O presente trabalho discutirá a produção inaugural de Chico Buarque no cenário literário, cujo enredo constrói a representação do Brasil da década de 1970, quando se vivia uma intensa censura promovida pela ditadura militar. Trata-se de Fazenda Modelo: novela pecuária, produzida em 1974. Objetiva-se compreender os elementos estruturais desta narrativa, uma vez que trata-se de uma obra que apresenta diversos artifícios inovadores no que tange ao aspecto físico do texto. Para o presente estudo, elegemos três artifícios fulcrais na estrutura da novela buarquiana, que são eles: os aspectos pré-textuais, os elementos dialógicos e intertextuais; a figura do narrador. Teoricamente, nos pautaremos nos estudos de Genette; para definir o nível narrativo; Bakhtin (1998) (2011) para compreender o tempo, espaço e o dialogismo; também recorreremos aos estudos de Nunes (2010) sobre o tempo. No decorrer do estudo, traremos outros críticos e teóricos para dialogar com nossa pesquisa.
O presente artigo, pensado teoricamente pelo viés da distopia, objetiva analisar as narrativas Animal Farm, de George Orwell (1945) e Fazenda Modelo – Novela Pecuária (1974), de Chico Buarque, produções que articulam representações sociais complexas, geradas em contextos históricos de distintas motivações culturais e políticas. A escolha do corpus deu-se porque os enredos apresentam a configuração do autoritarismo e também de governos totalitários e ditatoriais, fatores esses que possibilitam um debate sobre o conceito de distopia e sobre a função da literatura, que não se fixa apenas na ideia de fruição estética, mas se torna um elemento capaz de questionar as várias esferas sociais, culturais, políticas e humanas que promovem os movimentos de imanência e transcendência entre a ficção e a história.
Este breve estudo procura percorrer os encalços da escrita machadiana, mais precisamente a jornalística, e extrair dela os aspectos que moldaram a estética do autor. Para tanto, utilizaremos a seção Comentários da Semana como forma de captar elementos norteadores e conteúdos recorrentes em seu estilo literário e jornalístico.
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