativa, utilizando fontes que discutem sobre a Ginástica para Todos, inclusão, corpo e gênero. A constituição da inclusão ao longo do processo histórico, desvela uma cultura de exclusão/segregação presente na humanidade. Os inúmeros estereótipos e rótulos que estão presentes na imagem do próprio corpo, traduzem uma pseudo representatividade que é mascarada por influências sociais/culturais. Assim como outros conteúdos aplicados na Educação Física Escolar, a Ginástica para Todos possui o papel de elucidar sujeitos que lutam, resistem e se colocam frente as dificuldades em um contexto seletivo e hegemônico, oportunizando aos participantes uma integração, interação e sociabilidade, sem haver distinção do que é oportuno para os corpos de homens e mulheres. Essa prática possibilita a experiência e vivência sem que haja um reforço dos movimentos que são instituídos pela sociedade de acordo com o gênero. Por fim, o conteúdo da Ginástica para Todos é uma das melhores alternativas para Educação Física Escolar, uma vez que não estimula a segregação de gêneros.
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