A postura e as práticas de cada ator do campo étnico-quilombola geram possibilidades e constrangimentos institucionais, que orientam os sentidos dos moradores da comunidade Kalunga, segundo o arbítrio de seus respectivos habitus historicamente formados, mas contornados pelos saberes acessados ao longo do desenvolvimento ontogenético. São essas redes de interdependência que serão analisadas a seguir, visando compreender como os saberes são adquiridos e reacomodados, num ambiente de lutas entre diretrizes que visam a atender as demandas racionalistas e interessadas do mercado aos moldes liberais, gerando falso reconhecimento numa perspectiva formalista de igualdade, e entre diretrizes que buscam valorizar a particularidade desses grupos, numa tentativa de gerar reconhecimento e autonomia identitária, numa perspectiva comunitarista do multiculturalismo, que habilita a economia criativa. Os embates entre essas posturas geram desafios para a gestão desse emergente setor, que serão analisados a seguir.
Este artigo apresenta uma discussão sobre as ressignificações identitárias ocorridas na comunidade remanescente de quilombo denominada Kalunga, localizada no nordeste de Goiás, Brasil, ao longo de sua formação e a partir do reconhecimento dessas comunidades pela Constituição Federal Brasileira de 1988. O reconhecimento adiciona novas problemáticas identitárias que reverberam na forma como o grupo vivencia e organiza o território. Por meio de um estudo etnográfico, busco demonstrar que a etnicidade do grupo se sustenta em sua própria organização social e territorial, não sendo possível identificar um objeto de contornos limitados – cor, muito menos a “raça”, ou a cultura africana, ou a origem quilombola – com o qual os indivíduos se defrontem e a partir do qual inaugurem sua identidade.
Cultura e economia são categorias habitualmente identificadas com esferas distintas da atividade humana no âmbito das ciências sociais. O debate sobre tal diferenciação e aproximação se inicia, recentemente, em um contexto de globalidade, em que formas tecnológicas de vida se desenvolvem, propiciando, entre outros, um gigantesco fluxo de informações e produtos, transformações que tendem a confundir, cada vez mais, os limites entre as esferas, vislumbradas, especialmente, por práticas de consumo e discussões sobre uma teoria do consumo.
''Consumer culture'' theories frequently claim that people use symbols of consumption to socially self-categorize and satisfy their needs for assimilation or differentiation. Through two empirical quantitative studies, we argue that self-categorization operates according to a duality overlooked by these theories. On one hand, self-categorization can be understood as the assimilation of the ''I'' into a normatively well-characterized group, a self-categorization that we define as ''ontological'' in this article. On the other hand, it can be understood as the identification with socially standardized and impersonal models, a self-categorization that we term ''formal.'' In the two studies, we investigated whether the psychologically perceived distance between the in-group and out-group (metacontrast) is greater in ontological than in formal self-categorization and, second, whether these two forms of self-categorizations operate independently (not correlated) in consumption. The results support the two hypotheses. However, further studies should be developed in order to give a more definitive character to the theory. If the findings of this work were to be confirmed by other ecological contexts and sampling techniques, there might be consequences for ''self-brand connection'' analyses and in general for consumption studies where social self-categorization theory can be applied.
Este artigo visa discutir, num ambiente de diversidade cultural, como o anacronismo identitário atual, após frustrar a linearidade racionalista da modernidade, em vez de de agrar a decadência desse pretenso sistema universalista se rearticula aos seus parâmetros, por meio do mercado e das conectividades técnico-informacionais. A análise gira em torno de um estudo de caso sobre os conf litos sociais e identitários entre os atores envolvidos na produção de artesanato de capim-dourado, na região do Jalapão, no Tocantins. O sucesso do artesanato desse capim, tanto em âmbito nacional quanto internacional, re ete o retorno às tradições e à valorização cultural, que pode ser compreendido como uma tentativa de preencher o vácuo deixado pela perda da transcendentalidade da cultura no ambiente de desencaixe da modernidade globalizada atualmente. Tais embates nos permitem compreender como a valorização cultural e identitária pelo mercado pode signi car a satisfação da dignidade e do bem-estar social dos artesãos de capim-dourado pela superação da inclusão periférica na economia. Essa valorização ainda alavanca o desenvolvimento local, enquanto desencadeia novos con itos.Palavras-chave: desenvolvimento local, economia criativa, modernidade, diversidade cultural.1. Atualmente a região do Jalapão é formada por oito municípios do Estado do Tocantins:
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